Cap. 26🤍

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POV GIOVANNA

    A festa havia começado a algum tempo, nao consegui ter animação alguma nos últimos dias. A saída de Vanessa e o discurso de Tadeu repetiam-se incessantemente em minha cabeça.

     - Ei Gi, Sai dessa vibe ai man, ce tem que aproveitar.- Bin diz, se aproximando de onde estou sentada. O funkeiro segurava uma taça, com gin tonica dentro.- Se liga, bebe ai, Vamo curtir.-  Me entrega, logo depois me olhando fixamente em expectativa.

     Depois que machuquei o pé, não bebi em nenhuma das festas que houveram. Sempre fiquei com Vanessa e nao sentia falta da bebida quando estava com ela. A forma como ela dançava incansavelmente me contagiava, e me embriagava mais do que qualquer droga legalizada.

     Eu sabia que não podia beber por conta dos medicamentos que estava tomando, mas sinceramente, se eu pudesse ter passados os últimos dias embriagada, teria o feito sem peso na consciência.

       -Ta muito forte?- Questiono, encarando o rapaz com pouca vontade.

      -O suficiente pra fazer você se sentir melhor.- Responde, sorrindo sugestivo. Tenho vontade de revirar os olhos por observar o quão patético ele  estava ao tentar dar em cima de mim, mas evito a ação, não querendo soar rude.

     Suspiro cansada, virando a taça sobre meus lábios logo depois. A velocidade com que engoli o líquido, ajudou a não sentir o gosto amargo evidente passando por minha lingua.

    
     -Quer mais um? - Pergunta, um pouco surpreso com o que eu havia feito. Apenas concordo com a cabeça, devolvendo a taça pra ele e acompanhando-o se afastar até o bar novamente.

       -Você não devia fazer isso.- Yasmin fala, se sentando ao meu lado e encarando a pista de dança que estava na nossa frente.

      - Não vem me dizer oq eu devo ou não fazer.- Respondo, tentando nao soar rude, mas sabendo que era inevitável.

      -Cê ta com raiva caralho, e tudo bem você estar com raiva, eu também estaria, Vanessa é uma gata.- Sorri de lado e encaro seu perfil.

      -Veio aqui pra me dizer que minha namorada é gata?- Questiono irritada, e a loira finalmente me encara, com o rosto sereno e tranquilo, sorrindo divertidamente .

       -Esse não é o ponto, Gi. O que eu quero dizer, é que sei que você só está agindo dessa forma, por raiva. Do universo, do público, da vida, sei lá. Isso real nao vale a pena! Ficar bêbada e sair de órbita nao vai fazer com que seus problemas desapareçam porra!- Ela explica, como se fosse completamente obvio. E eu sabia que era bem óbvio. Sabia que nao devia reagir da forma como estou reagindo. Porem, sabia tambem que a unica forma de esquecer tudo que estava acontecendo, era beber, até pq, assim que a festa acabar, vou voltar pra casa e a unica coisa que poderá adulterar um pouco a quimica do meu cerebro, vai ser o açucar das jujubas no quarto do lider.  -  Eu consigo ouvir as engrenagens funcionando na sua cabeça, ta até saindo fumaça.-  Comenta, rindo e me fazendo sorrir por saber que eu realmente estava pensando demais.   -  Só toma cuidado Ok? Nao vai fazer nada que pode se arrepender depois...- Assim como Chegou, a loira simplesmente se levanta, e vai dançar, me deixando novamente sozinha.

     Suspiro, sabendo que a carioca estava certa. Olho para Bin e vejo que ele esta terminando de preparar a bebida. Aquela festa nao era pra mim, e ficar ali fazendo o que eu estava pensando em fazer, só ia me deixar com uma puta ressaca. Levanto, decidindo avisar o homem que nao iria aceitar a bebida, e logo depois, iria pro quarto descansar.

POV VANESSA LOPES.

        Assistia atentamente a tudo q acontecia na festa. Estava tudo bem parado e normal até Bin ir se engraçar pra cima de Giovanna, que tinha um olhar um pouco vazio.

       - NOSSA, quando eu voltar eu faço questão de enviar esse calabreso de volta pra casa.- Resmungo, ao ver que ele incentivou a mineira a beber, mesmo sabendo que ela não podia, por ainda estar tomando medicamentos.- Ô BONINHO, DA UMA ESTALECADA NA IRRESPONSÁVEL DA MINHA NAMORADA PQ ELA NAO TEM JUÍZO. - Grito para as paredes, sentindo uma eminente preocupação crescer dentro de mim quando a morena vira a bebida de uma só vez, indicando querer mais uma, e logo tendo seu pedido atendido pelo funkeiro. - Mc bomba filha da - Minha fala é interrompida quando Yasmin aparece, se sentando ao lado da morena e aconselhando-a.

  
     - Não vem me dizer oq eu devo ou não fazer.- Giovanna responde, com um tom de indiferença.

       -Mulhé pra que esse estresse todo? Calma calabresa.- Falo sozinha, acompanhando a conversa das duas enquanto comia uma das batatas de cilindro q a produção havia deixado no quarto. Quando Yasmin se levanta e sai, a câmera acompanha o olhar de Giovanna, que estava direcionado a Bin. O homem ja colocava a bebida dentro da taça, e a morena se levanta, pegando suas muletas e indo aparentemente em seu encontro. Um forte desconforto começa a crescer em meu peito.

POV NARRADOR

      -Ei gata, aqui toma, esse aqui ta no capricho.- O Funkeiro fala, ficando de frente pra Giovanna que apenas nega com a cabeça.

      -Ce ta doido, to indo deitar, acho que ficar aqui nao vai ser bom pra mim.- A mulher responde, sorrindo gentil e educada, ja conseguindo sentir os efeitos da taça que havia virado ha um tempo atrás.

     Os olhos de Bin se demoravam nos castanhos de Giovanna, que o encarava, mas sem de fato o ver. A morena nao sabia pq sua atenção estava presa nos olhos do funkeiro, mas percebeu ter se demorado um pouco mais naquele olhar. Como se parecesse rápido demais pra acompanhar, Bin sorri, se aproximando com cuidado, para a mineira se afastar se quisesse, porém, mesmo ali, parada, o olhando, a mente da morena nao acompanhava o que estava acontecendo. Notou a volta de sua sanidade ao sentir um leve encostar de lábios nos seus, rápido demais para que desse tempo dela se afastar, o selinho durou milésimos de segundos, e Bin apenas se afastou, caminhando até a pista de dança e deixando uma Giovanna complemente sem reação para trás.

      -Que porra foi isso?!!!!- A voz de Isabelle se manifesta. A India estava acompanhada de Michel, que possuia uma expressão tao incrédula quanto a de Cunhã.

       -Eu... Eu não sei.- A mineira sussurra, atordoada, sentindo o coração disparado e uma súbita sensação de culpa dominar seu peito. Isabelle então encara o olhar da amiga, percebendo que aquilo nunca devia ter acontecido.

Maktub (ginessa)Onde histórias criam vida. Descubra agora