Capítulo 5

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O dia estava quase acabando, mas Lucas se sentia inquieto, não havia conseguido produzir nada no trabalho, nenhuma matéria, nem um furo de noticia, nenhuma cobertura de algum fato interessante. Ele não queria admitir, mas sabia o motivo de sua total ausência de idéias. Ainda estava pensando no jogador e no que tinha acontecido na noite anterior, naquele dia ele se deitou na cama e se sentiu mal com tudo que tinha acontecido, havia ultrapassado limites que ele nunca tinha imaginado. Sabia que tinha magoado Diego e aquilo o deixava triste.

Não odiava Diego, estava longe disso, e por mais que não conseguisse admitir para si mesmo, sabia que estava se sentido atraído e talvez até sentindo algo mais pelo jogador. Assim como sabia que aquilo não teria futuro, não podia se apaixonar por alguém tão diferente, com pensamentos e atitudes tão retrógradas. Mas ele também sabia que o jogador tinha algum magnetismo pessoal que o atraia para si, mesmo que não quisesse.

Pensando em tudo que aconteceu na noite anterior ele ficou confuso, ao dar um tapa no rosto de jogador pensou que ele iria revidar, mas quando ele não o fez Lucas ficou sem entender nada, havia algo diferente no olhar de Diego, como se machucar Lucas fosse algo impensável, se sentiu com sorte, e ao mesmo tempo triste. Havia dito coisas que se arrependia, havia tocado em um ponto sensível, ele não era aquele tipo de pessoa. Então por mais que seu orgulho existisse ele optou por deixar aquilo de lado e consertar as coisas, se levantou e foi até a mesa de Paulo, um colega de trabalho que cobria a área de esportes. Ele estava digitando algo no computador.

- Oi Paulo.

- O que você quer Lucas?

- Nossa, porque você acha que eu quero alguma coisa?

- Porque você está usando o tom de voz que significa que quer um favor.

- Me conhece tão bem.

Luca se sentou ao lado de Paulo, que parou de digitar e lhe deu atenção.

- Sabe o jogador do palmeiras? O Diego?

- O que você quase acabou com a carreira na coletiva de imprensa?

- Acabar com a carreira e um exagero, mas admito que fiz merda.

- Nem tanto, concordo que ele precisava de uma sacudida.

- Então, você tem o número dele?

- Claro que não né Lucas, eu sou repórter de esportes, não assessor de imprensa.

- Não consegue pelo menos o numero da assessora ou algo assim?

- Não e algo fácil. Eles só costumam passar essas informações quando há algum evento importante, ou se ele tivesse algum compromisso aqui na emissora.

- Entendi.

- Mas porque precisa tanto falar com ele?

- Digamos que fiz merda e preciso consertar.

- Tem algo a ver com a coletiva que ele deu ontem aqui na emissora?

- Quase isso. Mas já que você não consegue me ajudar vou ver com a Viviane.

Lucas se levantou, mas Paulo o chamou de volta.

- Não consigo o numero dele, mas posso dizer onde ele está nesse momento.

Lucas se voltou para o colega, ele estava sorrindo sacana, aquilo não sairia de graça.

- O que você quer Paulo?

- Poderíamos sair de novo qualquer dia desses.

- Já disse que não sou sua válvula de escape para quando não consegue transar.

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