Capítulo 2

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Diego estava em pé andando de um lado para o outro na sala do técnico. Diana estava ao lado mexendo no celular.

- Aquele babaca, quem ele pensa que e para falar comigo daquele jeito.

- Calma Diego, você tem um jogo daqui à uma hora, precisa ficar frio. Como está sendo a repercussão da coletiva?

Vendo que a pergunta tinha sido para ela, Diana levantou os olhos do celular.

- Por enquanto nada sério alguns estão chamando de outro surto do grande jogador. Mas pelo que eu li, todos estão do lado do repórter.

- Ele e de qual emissora?

- Somente a segunda maior emissora do pais, inclusive a responsável por transmitir a copa.

Diego se jogou no sofá ao lado.

- Então ele não vai ser nem demitido?

- Porque seria?

- Porque ele me afrontou, não foi nada profissional.

- Você mais do que ninguém sabia que isso ia acontecer em algum momento, eu sempre te avisei que sua vida pessoal em algum momento iria atrapalhar o seu trabalho como jogador.

Diego se arrumou no sofá. Olhou para o técnico e a assessora.

- O que vamos fazer?

- Vamos esperar, por enquanto, continue jogando bem como vem fazendo, e vamos torcer para que as pessoas esqueçam isso com o tempo. Mas não vai ser fácil. Querendo ou não, estamos em um tempo em que a vida pessoal de um atleta chama muito mais atenção do que a vida profissional. E tudo que o repórter disse e verdade, sua imagem como pessoa e péssima.

Diana voltou a mexer no celular como sempre fazia depois de dar um sermão em Diego, o que era freqüente já que muitas vezes ele agia como uma criança mimada que precisava de cuidados constantes.

- Mas esse repórter tem que ser punido de alguma forma, ele não tinha direito de falar o que falou.

- Porque ele seria punido? – Diana levantou os olhos sérios do celular – Ele fez o que todo repórter faz, perguntas, a única diferença e que ele fez perguntas de cunho pessoal.

- E isso, ele não devia ter falado sobre minha vida pessoal, era uma entrevista sobre o jogo.

- Que você transformou em pessoal quando fez a piadinha sobre o outro time, ele apenas devolveu a piada.

- Não interessa, ele prejudicou minha imagem. Se eu for prejudicado por causa disso, ele também tem que ser.

Diana se levantou séria, pegou a bolsa em cima da mesa e foi em direção a porta, antes, no entanto ela disse olhando firme para Diego.

- Faz três anos que trabalho com você, e sempre deixei bem claro que uma hora suas atitudes iriam atrapalhar seus planos e sonhos. Não importa que seja um repórter, um patrocinador ou até mesmo um rival que esteja fazendo isso, a culpa e sua. E eu espero que você pense bem no que vai fazer daqui em diante, porque isso e só o começo.

Diego abaixou a cabeça, por mais que não admitisse em voz alta, sabia que ela estava certa.

- Eu preciso ir, combinei um jantar com minha irmã. Qualquer coisa me liga, faça um bom jogo como sempre, e pense no que estou dizendo. E não se preocupe, eu vou fazer o possível para que isso respingue o menos possível em você.

- Obrigado.

- E o meu trabalho.

Diana sorriu e saiu da sala, o técnico que até então estava só olhando, falou com Diego.

- Ela tem razão. Mas vamos deixar isso para depois, temos um jogo para ganhar. Vamos para o vestiário.

Diego e o técnico saíram em direção aos vestiários, sem noção do que estava por vir. 

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