4

343 20 54
                                    

Alguns dias se passaram desde o dia que tiveram aquela conversa. Claro que viram os efeitos que a proximidade de ambos causava em seus corpos, mas sabiam que essa proximidade deles não era nada boa. Ambos sentiram as mesmas sensações, mas mantiveram o jogo deles em pé.

Continuavam com as mesmas provocações, mas ainda sim, as trocas de farpas e as brigas na sala que eles dividem ainda eram contínuas, porém, o homem tentava a todo custo chegar a um acordo amigável com ela. Entretanto, a mulher não colaborava com isso, eles sempre discutiam na sala e todos da delegacia ouviam a discussão deles, e viam que o homem saia da sala com os seus olhos fulminantes, e muito provavelmente, querendo matar alguém.

Ele saía da sala tanto para pensar e quanto para a mulher se acalmar, pois, o mesmo sabia que ela não queria vê-lo quando a discussão chegava ao fim. Então, o homem deixava a mulher sozinha na sala e ia para os fundos da delegacia pensar e fumar um cigarro.

O cigarro era o seu calmante para esse tipo de situações, mas claro, que ele só fumava quando estava muito estressado e irritado com algo ou com alguém.

Bom, ele estava.

Mas logo que o cigarro acabou, ele voltou para o ambiente de trabalho, pois tinha a certeza de que estava mais calmo. Então, assim que cruzou a porta da sala e entrou, Alencar viu a mulher sentada conversando com alguém no telefone.

Bom, para não atrapalhá-la ou ouvir a conversa dela, ele saiu da sala para esperar que a delegada terminasse a ligação que estava tendo no momento em que o mesmo abriu a porta da sala.

Alguns minutos depois, ele ouviu a mulher se despedindo de alguém no telefone, então, assim que a delegada desligou o aparelho, ele entrou novamente na sala.

— Boa tarde, delegada se acalmou? — Ele a questionou assim que entrou e fechou a porta da sala.

— Boa tarde, investigador. Pelo menos eu não precisei sair da sala para ir me acalmar. — Ela disse sorrindo e o provocando, e viu que o homem revirou os olhos.

— A delegada não cansa desse joguinho fútil de provocações, não é? — Ele disse se aproximando da mulher, mas foi impedido pela mesma que o mandou parar.

Entretanto, como odiava seguir as ordens de qualquer pessoa, Alencar caminhou em direção a mesa dela. Claro que vendo ele se aproximar, a mulher se irritou, pois o mesmo tinha lhe dito que seguiria suas ordens, mas se esqueceu que o seu novo parceiro é muito rebelde.

— Eu pensei que o investigador depois da briga que tivemos mais cedo seguiria as minhas ordens, mas pelo visto me enganei. — Ela disse e, logo em seguida suspirou, pois acreditava que o homem cumpriria com as suas palavras, mas estava enganada.

Muito enganada.

— Pensou errado. Eu já te falei que não vou seguir as ordens de ninguém. — Ele disse parando na frente da mulher, que estava sentada na sua mesa.

— Sim, mas aqui é uma delegacia. — Ela disse tirando os óculos do rosto e olhando para o homem. — E aqui temos que seguir as ordens para a delegacia não virar uma baderna! — Ela disse olhando nos olhos do homem, que não conseguiu esconder o sorriso provocativo que surgiu no seu rosto.

Ela já estava acostumada com esse tipo de provocação do homem, então, ficou em silêncio, pois sabia que o investigador não ficaria calado por muito, ou muito menos não iria deixar de rebater a sua provocação.

— E não vai. Isso eu posso te garantir que eu não vou transformar o nosso ambiente de trabalho em uma baderna, até porque eu odeio bagunça. — Ele disse olhando nos olhos dela e, logo em seguida, olhou rapidamente para os lábios vermelhos da mulher, que observou lentamente cada movimento dele.

THE NIGHT SECRET| HSOnde histórias criam vida. Descubra agora