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Hi. Esse capítulo é um pouco delicado. Não há nada extremamente explícito, porém pode gerar gatilhos. O capítulo deixa subentendido o que aconteceu com Andrea. Então se temas relacionados a suicídio te causam desconforto, não leia.

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Narrador Pov

Andrea não voltou para a Runway nos dias que ses seguiram. De fato, ela não tinha mais sessões mas precisava editar as fotos para a próxima edição. Para sua surpresa, Miranda recebeu o pen drive com as fotos.

Agora mais do que nunca ela tinha certeza do quão frágil Andrea era. Chamou Nigel, ele era o único ali que não a julgava.

ㅡ Se me chamou é por que precisa de conselhos! Sou todo ouvidos. - Miranda suspirou, colocando o dedo no queixo, pensando exatamente na escolha de palavras que faria.

ㅡ Nigel, como você sabe que gosta de alguém? - poderia ser a pergunta mais idiota, mas era fato que ela não sabia sobre isso, talvez nunca tenha amado antes.

ㅡ Oh. Bom, você quer estar perto da pessoa, você pensa nela o tempo todo, sente atração. 

ㅡ Eu acho que estou gostando da Andrea! - não teve rodeios, não precisava disso com ele.

ㅡ Oh meu Deus! Miranda? Eu... bom, o que você pretende fazer?

ㅡ Eu não sei, por isso te chamei aqui. Semana passada eu a encontrei num bar, eu estava bêbada e ela foi conversar comigo, eu acabei a beijando, e me senti horrível por praticamente assediá-la, no dia seguinte me desculpei e combinamos de almoçar. A levei para aquele hotel onde gosto de ir para pensar, acontece que nos beijamos e logo depois ela saiu correndo, ela parecia assustada.

Miranda ocultou o que sentiu, não queria expor a jovem, afinal, apenas Andrea deveria falar sobre isso caso se sentisse confortável.

ㅡ Tô chocado. Enfim, tentou falar com ela? - a editora negou - acho que seria um bom começo. Lhe mande flores e um convite para uma conversa!

ㅡ Eu não sei onde ela mora Nigel, se soubesse já tinha ido até lá.

ㅡ Me admira você ser tão lerda, o RH fica um andar acima e tem o endereço dela.

Nigel tinha um sorriso no rosto, como se estivesse debochando da mais velha. Miranda saiu a passos largos.

ㅡ Emily, quero a ficha da Andrea nas minhas mãos em dois minutos, isso é tudo!

A assistente correu apressada, aparentemente a Miranda mais humana e acessível não apareceria pra ela.

(...)

Andrea estava jogada no sofá, a câmera estava em suas mãos, ela olhava as fotos que havia tirado de Miranda, fotos essas que a editora nem mesmo percebeu terem sido tiradas.

Ela sabia que talvez a mais velha a odiasse, ela havia escrito uma carta de demissão e enviaria pra revista no dia seguinte. Pode parecer algo impensado para muitos, mas para ela era o melhor caminho, não saberia lidar com mais uma rejeição e pelo tamanho de Miranda Priestly o tombo poderia significar até mesmo o fim de sua carreira.

A campainha tocou, assustada, Andrea levantou. Não estava esperando ninguém e por alguns segundos temeu ser seu pai. Ele havia aparecido há dois dias pedindo dinheiro e com a negativa da filha deixou para trás algumas marcas físicas na morena.

ㅡ Miranda? - Andrea não escondeu a surpresa ao ver a editora ali, ainda mais carregando um buquê de flores. Seriam para o seu funeral? Não. Eram bonitas demais para um funeral.

Pela sua LenteOnde histórias criam vida. Descubra agora