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Não vou dizer nada, apenas digo que volto semana que vem.
FOU. FUI

As palavras da mulher ecoavam pela mente do homem. Ele não esperava que a mulher fosse lhe perguntar sobre algo que se tornou um dos seus maiores traumas.

O acidente.

Ele não possuía muitas lembranças de como o acidente aconteceu, mas o pouco que se recordava era de uma mulher de cabelos curtos e escuros se afastando dele. Claro que o homem não conseguiu ver o rosto dela ou muito menos prestar atenção na silhueta da mulher, já que no dia do acidente chovia bastante na cidade e o trânsito estava péssimo.

Entretanto, quando o mesmo acordou do acidente, viu que a sua irmã estava ao seu lado na cama observando-o. Claro que a recuperação ocorreu tudo muito bem, ele não teve nenhuma sequela em relação ao acidente — tirando o trauma que está presente na sua vida.

Ele não teve nenhuma perda de memória. Teve somente alguns arranhões, um braço quebrado e usou por algumas semanas o colar cervical, já que o impacto da batida havia sido forte.

Quando estava totalmente recuperado, Stenio até tentou ir atrás da mulher para agradecê-la por ter lhe ajudado e também gostaria de conhecer a mulher misteriosa que iria assombrar a sua vida por vários anos. Porém, o mesmo nunca conseguiu encontrá-la e preferiu continuar sonhando com essa mulher, já que talvez nunca teria respostas do que havia acontecido naquela noite.

— Eu superei eles sim. Mas o acidente ainda bate na minha porta! Algumas noites eu sonho com a mulher que conseguiu me tirar da carcaça daquele carro! — ele disse passando as mãos nos cabelos, pois, havia ficado totalmente desconfortável por tocar em um assunto que ainda lhe feria.

Não o relacionamento da sua ex com o seu primo, mas sim, o acidente que se Stenio não tivesse usando o cinto de segurança, o mesmo teria chances de ficar totalmente dependente das pessoas.

— Stenio, eu acho que isso é coisa da sua cabeça. Quando eu cheguei lá não tinha nenhuma mulher!

Quando o mesmo acordou após três dias do acidente, ele começou a fazer diversas perguntas para a mais nova e uma delas era sobre a mulher que o salvou. A irmã logo respondeu que não tinha visto nenhuma mulher quando chegou no local e o que ela apenas viu foi os bombeiros realizando os primeiros socorros nele.

— Eu sei. Tu morre de dizer isso eu sempre fico negando. — ele disse se levantando da cadeira que estava sentado e caminhou na direção da irmã, ficando parado na frente dela. — Eu vi a mulher, Renata! E o tempo dos bombeiros e a polícia chegarem não daria tempo dela ir embora!

— Stenio, eu não quero discutir com você sobre algo que aconteceu anos atrás! E outra, eu não vi a mulher e se você está afirmando que viu quem sou eu para negar! — ela disse levantando os seus braços para demonstrar que não tinha culpa de nada e que era inocente sobre essa mulher que o homem havia visto.

— Desculpa, Renata! Eu não queria tocar mais nesse assunto, mas tu tocou e eu não consegui me conter! Me desculpa. — ele disse após ter se alterado por ter sido contrariado pela própria irmã.

Claro que o homem sempre discutia com ela em relação a isso, pois, o mesmo sempre dizia que havia visto uma mulher lhe ajudando e indo embora, mas a irmã sempre o contrariava. Ele já estava até acostumado a ser contrariado sobre o acidente e não se importava sobre isso, pois, eles não sabiam se às duas versões eram verdadeiras e nem saberiam responder, já que estava chovendo no dia e as câmeras mal pegaram o acidente.

— Stenio, você não tem culpa de nada. A única culpada aqui sou eu por ter pedido para fazer o meu jantar de noivado aqui! Eu quem devia tá te pedindo desculpas!  — ela disse olhando para o homem, e, logo em seguida, se aproximou do irmão. — Você me desculpa, Stenio? — ela o questionou e o homem logo assentiu com a cabeça, já que a mulher estava certa.

THE NIGHT SECRET| HSOnde histórias criam vida. Descubra agora