Palácio Real

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Rapunzel

Finalmente estamos próximos do reino, é só passar a ponte e entramos.

Mas eugene pára me vendo dar alguns passos na ponte.

Eu congelo.

-- Eugene, você nao vem?

-- Aqui é o maximo onde eu venho, ratinha.-- ele sorri para mim, trincando seu maxilar.

-- mas... antes você entrou comigo.-- o encaro, franzindo a testa, tentando, sem sucesso, disfarçar a mágoa por trás de meus olhos.

Meu estômago deu um nó e nao conseguia respirar, meu coração bate tão descompassado que chega a doer, sentindo um vazio no estômago como se estivesse à dias sem comer.

-- Nao se preocupe, eu venho te visitar... -- ele começa vindo em passos lentos em minha direção, encostando seu corpo enorme contra o meu me abraçando e dando um beijo na minha testa, ate descer em meu ouvido e sussurrar com sua voz rouca.-- ... de noite.

Um arrepio sobre por minha espinha.

-- Fico esperando ansiosamente. -- sorrio maliciosamente para ele que me retribuiu o sorriso de volta segurando em minha cintura.

Me dando um beijo molhado cheio de desejo, me fazendo perder todo o ar, ele sabe como me fazer perder a cabeça apenas com um único beijo.

Ele me beija lentamente, sem pressa, como se tivesse todo o tempo do mundo.

Sua língua acaricia contra a minha e ele levemente chupa meu lábio inferior, enviando uma onda de calor por todo meu corpo, diretamente a meu nucleo.

Sua mão sobre de minha cintura para minha cabeça, segurando gentilmente mas com firmeza, é quase como se estivesse fazendo amor comigo.

Ele tem um gosto tão bom, uma boca incrível, como se beijasse um anjo, me fazendo esquecer a situação em que estamos por alguns segundos.

Ele se afasta olhando para mim, com seus olhos castanhos claros reflectidos da luz solar, seus lábios estão molhados e brilhantes, um pouco inchados do nosso beijo.

Eu vejo em seu perfeito rosto o tanto de desejo que ele tem por mim, que me custa desviar o olhar e ir embora.

Eu lambo meus lábios e seus olhos caem para a minha boca, ele me beija novamente, apenas um breve toque de seus lábios contra os meus.

-- Vá ratinha, antes que eu mude de ideia. -- ele murmura ainda de olhos fechados.

-- E se eu quiser que mude? -- eu o provoco.

-- Não faça esses jogos comigo. -- ele me olha com o olhar escuro, eu sei que ele nao tem vontade de me deixar ir, eu sei que basta uma palavra minha e ele me leva embora daqui, basta ele perder a cabeça com uma pequena coisa e ele me arrasta daqui para fora...

Ele está basicamente me dizendo para nao jogar com ele porque ele sempre ganha.

-- Adeus Eugene...

-- Isso não é uma despedida, é um até logo. -- ele sorri maliciosamente, me virando as costas e indo embora, entrando pela floresta de novo adentro.

Assim seu corpo desaparece de minha visão, eu me viro de frente para o Reino, respirando fundo e tremendo de ansiedade.

Fecho meus olhos e falo digo para mim mesma, vamos Rapunzel, você consegue.

Abro meus olhos e começo caminhando, aqui vou eu, quem vir meu exterior cheio de confiança nao imagina a garotinha cheia de insegurança e medo por dentro, mas eu continuo, porque eu sou forte e consigo qualquer coisa.

Chegando na entrada do palácio, dois guardas estão guardando a entrada.

-- oi, bom dia.

Eles me olham com desdém, sem me responder, mal educados.

-- É possível ver o Rei e a Rainha de Corona?

-- o que você quer com eles? -- um pergunta.

-- eles são muito ocupados... -- o outro responde me olhando de cima abaixo, me respondendo com um julgamento-- para pessoas como você.

Os dois sorriem um para o outro, se achando melhores que eu, quem são eles para julgar alguém por sua aparência?

Não importa se é rico ou pobre, todos devem ser tratados com igualdade.

Vou contar a papai sobre isso... espero que demita eles.

-- Eu sou Rapunzel! -- eu levanto minha cabeça, mostrando confiança e respeito.

Eles riem e eu fico incrédula, não é possível, é como se estivesse falando com dois ignorantes.

-- Sim princesa.-- eles estão me zoando. -- siga-me.-- um deles começa caminhando para dentro da enorme porta da entrada, está maior do que eu me lembro, e eu o sigo.

Chegando ao salão ele sussurra algo que não consigo escutar pois a distância é grande, para outro guarda e o mesmo olha para mim com um ar de ódio e vira costas.

-- espere aqui. -- o guarda que me mostrou o caminho me ordena, virando costas e voltando para o mesmo sítio de onde viemos, deve voltar para seu posto.

Fico ali esperando, sozinha sem ninguém à minha volta.

Uma hora depois o guarda que olhou para mim com ódio voltou.

-- pode vir.-- não olhou nem para mim... o que está acontecendo?

Começo a ter vontade de ir embora... mas quero ver meus pais.

Ele me guia até à porta da entrada do trono, ainda me lembro do caminho e como se parece por fora, mas será que está igual por dentro?

-- pode entrar, Sua Majestade está esperando.

Sua majestade? Deve ser papai, mas e mamãe?

-- E a rainha?

Ele não responde, abre a porta e espera eu entrar, assim o faço me encolhendo com o frio ali dentro que consegue entrar por minhas roupas.

Olho em volta e tudo está tão diferente, está frio e escuro aqui, antes o trono que estava tão bem decorado com cores vivas está simplesmente vazio e deprimente.

Olho para o fundo da sala, onde era antes o lugar onde meu pai se sentava no trono, e ainda está ali, ainda é o mesmo trono, com ele sentado me encarando com o maior olhar frio que algum homem já colocou em mim alguma vez nessa vida.

Esse não é meu pai... não é possível.

Rapunzel (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora