14 - Primeiro ultrassom

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Pov Brunna

Algumas semanas se passaram. Ainda não tínhamos contado ao mundo sobre minha gravidez. Decidimos contar somente quando completasse o primeiro trimestre, pelo menos tentaríamos esconder por esse tempo. Hoje seria nossa primeira ultrassonografia. Eu havia recém completado oito semanas.

Perdi a conta de quantos presentinhos nosso baby já ganhou, principalmente da minha sogra. A Sil não podia ver nada que já queria comprar. Ludmilla não estava diferente. Nossas idas ao shopping deixavam ela louca por querer comprar várias coisinhas, mas como ainda não contamos para a mídia, não podíamos entrar em lojas infantis sem levantar suspeitas. Enquanto isso, minha mulher pedia tudo pela internet e eu ficava babando naquelas roupinhas minúsculas. Não via a hora de conhecer o rostinho do meu amorzinho.

Ludmilla já havia se arrumado e estava me esperando. Coloquei um vestido preto colado, já que minha barriga ainda não dava indícios de gravidez, e por cima coloquei uma camisa social branca, desabotoada. Nos pés, optei por minha rasteirinha marrom (que daqui a pouco sai andando sozinha de tanto que eu uso ela). Eu estava com a lace loira e comprida, então só fiz algumas ondas no cabelo e passei uma maquiagem leve para o dia. Nossa médica foi escolhida a dedo e fomos bem criteriosas com relação a discrição. A clínica possuía um estacionamento na parte de trás, o qual somente os funcionários tinham acesso e nós entraríamos por ele.

Já pronta, desci as escadas e me deparei com minha mãe, minha sogra e minha esposa me olhando ansiosas.

- Até que enfim, garota. Tô quase infartando de ansiedade de aqui. - disse a Mia, delicada como sempre (só que não kkkkk)

- Bom dia pra você também, dona Mirian.

Me aproximei da Mia e a abracei. Ela me deu um beijo na testa e fez carinho na minha barriga.

- Bom dia, Bubu. Bom dia, bebê de vó.

Logo minha sogra se aproximou também e me abraçou forte.

- Bom dia, norinha. Como você está se sentindo? E você, amor de vó, tá se comportando direitinho aí dentro? - ela perguntou, conversando com minha barriga. Eu achava linda essa interação de todos com meu filho.

- Estamos ótimos. Só tô muito ansiosa pra ouvir o coraçãozinho do meu amor. - Eu disse acariciando meu ventre.

- Então vamos logo, que a Luane já tá esperando a gente lá fora. Tô ansiosa pra ver nossa filha, mô - minha esposa se pronunciou, me dando um cheiro no pescoço.

Saímos de casa e entramos no carro de Luane. Em vinte minutos chegamos na clínica e logo fomos direcionadas para o consultório.

- Bom dia, mamães. Como estão? - perguntou a doutora.

- Ansiosas pra ouvir o coraçãozinho da nossa filha. - Lud apressou-se em dizer. A médica nos olhos com o semblante confuso.

- Relaxa, doutora. A Ludmilla cismou que é menina e não há nada que tire isso da cabeça dela.

A médica riu e negou com a cabeça.

- Vamos ver daqui uns meses se a mamãe Lud acertou mesmo. Enquanto isso, vamos ver se esse baby está saudável.  E vocês, vovós, estão preparadas?

- Tô nervosa pra caralho, não tenho mais idade pra fortes emoções assim não. - Mia soltou sua primeira pérola e todos rimos. Eu amava minha mãe.

- Eu ainda tô em choque que realmente vamos ver meu netinho ou minha netinha. - minha sogra disse com a voz embargada.

- Então vamos acabar com a ansiedade de todas e ver como está esse neném. Brunna, pode deitar aqui, levantar o vestido e tirar a calcinha. Apoie as duas pernas nessa parte aqui. - ela disse me auxiliando.

Tirei meu blazer e calcinha e deixei sobre a poltrona. Me deitei na maca, levantando meu vestido até a cintura, com Ludmilla ao meu lado, segurando minha mão, e minha mãe e sogra logo ao lado dela. Luane estava do outro lado, com o celular apontado para nós, filmando tudo. A médica colocou uma espécie de lençol para tampar minha região íntima, já que eu estava com as pernas abertas.

- A primeira ultra é a transvaginal, tudo bem? No segundo trimestre já é possível fazer a morfológica. Agora vou inserir em você o transdutor, que permite ver os órgãos dentro da sua cavidade pélvica, e assim vamos saber o tempo exato da gravidez e ver se está tudo certo com a placenta e o útero.

- Vamos ouvir o coraçãozinho dela hoje, doutora?

- Se for possível, sim. Essa ultrassonografia também permite ouvir os batimentos cardíacos do bebê. Mas em alguns casos, é necessário que a mãe esteja com mais de oito semanas gestacionais. Preparadas?

Assentimos com a cabeça e logo senti o aparelho sendo inserido dentro de mim. Senti um leve desconforto, mas logo passou.

- Aqui está o baby de vocês.

A médica foi nos mostrando e explicando tudo. Não dava para ver muita coisa, mas consigamos identificar onde nosso filho estava em meio àquele grande borrão que é a ultrassonografia.

- Brunna, você está com oito semanas e três dias. Agora vamos ver se já vai dar pra ouvir os batimentos cardíacos.

De repente o mundo parou e eu só ouvia o som forte e acelerado do coração do meu bebê.

- Escuta, amor. É o nosso neném. Olha como é forte esse coração. - minha esposa disse aos prantos. Na verdade, todas ali naquela sala estavam chorando. - Ouvir o coraçãozinho da minha filha é melhor do que qualquer música. Obrigada, amor. Obrigada por isso. Eu te amo e amo nossa família.

Ludmilla me beijou antes mesmo que eu falasse algo. O beijo era salgado, devido as lágrimas que escorriam de nossos olhos. Nos afastamos e eu fiz um carinho na sua bochecha.

- Eu amo vocês. Obrigada por ser tão incrível pra mim, Lud. Obrigada por viver comigo esse sonho.

Com lágrimas nos olhos, ficamos por mais um tempo ali, ouvindo os batimentos fortes do coração do nosso bebê. Definitivamente, o melhor som que já ouvi na vida.

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Oii amores!!!
Capítulo curtinho, mas bem fofinho pra vocês 🫶🏾
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