Pov Ludmilla
Quase três meses se passaram. O carnaval foi uma loucura pra mim e pra minha esposa também. Inclusive, ela estava extremamente perfeita no desfile da Beija-Flor. O Navio Numanice foi surreal, uma experiência única. Minha apresentação no Coachella também foi muito foda. Saiu mil vezes melhor do que eu esperava porque até os gringos pularam e cantaram comigo. Uma energia vibrante e inesquecível.
Eu, Brunna, Marcos, Luane, minha mãe e a Mia permanecemos nos EUA em uma casa que aluguei. Finalmente o dia mais esperado por nós havia chegado. A última etapa, o dia que faríamos a transferência de embriões. Estava marcado para as 11 horas da manhã. Acordamos mais cedo e tomamos um banho demorado. Brunna estava nervosa, era visível só de olhar pra ela.
- More, fica calma. Lembra que a médica falou que você tem que ficar tranquila?
Estávamos sentadas no sofá da sala, só esperando nossas mães terminarem de se arrumarem. Por incrível que pareça, nós duas fomos às primeiras a ficar prontas. Com toda certeza, devido nossa ansiedade.
- Eu juro que tô tentando, vida. Mas é mais forte que eu. E se não der certo?
Suspirei e segurei o rosto dela entre minhas mãos, encostando nossas testas. Ela fechou os olhos.
- Amor, se não der certo nós vamos tentar de novo e de novo e de novo, até conseguirmos. Confia em mim?
Ela balançou a cabeça em concordância e uma lágrima escapuliu de seu olho. Sequei-a com meu polegar e colei nossos lábios. Iniciamos um beijo calmo, minha língua brincando com a dela. Fomos interrompidas pela Mia.
- Caralho, se sapatão fizesse filho essas duas aí já teriam uns cinco. Não podem ficar sozinhas um minuto que já estão se pegando.
Nos separamos rindo e olhando pra minha sogra.
- Ô Mia, menos né. - disse a Bru.
- Então meninas, prontas? - perguntou a dona Sil.
- Nunca estive tão ansiosa em toda minha vida. - falei me levantando de mãos dadas com a Bru. Ela estava tremendo. Abracei-a de lado e deixei um beijo no topo de sua cabeça.
- Eu ainda não acredito que daqui algumas semanas eu finalmente vou poder falar que sou vovó. - minha mãe nos abraçou, já chorando.
- Vocês vão me fazer chorar. - minha Bru disse sorrindo, mordendo o cantinho da boca, demonstrando seu nervosismo.
Luane foi dirigindo. Marcos ficou em casa para resolver algumas pendências da minha carreira. Chegamos na clínica e encontramos a fotógrafa que contratamos para registrar tudo. Ela era especialista em registrar tudo relacionado à maternidade. Nos cumprimentamos e logo a Brunna foi direcionada para o consultório. Somente eu iria acompanhá-la.
- Vai com Deus, Bubu. Já deu tudo certo. Confia. - minha sogrinha disse dando um beijo na testa de Brunna.
- Bru, eu nem vou falar muito porque já tô me acabando de chorar. Vocês estão realizando o meu maior sonho. Tô aqui pra tudo, tá bom?
Minha mãe abraçou a Bru com força, não deixando um segundo de chorar. Luane apenas nos abraçou forte e fez o sinal da cruz em nossas testas. Peguei na mão da minha mulher e fomos para o consultório. A fotógrafa seguia atrás, filmando tudo.
- Bom dia, meninas! Estão preparadas? - perguntou a doutora.
- Mais que preparadas, né amor? - falei rapidamente. Eu tava ansiosa pra caralho.
- Sim. Com muito medo, mas estamos prontas.
- É normal sentir medo, querida. Mas você precisa acreditar que tudo dará certo. Agora preciso que assinem só alguns documentos que ficaram pendentes antes de iniciarmos tudo.