_01. Colossenses e Suas linhas de amor...

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...E aquele fio que se rompeu
Da minha alma até a Deus

O sangue santo costurou
Cristo em Suas linhas de amor

E agora um homem feito eu
Pode no homem ver a Deus

Ter paz, viver, andar e ser
Me fez amigo em Seu verter...

. . .

Capítulo 01- Mil borboletas queimadas pela dor.

Eu queria pensar que estou apenas em um sonho ruim, um pesadelo, ou só em devaneios assustadores

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Eu queria pensar que estou apenas em um sonho ruim, um pesadelo, ou só em devaneios assustadores. Mas nesse momento, eu estou sendo puxada pra fora de casa à força por capangas de um agiota.

Em meio ao choro e ao medo agoniante, olho para trás em busca do olhar da mulher que devo chamar de mãe, que aceitou me colocar como oferta de pagamento de sua dívida altíssima.

E a única frase que minha própria mãe sibilou para mim, antes que os homens entrassem na nossa casa, não, na casa do meu pai. Machucou mais que ser a droga do pagamento pro agiota.

"—Se esse seu Deus realmente existir, você vai conseguir se safar dessa."

Fungo entrando no carro e baixando a cabeça, fechando os olhos e começando a orar em silêncio.

Ao terminar percebo já ter chegado no suposto casarão do agiota. Desço do carro e sinto o aperto de um dos homens se afrouxar, olho para cima encarando a carranca maldosa de um velho rico, o percebo arquear a sobrancelha e suspirar.

—Siga-me. — ele diz e se vira andando em direito ao fim do corredor da sala imensa.

Corro para lhe alcançar, e ao chegar ao seu lado em frente á porta, sou jogada brutalmente pra dentro do cômodo.

—É, nada mal pra uma jovem de 18 anos. — Um senhor de cabelos grisalhos diz quando se senta na poltrona, ele tem uma expressão de "dono da coisa toda". Acho que ele é o agiota. — Deixe eu me apresentar mocinha, sou o Roger. O homem que te aceitou como oferta.

Assinto meio trêmula, clamando à Deus por misericórdia. O medo de estar aqui indefesa, sozinha.. não, sozinha nunca. Meu Deus é comigo.

Deus é por mim, e nada devo temer.

Suspiro juntando forças e sibilo baixo.

—Oque quer que eu faça? Se me aceitou como oferta, deve ser para algum trabalho escravo...

—Você vai casar com o meu filho, quando fizer seus dezenove anos. — diz entrelaçando suas próprias mãos e me encarando com a sobrancelha arqueada.

—Como? — pergunto, sem ter entendido oque ele quis dizer.

—Você vai se casar com o meu filho, não está entendendo? — responde como se fosse algo simples.

—Mas senhor, eu nem o conheço.. — questiono com os olhos arregalados.

—Já avaliei sua ficha, então você terá mais do que 1 ano para conhece-lo. Não diga que é pouco tempo, por que é mais do que o suficiente.

—Mas senhor, eu já namoro.

—As empregadas vão te acompanhar até o quarto, siga-as.

—Sim senhor.. — digo chateada.

Enquanto ando devagar, ouço a porta abrir.

—Pai. — Uma voz grossa surge e eu me arrepio.

Se o dono dessa voz for filho do Sr.Roger, significa que eu vou ter que casar com um velho?!

—É por aqui, querida. — Uma provável empregada me guia e eu saio da sala.

Droga, perdi minha xuxa no caminho pra cá e não sei quando vou conseguir outra..

—Mocinha, aqui estão algumas roupas. Se quiser tomar banho tem toalhas na segunda gaveta, e shampoos na terceira se quiser lavar o cabelo. O Sr.Roger está te esperando para jantar em 15 minutos.

—Obrigada. — digo baixo, enquanto amarro meu cabelo em um coque desajeitado.

(...)

Saio do quarto e suspiro andando até o fim do corredor, onde fica a suposta sala de jantar.

Abro a porta acanhada e encaro as duas figuras já sentadas na mesa.

—Clara, sente-se conosco. — Roger diz, acho que está forçando a simpatia.

Me sento ao lado de Roger, que está na ponta da mesa. E de frente à um homem, forte e bonito, mas cheio de piercings e brincos..

—Esse é o Sandiego, Clara. O meu filho, com quem você vai se casar.

Encaro sua expressão se enrigecer e seus punhos cerrarem, assim como seu maxilar.

Ele bate na mesa e se levanta rapidamente, encarando o próprio pai com fúria.

—Eu já disse mil vezes, não adianta trazer mais putas diferentes. Eu não vou me casar. — ele diz e sai da sala à passos largos. Esse era o dono da voz que ouvi mais cedo.

—Filho da puta...— diz baixo e suspira, eliminando a raiva e me encarando — Clara, me desculpe por ele. Posso pedir pra colocarem sua comida?

—Pode, por favor.

—Empregadas. — Roger chama, e sem delongas a comida chega.

Depois de comer e conversar com o Sr.Roger, me levanto e pego meu prato, o levando pra pia da cozinha.

Quando volto pra sala de jantar, vejo que Roger já tinha saído. Então decidi passear por aí e ver se consigo conhecer alguém legal.

Mudei de idéia assim que virei à esquina, estava havendo um baile funk bem naquela rua. Pretendo me virar e voltar pra casa antes que sintam minha falta, mas uns 4 vagabundos vieram até mim e me fecharam. Estou tremendo, mas não posso dar na cara. Mostrar sinal de medo só vai dá-los mais liberdade sobre mim.

—Eai gatinha. — Um deles diz, me encarando de cima à baixo.

—Oque está fazendo aqui sozinha? — me pergunta, tentando tocar minha cintura, afasto seu toque sem responder.

—Vamo alí tomar um drink, eu pago... — Tentam me convencer, chegando mais perto.

—Não quero, já estou indo pra casa. — digo tentando parecer firme, mas me tremendo toda.

—Mas já? Você acabou de chegar, fica mais um pouco com agente, gata. — me puxam pela cintura mais uma vez e eu sinto o cheiro forte do álcool e da maconha.

Ela disse não, seus filhos da puta. — ouço uma voz firme atrás de mim — Vocês são surdos?
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Eaí pessoal, oque acharam do cap? Sei que ainda tá meio chato, mas prometo me dedicar mais ao longo da série. É normal sempre em começo de livros ser um pouco entediante, já que tem q apresentar todos, pá e tal...

Queria avisar também, que as atualizações serão dias de Quarta-Feira. E como hoje é terça, amanhã já tem capítulo novo.

É isso benzinhos, até o próximo✨

IndiretamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora