Rapunzel (+18)

O dia do casamento

RAPUNZEL

1 mês depois.

Estou em frente ao espelho, com o meu vestido de noivado, com o véu do mesmo comprimento que o meu cabelo uma vez costumava ter.

A barriga ja começa a aparecer, nunca pensei me casar grávida, estou adorando.

Estou muito ansiosa e nervosa.

Todo o reino vai estar assistindo.

Nao estou habituada a multidões.

Começo mordendo as unhas quando escuto passos lentos caminhando na minha direção.

Eu me viro e vejo Cassandra com seus olhos negros, consigo ver que está contrariada com algo.

-- Precisa de algo, Cassandra?

Ela pára,encostando seu ombro na parede, me olhando de cima abaixo, cruzando seus braços.

-- Está feliz? -- Ela pergunta muito áspera.

-- Sim muito.. -- eu me retraio.

-- Eu menti, eu queria te machucar... -- Ela suspira. -- ... muito.

-- Veio aqui para terminar, então?

Ela desencosta da parede e vem em minha direção, em passos tão lentos que o som dos seus sapatos batendo contra o chão me tortura.

Ela pára frente a frente comigo, desviando o olhar intenso de meus olhos para meu cabelo.

E começa brincando com uma mecha de meu cabelo.

-- Na época eu queria te matar... -- seus olhos voltam a me encarar e sua voz está muito profunda.

-- Que época?

-- Quando Gothel abandonou seus dois filhos e cuidou de você. -- Sua mão desliza para minha garganta, a segurando, sem força nenhuma.

-- Cuidou? Preferia ter morrido que chamar aquilo cuidado. -- minha respiração começa a ficar forte.

Sua mão finalmente aperta meu pescoço, me deixando sem respirar.

-- Tua sorte que meu irmão te achou primeiro, eu não teria sido tão gentil.-- Ela suspira em minha orelha com a voz rouca.

E então solta meu pescoço e me empurra com a mesma mão, me fazendo cair no chão.

-- Tenha um bom casamento, princesa.

Ela sorri e se retira.

Eu me levanto do chão e me recomponho, estou com raiva, quero fazer ela pagar, mas hoje não...

Hoje é o meu dia com Eugene, e ninguém vai estragar isso.

Respiro fundo e me observo de novo no espelho.

-- ninguém, nunca mais te humilhará. -- eu falo com meu reflexo olhando em seus olhos, algo naqueles olhos mudou faz tempo, o brilho, a inocência já não existe...

Alguém bate a porta.-- Princesa está pronta? Todo mundo está esperando.

-- Quase... -- vou em direção da mesa onde deixei o meu ramo de flores, peonias violetas, as fores que simbolizam o meu amor e de Eugene. -- Agora sim.

Fico em frente à porta, respirando fundo com os olhos fechados, a ansiedade aperta o peito.

Assim que termino abro a porta com toda a minha força, olhando para a pessoa que me veio chamar, nunca tinha visto essa funcionária, devem ter colocado no lugar de Cassandra...

-- Vamos. -- eu afirmo.

E ela assente com a cabeça, a baixando, me deixando ir na sua frente.

Entro na carruagem e...