CAPÍTULO 33

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Draco adentrou a sala com passos tranquilos e silenciosos. Harry estava sentado em um banco enquanto pintava em uma enorme tela, ele tinha o costume de desenhar quando estava muito sobrecarregado ou entediado e o loiro havia notado isso há um tempo. Draco tocou seus ombros, observando a tela à frente dele vendo o grifinorio deslizando o pincel sob a tela e colorindo-a.

Era uma imagem perfeita de James Potter e Regulus Black juntos, era quase como uma cópia da fotografia que eles haviam encontrado na caixa que foi entregue a Harry. Na imagem James estava com os olhos fechados, encostando a testa na têmpora de Regulus e parecia tão calmo e tranquilo com o cachecol da Sonserina enrolado no pescoço, já o Black que sempre estava com suas feições frias, dessa vez estavam levemente calorosas, ele possuía um pequeno sorriso de canto e os cabelos caiam perfeitamente sobre seu rosto, o cachecol da Grifinória estava envolto de seu pescoço dando um destaque para a sua pele pálida.

Draco sentiu um calafrio passando pela sua espinha ao olhar a imagem do primo tão realista. Ele já havia escutado de alguns parentes que era parecido com o falecido primo, nunca acreditou naquilo, mas depois de ver as fotos e as memórias de James Potter ele teve certeza de que era verdade. Havia uma semelhança estranha entre os dois, assim como Harry era estupidamente semelhante ao pai.

— Sabe... — Draco começou, deslizando os polegares nos ombros de Harry em uma massagem suave — Quando meu foi preso em Azkaban pela primeira vez, eu me propus a ficar em seu lugar nos Comensais da Morte — contou — Eu achava que seria algo divertido, que aquilo seria incrível e me tornaria poderoso, acreditei que meu pai estaria orgulhoso de mim — suspirou, deslizando os braços ao redor do pescoço de Harry, encostando o queixo no topo da cabeça dele — Tive uma discussão com a minha mãe, aquela foi a primeira vez que eu a vi gritar comigo.

Harry acariciou o braço de Draco e ergueu a cabeça para olhá-lo. O sorriso pequeno e suave nos lábios do loiro fez o mais novo sorrir de volta, era inevitável para Harry Potter não sorrir quando Draco Malfoy sorria.

— Minha mãe gritou, chorou e entrou em desespero — contou, desviando os olhos para a pintura outra vez — Eu tentei dizer a ela que ficaria bem, que aquilo era o certo a se fazer. Mas ela parecia estranha, tudo que eu falava parecia ser algo que ela já tinha escutado antes e o choro aumentava mais — os olhos de Draco se fixaram nos olhos de Regulus sob a pintura — Em um momento específico, depois de eu recusar sua ajuda, ela gritou: "Me deixe de ajudar, Regulus!" e desmoronou no chão repetindo que precisava me ajudar, que não aguentaria se eu morresse.

— Vocês se parecem muito — Harry comentou, se virando e passando o braço ao redor da cintura de Draco e o trazendo para seu colo — É um pouco assustador como você se tornou parecido com ele — riu junto do loiro — Mas eu entendo, algo semelhante aconteceu comigo. Quando estávamos lutando contra os Comensais no Ministério, em um momento da luta eu desarmei o seu pai e o meu padrinho gritou: "Muito bem, James!" para mim. Acho que os amigos do meu pai viam ele em mim, já que éramos extremamente parecidos e isso era dolorosos de certa forma. Uma vez a McGonagall me repreendeu no corredor da Grifinória, ela me chamou de James e me arrastou para o meu quarto, acho que ela nem mesmo percebeu o que fez.

— É como se nós fossemos eles — Draco apontou para o casal da pintura — A diferença é que nós ficamos juntos.

— Sim — Harry riu baixo — Estava pensando em colocar esse quadro na sala, em cima da lareira.

— Boa idéia — Draco acariciou os cabelos do namorado enquanto observava o quadro — Não sabia que desenhava tão bem.

— É um dom — sorriu — Ah, fiz aquilo para Theo e Neville — mostrou um quadro ao longe — Acha que eles vão gostar?

𝐅𝐋𝐎𝐖𝐄𝐑𝐒 - 𝑫𝒓𝒂𝒓𝒓𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora