CAPÍTULO 40

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As gotículas de chuva que antes eram o maior pânico de Draco já não o assustavam mais. O dia estava frio, chuvoso e ele esperava pela bruxa que conheceu há uma semana em uma cafeteria pacata da cidade. Teddy Lupin era uma criança excessivamente grudenta quando se tratava de Draco Malfoy, então ele não soltou-se do loiro desde que acordou e entendeu que o pai não estaria em casa por um tempo.

— Aqui, Petit — sussurrou, colocando a chupeta na boca do mais novo.

Draco ergueu a cabeça quando viu a cadeira ser arrastada e sorriu ao ver Melinda Walker se sentando à sua frente, a mulher sorriu para ele em cumprimento, começando a retirar a caderneta e alguns materiais para iniciar seu trabalho.

— Bom dia, Sr. Malfoy!

— Bom dia.

— E quem esse bebezinho adorável? — perguntou, olhando para Teddy que estava agarrado ao corpo de Draco — É muito parecido com você. Ele é seu filho?

— É Edward Lupin, filho da minha prima Tonks — respondeu — Bom, agora ele é meu filho também.

Melinda assentiu e olhou em volta, ela nunca havia ido até o mundo trouxa, algumas coisas eram novas para ela.

— Oi, Draco — a garçonete o cumprimentou — Vai pedir o quê?

— Eu vou querer um chocolate quente e uma mini-torta de morangos, para Teddy um pouco de chá de hortelã e frutas vermelhas e para minha amiga... — ele observou Melinda analisar o cardápio parecendo confusa — Uma torta de avelã, chocolate quente e alguns cookies.

— Certo — ela assentiu — Estará pronto daqui a pouco, com licença.

Teddy encostou o rostinho contra o peito de Draco e fechou os olhos, descansando ali por um tempo enquanto sentia as carícias em seus cabelos.

— Podemos começar? — Melinda perguntou.

— Claro.

Draco observou ela colocar uma fita em um gravador, ao que tudo indicava ela utilizava alguns objetos trouxas para entrevista e ele não podia julgá-la, afinal, era ótimo para seu trabalho. Ele sorriu quando a mulher lançou um Abaffiato ao redor deles antes de começar a fazer as perguntas.

— Draco, você é um Malfoy e todos na Grã-Bretanha bruxa sabem que vocês são uma família antiga com ideais de sangue-puro — ela indicou, usando um tom tranquilo — Eu gostaria de saber, como é ser criado em uma família assim?

— Bom... — ele se encostou no banco, acariciando os cabelos e Teddy como uma forma de se acalmar — Você cresce entendendo que tem deveres a cumprir, precisa ser sempre formal, político e deve arrumar um casamento com uma pessoa que se adeque aos ideais que sua família preza, ou seja, uma pessoa de sangue-puro. Os Malfoy, ao contrário dos Black, casavam-se com mestiços se aquilo os trouxesse benefícios. Minha família tinha um apreço maior pelo poder do que pela pureza em alguns momentos — explicou — Eu não posso reclamar da minha infância com os meus pais. Minha mãe é ótima, sempre foi e o meu pai não era ruim como muitos devem pensar.

— Uhum... — ela escreveu em seu caderno — Poderia me dizer como é o seu pai?

— Ele era atencioso, um pouco frio às vezes, mas ele era um bom pai — sorriu, nostálgico — Eu me lembro de que às vezes eu nem precisava pedir algo a ele, apenas um olhar meu em direção a algo que me interessava era o suficiente para logo estar em minha coleção. Ele me ensinou a voar, me ensinou alguns feitiços e eu adorava quando ele me levava para a biblioteca da nossa casa durante a madrugada para ler e contar a história da nossa família.

Melinda sorriu para ele e se afastou para que a garçonete colocasse os pedidos em cima da mesa. Draco acordou Teddy com algumas batidinhas do indicador sobre sua testa e o fez abrir os olhos com preguiça.

𝐅𝐋𝐎𝐖𝐄𝐑𝐒 - 𝑫𝒓𝒂𝒓𝒓𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora