Capítulo 8

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Diego chegou ao apartamento onde morava nervoso, o coração acelerado, apertado e confuso. Correu para cozinha e tomou um copo de água como quem não bebia há anos. Já tinha perdido o treino, então não sabia o que iria fazer para ocupar a mente. Pensou em mandar mensagem para alguma garota com quem tinha contato, mas mudou de idéia quando se lembrou de Lucas, por mais que tentasse o repórter não saia de sua mente.

Ele havia deixado o beijo acontecer, ele soube, assim que Lucas se aproximou, e não impediu. Porque ele queria, aquele beijo estava em seus pensamentos antes mesmo de acontecer, e foi tão perfeito que ele tinha certeza que se lembraria daquilo para o resto da vida. Foi mágico, teve conexão, ele nunca tinha sentido aquilo em toda a vida.

Era isso que o repórter despertava nele, o desejo do novo, a sensação de estar fazendo tudo à primeira vez. Era como se todos os beijos anteriores não tivessem existido, como se todas as garotas que ele tinha ficado até aquele momento nem tivessem existido, faziam parte de outra vida, outra memória. Ele gostava daquilo, por mais assustador que fosse ele gostava. Ele que nunca tinha feito nada tão diferente em sua vida, que mesmo na loucura sempre tentou sem manter na linha, agora se via como um adolescente, descobrindo as loucuras da paixão.

A petulância do repórter desde a primeira vez que tinham tido contato, o sorriso cínico, o deboche mesmo que espontâneo, a forma sedutora como ele o chamava de jogador, tudo aquilo despertava nele um sentimento avassalador, uma vontade pegar ele e mostrar o quanto ele o deixava louco. Não podia mais negar, estava apaixonado.

Por mais que sempre tenha se visto como hétero, pegador, e todas as coisas que ele considerava normal, ele nunca foi do tipo que se enganou com os sentimentos, sempre soube o que queria com cada garota com quem saiu, sempre foi sincero com seus objetivos, sempre manteve a mente e o coração em sintonia. Ele sabia que no meio em que trabalhava, qualquer vacilo poderia acabar com sua carreira. Então entender o que estava sentindo não era difícil.

Era triste, porque ele sabia qual seria a reação do mundo se ele sequer pensasse em se assumir gay, ou que tinha um relacionamento com outro homem, gay talvez ele não fosse. Não conseguia olhar para outro homem como olhava para Lucas, nenhum despertava nele o desejo, a excitação e atração que Lucas causava, talvez fosse bissexual, mas era o repórter que causava nele as mais estranhas sensações.

E agora ele tinha estragado tudo, ao sair da casa de Lucas como se fugisse de um monstro. Sabia que o repórter tinha ficado magoado, talvez nunca mais falasse com ele. E ele não podia culpá-lo, ele perdeu a chance de ficar bravo quando permitiu que o beijo acontecesse então ele não tinha o direito de agir como se estivesse confuso, ou como alguém que interpretou errado os sinais que Lucas tinha dado.

Ele se levantou do sofá e começou a andar de um lado para o outro. Pegou o celular e buscou o numero do repórter, não havia nenhuma mensagem, não esperava que houvesse. Pensou em mandar algo, talvez um pedido de desculpas, mas achou que não seria o momento, e não tinha as palavras certas. Sentia-se um lixo por agir daquela forma, bem depois que Lucas tinha se aberto com ele, mostrado confiança.

Queria poder conversar com alguém sobre o que estava sentindo, mas não pensou em ninguém. Então ele foi para o quarto, onde se deitou com o celular na mão, e ainda com Lucas na cabeça, dormiu minutos depois.

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Lucas estava na balada. O que ele sempre fazia quando tinha alguma decepção amorosa, beber era a melhor forma de afogar as magoas, de esquecer os sentimentos tristes que rodeavam sua mente, que poluíam seu coração.

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