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Miranda e Jane estavam na cozinha, haviam planejado um almoço em família, Adam e Andrea estavam assando as carnes enquanto elas preparavam os acompanhamentos.

ㅡ Como ele é?

ㅡ Jane, ele é lindo, tem os cabelos bem escuros e os olhos castanhos como os de Andrea.

ㅡ Vão formar uma família tão linda! - sorri olhando Andrea rindo com meu cunhado enquanto bebia uma cerveja.

ㅡ Eu espero que sim. Eu ainda não conversei com ela sobre isso, sobre ela adotar o bebê comigo, acho que é cedo pra isso.

O telefone de Miranda toca, chamando atenção das duas, quando atende a editora não segura a emoção,  Jane de maneira impaciente fica ao lado da mais velha. Pelo sorriso só podia ser uma boa notícia.

ㅡ Fala de uma vez Miriam...

ㅡ Eu estou tão feliz que nem vou brigar com você por isso, era do abrigo, eu tenho a guarda provisória.

ㅡ Ah meu Deus, você é mamãe, Miranda você é mamãe, irmã.

ㅡ É, eu sou mãe. Janey... eu sou finalmente mãe.

Andrea e Adam apareceram animados, ela estava visivelmente emocionada, afinal já desconfiava do motivo daquela alegria.

ㅡ O que aconteceu?

ㅡ Adam, a Miranda conseguiu a guarda provisória, ela é mamãe- o grisalho abraçou a cunhada, por mais que ela o tivesse assustado e até o ameaçado no início, haviam se tornado bons amigos, para Miranda era como se o cunhado fosse um irmão mais velho.

ㅡ Parabéns Miranda, você merece muito. - Adam se afastou, dando espaço para Andrea, que aos soluços abraçou a namorada.

ㅡ Você finalmente é mãe, meu amor. Finalmente. Eu estou tão feliz por você, linda.

(...)

Miranda Priestly

Eu não perdi tempo, queria logo chegar no abrigo e buscar meu filho. Meu filho. Isso soava tão bom.

Andrea segurava minha mão, seu toque me transmitia tanta paz, tanto conforto.

ㅡ Querida, como se sente? Eu sinto muito por não ter me atentado ao que você irá sentir com a chegada desse bebê em minha vida.

ㅡ Amor, não há o que sentir, quando eu te conheci você já estava gerando esse neném em seu coração, já havia esse sonho, eu jamais vou competir com isso, não há por quê. Tudo que eu puder fazer por vocês dois eu farei, serei uma boa madrasta.

Ela seria uma excelente mãe, não tinha dúvidas, talvez com a convivência ela sentisse esse desejo. Ou talvez eu devesse perguntar. Mas eu tinha medo de ser cedo demais.

Chegamos e eu nunca andei tão rápido em cima do salto alto. Assim que cheguei na sala da diretoria já tinha um escrivão e uma bela equipe jurídica.

ㅡ Miranda, você tem a guarda do menor por seis meses, após isso veremos se há uma decisão positiva e terá a guarda permanente, é muito difícil o juiz impedir que isso ocorra mas tome os cuidados que lhe falei anteriormente. Qual o nome que dará a ele?

ㅡ Benjamin Priestly. -  o nome já havia sido escolhido por mim desde que o processo foi iniciado.

ㅡ A certidão será feita e validada aqui, a Sarah já irá buscar o seu filho.

Andrea me abraçou de lado, eu sentia que ela realmente estava feliz por mim,  logo a assistente chegou e me entregou o pacotinho.

ㅡ Oi meu amor, eu sou a sua mamãe, seja bem vindo, Ben!

ㅡ Bem vindo Ben, eu prometo ser uma madrasta legal!

Nós duas sorrimos e após tudo estar pronto eu finalmente poderia ir pra casa com ele.

Andrea Sachs

Eu dirigia devagar, Miranda estava no banco traseiro com Benjamin no colo, e agora eu estava ainda mais apaixonada por ela, o seu sorriso era iluminado, seus olhos pareciam faróis.

ㅡ Amor, precisa passar em algum lugar? - Ela negou, em dois dias ela fez um mutirão e comprou tudo que o neném iria precisar, suas assistentes quase surtaram e Emily disse "eu amo meu trabalho" pelo menos 97 vezes.

Quando chegamos na casa de Miranda, eu a ajudei a descer com o bebê, não podia negar que ele era lindo e calminho.

ㅡ Querida, eu vou colocar ele no berço e preciso ligar para minha RP, já volto. - eu apenas assenti. Miranda sempre tinha ligações desse tipo, afinal ela era uma pessoa pública e precisava zelar por sua imagem.

Enquanto ela fazia isso eu preparei alguma coisa pra ela comer, já que ela nem mesmo almoçou, vi algumas latas de leite infantil e algumas mamadeiras, as esterilizei com cuidado.

Enquanto terminava o molho coloquei a água ferver para fazer a massa, fiz uma mamadeira e subi, o segundo andar estava silencioso, não a encontrei em seu quarto então segui para o quarto do bebê, ele estava no berço e Miranda o olhava admirada.

ㅡ Oi amor, posso entrar? - ela apenas assentiu, a abracei de lado e o olhei também.

ㅡ Ele é tão lindo, eu ainda nem acredito que ele está aqui.

ㅡ Ele está, é real. Olha, trouxe uma mamadeira pra ele e estou preparando algo pra você comer.

ㅡ Oh, você é maravilhosa, obrigada meu amor.

Assisti Miranda pegá-lo no colo, ele a acompanhava com o olhar, era um reconhecimento, eu tinha certeza disso.

ㅡ Vamos mamar, meu amor? A Andy fez uma mamadeira muito gostosa... - em silêncio, desci as escadas e terminei de preparar tudo.

Menos de meia hora depois ela desceu, o pequeno estava dormindo tranquilamente no bebê conforto. Miranda parecia querer dizer algo mas não tinha coragem.

ㅡ Miranda, sei que está querendo dizer algo!

ㅡ Passa o dia conosco? Sei que o plano inicial era o almoço na casa da Jane e irmos ao cinema, não podemos sair mas podemos ver um filme aqui, você aceita?

ㅡ Claro que sim, mas não vou atrapalhar? Você não quer curtir o Ben?

ㅡ Eu posso fazer isso ao seu lado, a menos que você não queira ficar com a gente.

ㅡ Por que diz isso?

ㅡ Não sei, talvez a chegada de um recém nascido mude algo... não sei, tenho medo que aconteça outra vez.

ㅡ Eu não sou eles, não vai acontecer outra vez, a chegada do seu filho me faz feliz por que sei que é o seu sonho sendo realizado, eu amo você.

ㅡ Ok.

Eu sabia que uma hora ou outra o passado de Miranda ia influenciar em nosso relacionamento mas cabia a mim saber lidar com isso. Não era culpa dela e sim de toda carga emocional que ela carregava.

Pela sua LenteOnde histórias criam vida. Descubra agora