21 - Alívio

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Pov Ludmilla

Após algemarem o sequestrador e seu capanga e jogá-los dentro da viatura da polícia, Brunna e eu fomos encaminhadas para a delegacia. Mesmo com dificuldade, devido seu emocional bastante abalado, minha esposa contou detalhadamente tudo o que aconteceu. Meu coração se apertava a cada palavra que ela dizia em meio ao choro. Minha Brunna é muito forte.

Ficamos na delegacia por cerca de duas horas. Durante esse tempo, levei Brunna até um banheiro e vesti nela o moletom que eu havia levado na mochila. Também fiz ela comer um lanche e uma fruta. Em seguida, fomos até o hospital e liguei pra nossa obstetra nos encontrar lá. Chegando no hospital, encontramos nossas mães, que estavam super aflitas. Mia quase passou mal ao ver a filha. Ambas choraram muito e ficaram abraçadas por incontáveis minutos. Quando os ânimos se acalmaram, entramos no consultório e a médica pediu que Brunna se deitasse na maca.

- Brunna, eu sei que você sofreu grandes emoções nas últimas horas, então preciso saber se você sentiu algo no ventre, alguma dor, tontura...

- Eu comecei a sentir umas pontadas no pé da barriga e fiquei apavorada. Mas fiz o possível pra me acalmar porque sei que tudo que sinto, minha bebê também sente. Fiz aquele exercício de respiração e fiquei conversando com a Jas. Graças a Deus, as dores pararam. Depois fiquei só fraca mesmo, mas foi devido à fome.

Meus olhos ficavam o tempo todo marejados, mas eu segurava as lágrimas para ser forte pela Bru.

- Que bom que você conseguiu se acalmar. Durante a gravidez, é normal suas emoções ficarem descontroladas, mas quanto mais você conseguir se tranquilizar, melhor pra você e pro neném. Vamos ver como está essa garotinha. Levanta sua blusa, por favor.

Brunna levantou o moletom, deixando sua barriguinha, levemente arredondada, à mostra. Segurei sua mão e olhamos para o monitor enquanto a médica aplicava o gel e passava o aparelho de ultrassom. Ficamos em silêncio alguns minutos, completamente apreensivas.

- Está tudo bem. Jasmine é uma bebê muito forte e saudável. Só vou pedir para que a enfermeira te aplique uma bolsa de soro, pra você se hidratar mais rapidamente. Após isso, você está liberada para voltar pra casa. Mas quero que você fique de repouso por pelo menos três dias, tudo bem? Somente por precaução. Agora vamos ouvir o coraçãozinho dela. Tenho certeza que vai acalentar um pouquinho o coração de vocês.

Ouvimos aquele barulhinho lindo,forte e único. Sempre será como se fosse a primeira vez. Não consegui segurar mais as lágrimas e deixei-as correr livremente. Brunna não estava diferente. Chorávamos aliviadas por nossa menina estar bem. Nossas mães, que estavam no cantinho, quietinhas, apenas olhando, se abraçaram chorando de alívio também.

Cerca de uma hora depois, Brunna foi liberada após tomar soro. Fomos embora e, como pedi pra minha mãe, a casa estava vazia. Eu não queria festa, comemoração, nada do tipo. Eu e Brunna precisávamos de um tempo sozinhas, pra nos recuperarmos das piores horas das nossas vidas. Só por precaução, minha mãe e minha sogra iriam dormir por ali naquela noite, ou melhor, dia, afinal já era quase seis da manhã. Nete fez uma comida leve pra Bru e ela comeu tudinho. Eu amava vê-la comendo tudo com tanta vontade. Após a refeição, subimos para nosso quarto.

- Vem amor, vamos tomar um banho e depois vamos dormir bem juntinhas. Eu vou cuidar de vocês.

Bru estava quieta e era totalmente compreensível. Eu precisava marcar uma consulta com a psicóloga dela. Com cuidado, tirei toda a roupa da minha mulher e, em seguida, a minha. Levei-a para o box do banheiro e liguei o chuveiro na água quente. Abracei Brunna e senti ela esconder o rosto no meu pescoço. Logo, foi possível ouvir seu choro baixo e suas lágrimas quentes escorrendo em mim.

- Tá tudo bem, amor. Agora tá tudo bem. Eu prometo que nada de ruim nunca mais vai te acontecer. Eu tô aqui, Bru. Não precisa mais ter medo. - eu sussurrei, segurando minhas próprias lágrimas, acariciando suas costas e cabelos.

- Eu nunca senti tanto medo na minha vida. Obrigada por ter me salvado. Eu te amo muito, Lud. Muito mesmo. - ela disse com a voz falhada.

- Eu também te amo, linda. Amo vocês duas. Eu tenho muito orgulho da mulher forte que você é. Obrigada por cuidar da nossa princesa, mesmo quando você não tinha forças pra nada. Eu amo você.

Me afastei um pouco somente para baijá-la. Foi um beijo calmo, sem malícia. Ficamos no banho durante uns 20 minutos. Quando saímos, sequei o corpo da minha mulher e vesti nela somente um top e uma calcinha. Me vesti da mesma forma. Nos aconchegamos na nossa cama, uma de frente pra outra. Brunna mantinha uma mão no meu rosto, fazendo carinho, enquanto eu acariciava sua barriga. Comecei a cantar " Meu Bem Querer" do Sérgio Saas. Eu gostava bastante da letra dessa música. Cantei baixinho, olhando pra minha esposa que ouvia com os olhos fechados. No finalzinho da música, enquanto ainda estava com a mão sobre a barriga de Brunna, senti algo diferente. Parei de cantar e arregalei os olhos. Bru estava assustada, assim como eu.

- Mô, você também sentiu? - perguntei, enquanto me sentava. Ela se sentou também, segurando minha mão em seu ventre.

- Sim, vida. Foi a nossa Jas. Ela mexeu. Nossa menina está falando com a gente.

Não precisou de mais nada pra nos acabarmos de chorar, novamente. Sentimos nossa filha mexer pela primeira vez. Depois de todo esse pesadelo, ela estava ali, nos dando a nossa maior alegria.

- Canta mais, amor. Ela gostou da sua voz.

Voltei a cantar e ela voltou a mexer. Era uma sensação única. Saber que ela me ouvia e gostava da minha voz, me deixou com o coração quentinho. Brunna já não estava mais com o olhar triste, muito pelo contrário. Agora seus olhos brilhavam de emoção e o sorriso  estampado em seus lábios era o meu preferido.

- Obrigada por ser nossa luz e nossa alegria, meu amorzinho. Nós amamos você. - eu disse com a boca colada na barriga da Bru. Estava deitada em seu colo e ficamos ali assim por muitos e muitos minutos, aproveitando aquele momento inesquecível. Só fomos dormir quando nossa princesa se cansou e foi dormir também.

*

Todas desesperadas porque o capítulo não abriu kkkkk Gente, eu que apaguei ele ontem, porque a lerda aqui clicou errado e publiquei sem querer e ainda tava faltando algumas coisinhas, sorry kkkkk
Sei que os capítulos estão pequenos, mas nas últimas semanas não ando muito bem e, consequentemente, fico indisposta para escrever. Prometo tentar melhorar.

🚨 OUÇAM PIÑA COLADA

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