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ARES HIDALGO

Acordar e não sentir o corpo de Raquel ao esticar meu braço não é o que eu estava esperando. Com a cabeça girando, me levanto e vou cambaleando até o banheiro, dou uma olhada e nada. Percebo que suas roupas não estão em lugar nenhum, então me dou conta de que ela foi embora.

A bruxa me usou e saiu fora?

Não acredito, essa vai para a lista cada vez maior das primeiras vezes com a Raquel.

Nenhuma garota desapareceu na manhã seguinte depois de uma noite de sexo; esse papel sempre foi meu.

Ela continua roubando todos os holofotes.

Mas por que ela foi embora?

Não fiz nada de errado na noite passada.

Ou fiz?

Passo a mão no rosto, tentando me lembrar de tudo. Nossa, posso dizer que foi a melhor transa que já tive na vida. Essa mulher me deixa louco. Sorrio que nem um idiota, enquanto encaro a única roupa que tenho para vestir: a fantasia de deus grego. Ah, não, não vou sair daqui assim de jeito nenhum. Procuro outras roupas no armário, já que estou em um dos quartos de hóspedes da casa do Marco e, como ele está acostumado a nos receber aqui às vezes, sempre tem algumas peças separadas para as visitas.

Depois de colocar uma bermuda e um moletom branco, desço as escadas até a sala, onde me deparo com uma cena que poderia ter saído do filme Se beber, não case.

Gregory está deitado no sofá, com uma bolsa de gelo na testa. Apolo está pálido, sentado no chão com as costas apoiadas no sofá e um balde ao lado dele. Marco está no sofá com uma bolsa de gelo em seu… Marco é o primeiro a me notar.

— Não pergunte.

Eu não posso deixar de rir.

— Mas que bosta é essa?

— Estou morrendo — grunhe Gregory.

Não consigo desviar o olhar de Marco.

— O que aconteceu?

Marco não me encara.

— Qual parte do “não pergunte” você não entendeu?Deixa pra lá.

— É difícil deixar pra lá quando tem uma pessoa na nossa frente com uma bolsa de gelo no pau.

Apolo bufa.

— Por que você é tão grosseiro, Ares?

Sento do outro lado do sofá, aos pés de Gregory.

— Você quebrou?

Marco me lança um olhar assassino.

— Não, só… acho que é assadura de fricção.

Eu rio alto.

— Cara, e eu achando que tinha tido uma noite selvagem.

Gregory ri.

— Eu também, mas não, o Marco parecia uma TV velha.

Gregory e eu dizemos ao mesmo tempo:

— Sem controle.

Marco retorce os lábios.

— Rá rá, que engraçado.

Apolo sorri.

— Essa foi boa.

Apolo e eu seguimos para casa e chegando lá, vamos direto para a cozinha, ainda fracos e tontos. Precisamos beber e comer alguma coisa e tomar um bom banho. Apolo desmaia na mesa da cozinha, então pego duas latinhas de energético na geladeira e coloco do outro lado da mesa. Eu sei que Apolo aproveitou a noite de ontem e estou bem curioso.

Através da minha janelaOnde histórias criam vida. Descubra agora