18 - Desespero

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Pov Brunna

A nossa família estava em êxtase com minha gravidez. Eu tinha completado 18 semanas e tudo estava perfeito, tirando alguns enjoos matinais, mas nada fora do normal. Lud e eu resolvemos comprar algumas coisinhas para o quarto de Jasmine. Fizemos um projeto lindo, com o tema bosque encantado. Marcamos de ir na loja hoje para escolher os móveis do quartinho. Estávamos mega ansiosas. Tiramos tudo do maior quarto de hóspedes da nossa casa e o reformamos para receber a nova decoração.

Ludmilla precisou ir ao estúdio gravar algumas músicas e marcamos de nos encontrar na loja. Tomei um banho demorado, hidratei bem minha barriga e vesti um vestido verde oliva. Nos pés, optei por uma sandália baixa e confortável. Coloquei a lace morena iluminada curta e fiz algumas ondas nas pontas. Peguei minha bolsa, meu celular e a chave do meu carro. Desci as escadas com cuidado e me despedi da Nete.

- Netinha, tô indo, tá? Vamos escolher os móveis do quartinho da Jas e depois almoçar fora.

A Nete abriu um sorrisão e me abraçou.

- Vai com Deus, Bru. Come pelo menos uma fruta antes de sair de casa pra Jas não sentir fome.

Ela pegou uma banana da fruteira e me entregou. Agradeci beijando sua bochecha e saí de casa. Entrei no carro e, antes de ligá-lo, comi a fruta. Aproveitei para avisar minha esposa que já estava a caminho.

"Amor, tô saindo de casa agora. Daqui uns 20 minutos tô chegando. Te amo."

Não demorou nem dois minutos e recebi um áudio em resposta.

"Tá bom, minha gata. Já tô terminando aqui também. Até daqui a pouco. Amo vocês, minhas meninas."

Desliguei o celular e liguei o carro, saindo logo em seguida. Agora que estava grávida, eu tinha ainda mais cuidado no trânsito. Dez minutos e eu comecei a sentir uma sensação estranha. Olhei pelo retrovisor e vi um carro preto logo atrás do meu. Senti um arrepio percorrer minha coluna e respirei fundo. Acho que tô ficando um pouco paranoica. Mais quinze minutos e eu finalmente cheguei no edifício que ficava a loja. Entrei no estacionamento e estava lotado. Encontrei uma vaga bem no final dele e fiz o meu melhor para estacionar nela. Peguei minha bolsa e desci do carro. Apertei o alarme e, na mesma hora, senti alguém chegar atrás de mim, tampando minha boca com a mão. Senti um objeto duro na minha cintura e quando olhei, percebi que era uma arma. Tremi dos pés a cabeça.

- Se gritar, vai ser pior. Agora você vai vir comigo, bem caladinha, ou eu atiro na sua barriga e mato sua filha.

Instintivamente coloquei as mãos na minha barriga, para protegê-la, e senti as lágrimas descendo dos meus olhos. Eu estava desesperada. "Deus, não deixa acontecer nada com minha Jasmine", era a única coisa que eu pedia em pensamento. De repente, senti um pano sendo colocado no meu nariz e depois disso apaguei.

Pov Ludmilla

Terminei de gravar as músicas e me apressei para ir de encontro às mulheres da minha vida. Eu estava agoniada. Meu peito estava doendo e eu não atendia o porquê, só sei que precisava ver a Brunna. Me despedi do Castilhol e segui com o Marcos até seu carro. Ele me deixaria na loja e depois eu voltaria com a Bru no carro dela. Vinte e cinco minutos depois, Marcos estacionou de fora do edifício e eu desci, me despedindo dele. Segui até a loja e fui recepcionada pela atendente responsável.

- Boa tarde! Tudo bem? - cumprimentei ela com um aperto de mão.

- Boa tarde, senhora Ludmilla. Vou bem e você?

- Bem também. Aonde tá minha esposa? Acabei me atrasando um pouquinho.

- A senhora Brunna ainda não chegou.

- Como assim? Já era pra ela estar aqui a uns dez minutos. Só um momento, por favor.

Minhas mãos começaram a tremer e meu coração batia descontroladamente. Peguei meu celular e liguei pra Bru. Chamava, chamava e nada dela atender. O desespero começou a me assombrar. Liguei pra Nete.

- Oi Lud!

- Nete, a Bru tá aí?

- Ela saiu já faz uns 35 minutos, Lud. Por que?

- Nada não, Nete. Nos desencontramos e acho que o celular dela descarregou. - preferi não preocupar ela.

Me despedi dela e fiquei sem saber o que fazer. Liguei para o Marcos e pedi pra ele voltar. Eu estava desesperada e as funcionárias da loja tentavam me acalmar. Menos de dez minutos e meu irmão voltou.

- O que foi, Lud? - corri até ele e o abracei em prantos.

- A Bru, Marcos. Ela ainda não chegou, não atende o celular. Eu não sei o que fazer. Eu tava com uma sensação horrível e... eu preciso da Brunna, irmão. A Jas...A minha filha. Eu quero minha filha.

Comecei a chorar ainda mais. A dor que eu sentia era dilacerante.

- Calma, Lud. As vezes ela pegou trânsito e o celular descarregou. Não se desespera. Vamos descer, ela deve tá chegando. Vamos lá no estacionamento, irmã.

Marcos me abraçou e descemos para o estacionamento. Nada. Resolvi ligar pra Bru, novamente. De repente, ouvi o toque do seu celular e meu coração parou. Segui o som e vi o carro da Brunna estacionamento ali, na última vaga, e sua bolsa jogada no chão. Me desesperei ainda mais.

- Marcos, o que aconteceu com a Bru? Pelo amor de Deus, chama a polícia. Minha Bru e minha filha devem estar em perigo. Traz elas de volta pra mim, irmão, por favor.

Caí num choro incontrolável nos braços do Marcos e só conseguia orar a Deus para que Ele protegesse as minhas meninas.

*
Um capítulo diferente pra colocar mais emoção nessa história. Quem será que pegou a Brunna? E por quê? Deem seus palpites. Até qualquer dia, beijos

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