CAPÍTULO 03

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Harry observou a casa por longos minutos. Como estava no jornal, a grama estava um pouco alta mas ainda sim bem cuidada e a casa não parecia tão ruim. Ele pode escutar o som de um carro se aproximando, se virando com as mãos nos bolsos, tendo a visão de um Fusca azul claro se estacionando.

— Oh — uma senhora saiu de dentro do carro parecendo um pouco afobada — Você é o Sr. Potter?

Os olhos verdes de Harry Potter observaram a senhora baixa de cabelos brancos, ela trajava um vestido branco longo de mangas compridas e um xale de seda azul estampado envolta dos ombros. Seus sapatos eram um par de botas marrom com um salto curto. Ela parecia um tanto apressada e atrapalhada.

— Isso mesmo.

— Eu sei que conversamos já faz dois dias, mas infelizmente outra pessoa fez uma proposta pela casa e... — ela parou de falar olhando fixamente para Harry — Você não é novo demais?

Harry riu da afobação da senhorinha e assentiu com a cabeça.

— Vou completar 20 anos daqui alguns meses.

— Entendo — murmurou — Mas eu realmente sinto muito, eu...

— Eu posso pagar um valor maior — cortou a frase da mulher — Quanto você quer?

— Hm? — ela o olhou confusa — Bom, ele estaria à venda por 50 mil libras, mas o novo comprador surgiu com uma proposta de 100 mil. Eu realmente não ten-

— 250 mil libras está bom para a senhora? — Harry perguntou fazendo-a ficar assustada — Eu realmente preciso dessa casa.

— Você não está foragido, não é?

— Não — ele riu — Eu só... — suspirou — preciso de paz.

A mulher murmurou tocando o rosto e assentiu pegando uma pasta de dentro da bolsa e oferecendo para o garoto.

— Aqui está a papelada, eu tinha impresso antes do novo cliente surgir, mas realmente sua proposta é muito boa.

Um alívio se instalou no peito de Harry e ele não demorou para assinar os papéis, tendo certeza de que eram válidos.

— Irei depositar o valor da casa hoje mesmo.

— Por que está com tanta pressa? — ela perguntou curiosa.

Ele pensou por um tempo enquanto observava o campo florido um pouco adiante.

— Paz.

— Paz?

— Paz — confirmou — Esse lugar me traz um pouco de paz.

Louise Evans observou o campo assim como ele por um tempo e assentiu como se concordasse.

— Enfim, — Harry estendeu os papéis para ela e estendeu sua mão — Muito obrigado, Sra. Evans.

— Oh, sou eu que agradeço — ela sorriu — Espero que cuide muito bem daqui. Infelizmente não pude cuidar dessa casa como gostaria durante minha vida e acabei deixando-a completamente abandonada.

— Eu vou cuidar — ele assentiu.

— Você gostaria de olhar a propriedade?

— Com certeza.

Louise assentiu e se afastou em direção ao carro resmungando sobre como o solo era instável para seus sapatos. Ela joga os papéis no banco de trás e pega alguma coisa.

— Aqui está a chave — ela mostrou o objeto de metal — eu só vou abrir a porta para você, se ela não cair só por encostar nela, é claro.

A porta não caiu, por sorte. A casa era imensa por dentro e aquilo impressionou Harry. Uma grande lareira de pedras foi o que mais chamou sua atenção, ele pode imaginar perfeitamente onde ficariam os porta-retratos que estavam em sua mala de Hogwarts que ele jamais teve coragem de abrir novamente. A sala era ampla, as janelas estavam com alguns vidros faltando, mas eram grandes o suficiente para entrar a luz do sol e ter uma visão perfeita do lado de fora. Ainda impressionado, desceu as escadas de madeira gasta, escutando-as ranger e tocou o chão de madeira da sala observando que a madeira usada era forte e continuava intacta. Louise estava parada no meio da sala observando a casa.

𝐅𝐋𝐎𝐖𝐄𝐑𝐒 - 𝑫𝒓𝒂𝒓𝒓𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora