Uma troca de favores.
Um sequestro indireto.
Um velho trauma desbloqueado.
Várias vendas ilegais.
Eventualmente,
resultaram em
Sua venda.
Ana Clara, menina bonita,
além de dívida esquecida
em um trato de anos..
[...]
-Porque você se tornou minha pa...
It goes around and around, why do I keep coming back?
I go deep and deep, at this point I'm dumb
Even if I do everything, there's no way
It's certainly my heart, my feeling...
Capítulo 17 - Onde você foi, que eu não posso te achar?
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-Porra... - puxo os fios do meu cabelo, na intenção de puxar alguma ideia de encontrar a Clara.
-Oque eu faço agora? Já tentei de tudo, até peguei as imagens de todos os estabelecimentos da cidade pra saber se ela passou por qualquer canto dela.
-Deixa quieto, eu vou arranjar outro jeito. Só.. Arranja um jeito de me tirar dessa porra de lugar.
-Sim senhor.
Clara...
Porra, essa mulher me deixou totalmente desconfigurado...
Preciso achar ela, preciso sair daqui, preciso resolver as coisas com meu pai, preciso arrumar as minhas coisas, preciso arrumar o carro, preciso fazer tanta coisa...
E tudo - menos o acidente - eu planejei fazer com ela, porque eu queria mostrar como as coisas são comigo, mas ela não quis.
Eu já tinha me conformado de que teria que me casar se eu quisesse ter minha parte da empresa, e comecei a gostar da ideia quando observei a mulher que estava comigo, ela era o oposto de mim, tudo oque eu queria ter em mim e ser, estava alí, do meu lado.
E agora eu a perdi...
-Sandiego.
-Hum? - respondo me levantando.
-Anda, vamos pra casa. - Meu pai apareceu pra me ver, pela primeira vez, e eu dei a sorte de ter sido numa cadeia. Eu sou foda. - Seu moleque insolente, se eu não fosse rico, você tava fudido. - Diz descontraindo, ao ver meu estado.
Ele solta um sorriso sincero, quando me vê - sinceramente arrependido - pela primeira vez, e não por interesse de nada.
-O senhor tá bem?
-Tô bem, filho. E você?
-Ufa que susto, pensei que tinha visto me ver porque tava morrendo. - Ele gargalha e bate no meu ombro. - Isso doeu!
-É pra doer, seu idiota. - Ele diz ainda rindo.
É, meu velho ainda não tá bem. Há anos ele não ri, oque eu perdi enquanto tava nesse muquifo dos infernos?
-Ah meu filho, muita coisa. - Se anima ainda mais. - E sobre você, ainda mais.
-Oque o senhor tá aprontado em? Deve ser coisa braba, tá sorrindo de orelha à orelha. - digo sorrindo um pouco, ainda existe um pouquinho e afeto dentro de mim.
-Aquela garota fugiu - diz e meu sorriso cai, ele quer falar disso? - eu sei, mas.. Você não pode parar sua vida porque ela te largou, por mais que você gostasse dela... - Trinco meu maxilar, não gostando do rumo dessa conversa - Então eu busquei outras opiniões e opções e... - Oque porra, você fez, dessa vez, Walter - achei a perfeita pra você!
-Oque? Você enlouqueceu?! - Esbravejo, quase avançando nele - Eu não vou cair nessas suas invenções, pai. Nem vem, agora eu não caso mais.
-Vocês já se conhecem, vai ser um casamento profissional! - Se justifica - A não ser que você queira partir por romance...
-Mas que porra, pai. Quem é essa idiota que concordou com essa ideia de girico?! - Pergunto, quase arrancando os cabelos de raiva.
-A Tatiana, sua amiga.
-Duvido, aquela pulmão preto disse que nunca iria se casar. - Digo, mais irritado ainda.
-Ela disse que não se casaria? - Pergunta, franzindo as sobrancelhas e eu assinto - Bom, mas ela aceitou com uns mínimos bolos de dinheiro...
-Caralho pai, cê tá pagando pra casarem comigo? - Esbravejo, ficando é envergonhado - Eu sou um encosto pro senhor, é isso?!
-Que isso filho, eu tô querendo que você pegue aquela porra de empresa e jogue aquela demonia pra fora. - Diz rápido, tentando amenizar as coisas.
-Nem que eu perca meus belos pulmões acinzentados beijando aquele troço?
-"Aquele troço" filho? por favor, eu já disse que você iria aceitar - diz pondo as mãos na cintura, típico do meu velho barrigudo, esse idiota - Não pode fazer esse favor, pro seu velho?
-Seu velho feio. - digo dando as costas e indo tomar banho.
-Esse é meu filho! - Diz comemorando, mando dedo e fecho a porta.
Porra, pai. Eu faço tudo que ele manda, mas isso? Te odeio.
(...)
Será que a Clara vai me ligar?
-Olha, passou uma moça na delegacia perguntando de você. O delegado disse que você já tinha sido solto e ela pediu seu número, então ele entregou. Ele disse que ela era bem bonita, tinha cabelo longo e que parecia moça de igreja. - Tom me conta, sentando do meu lado.
-Será que era ela?... - Pergunto, encarando a tela do celular ansioso por qualquer notificação.
-Tudo é possível, cara.
-Como assim?
-Tudo é impossível, até acontecer. - Diz pondo a mão no meu ombro - Era impossível você se apaixonar, e olha onde nós estamos.
Olho ao redor, observando cada canto da vizinhança dela. De repente, ela poderia ter voltado pra buscar qualquer coisa na casa da mãe, não poderia?
-Eu não tô apaixonado.
-Aham, e por que nós estamos aqui a mais de 2 horas, sentados na calçada da casa dela, como se fossemos mendigos?
-Eu quero achar ela, simples.
-Cara, já tá escurecendo. Vamo pra casa, por favor. - me implora pela décima vez.
-Não, e se a gente sair e ela chegar? Não saio daqui sem ela. - digo decidido, ele suspira e liga pra alguém.
(...)
-Puta merda, me tira daqui Tom! - Grito com ele, depois de ter sido carregado por 5 homens pra dentro de uma Van da empresa. - Seu filho da puta!
-Olha como fala da tua sogra, cunhadinho! - Tom diz, no banco da frente.
-Como tu arrumou esse povo todo? - questiono, ainda sendo segurado.
-Teu pai mandou chamar caso você quisesse ficar esperando até amanhã.
-Dois filhos da puta.
-Aham, agora fica quietinho aí que já estamos chegando.
