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ARES HIADALGO

Faço cara de nojo quando Raquel vomita.

Seguro sua cabeça, porque pelo visto ela já não consegue se manter de pé, sentada ou de qualquer outra forma. Seguro o rosto dela com as mãos e assopro para refrescá-la. Seus olhos estão quase fechando, e ela me dá um sorriso bobo.

— Seu hálito tem cheiro de cigarro e chiclete de menta — diz, soltando uma risadinha. — Tão você… Tiro algumas mechas de cabelo que grudaram no seu rosto com o suor.

Ela tenta bater na minha mão, mas seus braços não respondem.

— Não precisa me ajudar, deus grego, estou bem.

Ergo a sobrancelha.

— Ah, é? Então fica de pé.

— Só vai embora e me deixa aqui, vou ficar bem.

Não posso deixá-la aqui, ainda que ela não seja minha pessoa favorita no momento, depois que a vi beijando aquele nerd.

Não pense nisso, Ares.

Soltando um suspiro de cansaço, eu a ajudo a se levantar e, quando ela já está de pé, me agacho um pouco e apoio seu braço no meu ombro para carregá-la. Quando saímos da varanda, ela não consegue fazer nada além de soltar sussurros.

Carregá-la pelo corredor não é difícil, ela não é pesada e estou acostumado a levantar mais peso nos treinos do time.

Entro no único quarto que não foi usado como motel hoje.

Como sei disso? Porque meus amigos estão lá dentro, jogando videogame e bebendo. O primeiro que me vê é Marco.

— Deixa eu adivinhar — diz ele, e finge estar pensando. — Raquel?

A garota de cabelos escuros que eu trouxe há pouco está sentada no colo de Gregory e indaga:

— Quem é ela?

Luis levanta as mãos, mostrando não saber.

— Pergunte ao Ares. Eu ainda não entendi qual é a desses dois.

Dando uma olhada séria em todos, respondo:

— Todo mundo para fora, já.

Depois que todos saem, levo Raquel ao banheiro, coloco-a na banheira e ela fica ali sentada, com a cabeça recostada na lateral.

— Você vomitou na sua roupa — aviso, começando a levantar sua camiseta branca florida.

Ela protesta, mas consigo tirar. Seus seios ficam nus, tão perfeitos como eu lembrava, nem tão grandes nem tão pequenos, o tamanho ideal para seu corpo.

Não é hora disso, Ares.

Abaixo a saia dela até os calcanhares, meus olhos percorrendo suas pernas. Raquel está usando uma lingerie preta, que contrasta com sua pele. Engulo em seco, tentando me concentrar. Abro a torneira, e ela dá um grito com o jato de água fria na cabeça.

— F-friiiiiiiiio — gagueja ela, os cabelos molhados grudando no rosto.

Sem encará-la, ensaboo seu corpo, fitando a parede. A carne é fraca, e eu sempre desejei Raquel mais do que me permito admitir. Depois de deixá-la escovar os dentes ainda meio desajeitada, eu a enrolo na toalha e a coloco sentada na cama.

— Ares… — Hmm?

— Estou com frio.

Deve estar mesmo, porque o ar-condicionado está ligado na menor temperatura para manter a casa fresca com tanta gente. Raquel parece ter recuperado um pouco mais de força depois do banho, pelo menos já consegue ficar sentada sozinha. Eu a ajudo a se enxugar e jogo a toalha molhada no chão.

Através da minha janelaOnde histórias criam vida. Descubra agora