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Era de manhã cedo, eles já estavam de pé e a mulher foi para a delegacia. Os policiais ligaram para a delegada assim que o dia amanheceu avisando que haviam conseguido pegar o suspeito acusado de furto e de quebrar as vidraças de uma joalheira.

Ele havia se escondido por um tempo, mas todas as câmeras do local haviam o flagrado quebrando a vidraça de uma joalheira importante na cidade e roubando algumas joias raras e caras. Porém, em menos de mês que havia acontecido esse crime, a polícia conseguiu prender o cara, que agora estava na sala de interrogatório sendo interrogado por Heloísa.

Enquanto a mulher estava interrogando o suspeito, o investigador acabou de chegar na delegacia. Eles preferiam ir para o local com alguns minutos de diferença, pois, como Heloísa apenas se levantou na cama, tomou um banho e vestiu uma roupa, a mulher o deixou sozinho no seu apartamento, mas contou o que estaria acontecendo na delegacia quando ele chegasse.

O homem então, caminhou em direção a sala de interrogatório acompanhado de um policial que estava lhe atualizando sobre a situação. Mesmo que ele já estava a par da situação, o homem fingiu surpresa, pois, não queria que os seus colegas de trabalho descobrissem que ele estava namorando a delegada.

Pelo menos não agora.

Um dia eles irão contar para as pessoas, mas esse dia ainda estava muito longe. Claro que se fosse pelo investigador todos já sabiam que eles estavam juntos, mas estava respeitando um pedido da delegada.

Alguns minutos caminhando pelos corredores da delegacia, o homem e o policial chegaram à sala. Eles bateram na porta e abriram no instante seguinte. O sujeito estava preso às algemas e sentado na cadeira completamente calado.

A delegada tentava tirar alguma explicação desse homem, mas o mesmo se complicava ainda mais, pois, estava evitando de contar o seu próprio crime.

— Qual é o nome dele? — o investigador questionou assim que viu que o homem mantinha a cabeça baixa, enquanto Heloísa tentava arrancar alguma coisa dele.

— Aníbal Martins. Tem 24 anos e com algumas passagens pela polícia desde os 17. — a delegada respondeu ao investigador, que não acreditava que o suspeito estava envolvido nesse mundo desde os seus 17 anos.

— Aníbal, eu me chamo Stenio Alencar, sou o investigador da polícia e essa é a minha parceira, a doutora delegada Heloísa Sampaio. — ele disse encarando o rapaz que estava a sua frente, que subiu o seu olhar para encará-lo. — Por que você não estava respondendo às perguntas que a doutora estava lhe fazendo? — ele o questionou e só obteve a resposta do silêncio.

Ele não acreditava que o homem não falava nada. Ele não esperava que ao longo da sua vida como investigador teria um suspeito tão complicado quanto esse. O homem mantinha a sua boca fechada e não falava com ninguém.

— Responde, Aníbal! — ele disse sério, colocando às duas mãos sobre a mesa. — Por que você não estava respondendo às perguntas que a doutora estava fazendo? — ele o questionou mais uma vez e manteve a sua posição de sério. Se o suspeito queria ser tratado dessa maneira, ele seria tratado assim.

— Tudo bem… eu respondo. — o suspeito disse olhando para o investigador e, logo em seguida, para a delegada. — Olha, eu realmente fiz tudo isso que a doutora está me acusando, mas o restante eu só falo na presença do meu advogado. — o homem respondeu e Stenio assentiu com a cabeça.

Ele iria tomar uma atitude que Heloísa ia odiar, mas seria necessário. Se o homem estava querendo a presença do seu advogado ele teria, afinal, o suspeito possui um direito de legítima defesa — mesmo que tenha passado duas semanas do furto, o homem estava no seu direito de pedir um advogado.

THE NIGHT SECRET| HSOnde histórias criam vida. Descubra agora