Pov Ludmilla
3 semanas se passaram. Brunna completou 41 semanas de gestação e podia dar a luz a qualquer momento. Ela optou pelo parto humanizado na banheira. Contratamos uma excelente equipe médica, que estava preparada para ser acionada a qualquer momento.
O quartinho da Jas estava só esperando por ela. Eu e minha esposa passávamos horas dentro dele, fazendo mil e um planos.Eram quatro horas da tarde. Nossas mães estavam na nossa casa, jogando conversa fora com a Nete. Brunna estava deitada na nossa cama. Seus pés estavam muito inchados e ela sentia bastante dores nas costas. Eu peguei um óleo e fiquei fazendo uma massagem em seus pés, para aliviar um pouco. Percebi quando ela fez uma careta de dor, mas disfarçou. Ignorei, porém fiquei de olho nela. Minutos depois, a mesma careta.
- Mô, tá sentindo muito dor?
- Sim, vida. Tá cada dia mais difícil. Aiiiiii. - ela se sentou, segurando a barriga.
- O que foi, vida? Tá doendo mais que o normal?
- Tá, amor. Porra, que dor. Filha, ajuda a mamãe aí.
Segurei sua mão e senti ela ser apertada quando mais uma dor atravessou o corpo de Brunna. Deitei no colo da minha esposa, deixando meu rosto colado em sua barriga, e comecei a cantar a música que eu havia feito pra Jasmine. Aos poucos, a dor foi cessando.
- Ela sempre se acalma quando ouve você. Obrigada, amor. Não sei o que faria sem você aqui.
- Eu te amo, Bu. - me sentei e a beijei.
Quando nos separamos, olhei para baixo e percebi uma mancha molhada em cima do lençol.
- Bru, acho que você fez xixi.
Ela olhou para baixo e arregalou os olhos. Segundos depois, lágrimas começaram a descer.
- Amor, tá tudo bem. Você tá grávida, isso é normal, tá? Não precisa chorar, vida.
Segurei seu rosto entre minhas mãos, limpando suas lágrimas com meus dedos.
- Lud... Por favor, não apavora, ok? Mas isso não é xixi. Minha bolsa estourou.
Fiquei imóvel por 5 segundos. A bolsa estourou. Jasmine ia nascer.
- Ai meu Deus. Caralho. Brunna, a Jas vai nascer. Eu vou infartar. Ai meu coração.
Me levantei da cama e comecei a andar pelo quarto, procurando não sei o que.
- Calma, amor. Eu preciso de você agora. Vem aqui, vida.
Respirei fundo e voltei pra perto de Brunna, deixando um beijo em sua testa e outro em sua barriga.
- Filha, desculpa a mamãe. Eu tô nervosa pra caralho, ops... - coloquei a mão na minha boca, tampando ela - não escuta essa parte do palavrão, Jas.
Ouvi a risada gostosa de Brunna e voltei meu olhar pra ela.
- Só você pra me fazer rir uma hora dessa. Te amo. - ela me deu um beijo calmo, mas logo gemeu de dor.
- Respira, Bru. Vai tirando sua roupa, pra gente tomar um banho. Enquanto isso, vou falar com nossas mães e pedir elas pra ligar pra nossa médica.
Brunna assentiu com a cabeça e começou a tirar as poucas peças que cobriam seu corpo. Aproveitei e desci as escadas, encontrando minha mãe, Mia e Nete conversando na cozinha enquanto preparavam algo para comerem.
- Mulheres da minha vida, se preparem porque nossa princesinha vai nascer. - soltei a bomba, sem enrolação.
Minha mãe tinha uma colher na mão e deixou-a cair quando ouviu o que eu disse.