Os ânimos entre Zé Pedro e Amanda estavam acirrados, a flor da pele mesmo, embora a conversa entre os dois estivesse relativamente amigável. Apesar de tudo, Amanda ainda amava o seu primo, esperava um filho dele, apenas não confiava mais nele. Zé Pedro sabia que havia errado, mas não queria falar dos seus erros naquele exato momento, tudo o que o mesmo desejava era apenas olhar dentro daqueles olhos de safira que ele tanto amava, e se perder neles por toda a eternidade, caso fosse preciso.
Só que, não era exatamente isso o que a Amanda tinha em mente diante do homem que ela mais amou em sua vida. Certas feridas podiam curar, mas deixavam cicatrizes enormes. Cicatrizes que eram constantes lembretes do que se passou e que causou dor e sofrimento.
- Você me usou para ferir o ego do seu pai, mesmo sabendo que eu ainda te amava - Suspira - E agora não quer me dizer o porquê, nunca pensei que você fosse tão covarde assim, Zé Pedro. Mas eu estava enganada com relação a você mais uma vez. Quando o assunto é você, eu sempre acabo me enganando e da pior maneira possível, isso chega a ser até um pouco irônico, não acha?
- Eu nunca quis meter você em nada disso - Ele deixa o livro um pouco de lado - Eu sempre te amei, Amanda. Você não apareceu numa hora errada da minha vida, mesmo sendo a pessoa certa. Eu ainda te amo.
- Bela maneira de demonstrar que me ama - Ironiza - Primeiro me faz de sua amante, deixa a água de chuchu da Danielle pra ficar comigo, pra depois me mandar as favas e ficar com ela de novo. Sabe, não vejo constância nesse seu amor por mim, você não me ama. Você apenas vê em mim uma versão mais jovem da sua mãe. E eu não sou a minha tia pra sempre passar a mão na sua cabeça quando você faz merda. Eu me cansei disso. Me cansei das suas mentiras mal contadas. E quanto ao meu filho, ele não precisa de um pai como você. Posso ser mãe e pai dele ao mesmo tempo.
- Você não pode afastar o nosso filho de mim, isso não seria justo - Ele engole em seco - Que você não queira mais me ver, e nem olhar na minha cara, tudo Bem, eu entendo e respeito sua decisão, mas por favor, não deixa no nosso filho longe de mim, não.
- Olha, vou pensar no seu caso, mas não te prometo nada.
- A minha mãe errou quando te trouxe pra minha vida em um momento em que eu estava fraco e vulnerável demais - Ele tenta tocar o rosto dela, mas ela se afasta do toque dele - Eu nunca quis que você fizesse parte desse esquema do Fabrício Melgaço, você foi a melhor coisa da minha vida, eu te amo.
- Pena que você só se deu conta disso quando já era muito tarde demais - Lágrimas começam a brotar dos olhos dela, sem que ela pudesse controlar - Adeus, Zé Pedro.
- Não seria um até logo?
- É um adeus mesmo.
Há coisas que nem o tempo consegue apagar, Cristina não parava de pensar em sua mãe, e na maneira que ela morreu. Ela nunca aceitou Isso, ainda mais sentindo que sua tia não fez tudo o que pôde para salvar a vida da própria irmã. Só que a cacheada não tinha provas de nada disso, apenas suspeitas sem provas ou testemunhas. Enquanto Cristina não parava de pensar na morte da sua mãe, Maria Clara que estava ao seu lado não parava de pensar no momento em que reencontrou Miguel dos Anjos, um antigo amor de seu passado, que ela nunca esqueceu, nem mesmo quando estava com o Enrico. Miguel era filho de Escobar, e assim como ele, era médico psiquiatra.
As duas irmãs estavam mais unidas do que nunca, nem parecia que em um passado não muito distante, elas viviam brigando entre si.
- Você tá toda boba agora, aposto que tá pensando no Miguel.
- Sim, e você também tá meio pensativa, mas não de um jeito bom, Cristina - Diz Clara - Tá tudo bem com você? Tem certeza disso?
- Não tô não - Diz Cris - Eu não paro de pensar na morte da minha mãe, acho que a Cora não fez tudo o que podia pra salvar ela, só não tenho prova nenhuma disso.
- E o que você quer com tudo Isso?
- Justiça, Clara. Eu quero justiça pela minha mãe.
- No seu lugar, eu iria querer a mesma coisa, Cris - Diz Clara, tendo empatia pela sua meia irmã - Mas se quiser posso te ajudar a conseguir provas que possam colocar a cobra na cadeia.
- Você acha que consegue.
- Não acho, tenho certeza, que consigo. Afinal, eu sempre consigo tudo o que eu quero.
- Quase tudo, lembra?
- Pode ser, que seja, mas eu quero muito colocar a Cobra na cadeia, e vou fazer Isso, por tudo que ela já nos fez de mal.
A noite...
Maria Marta e Zé Alfredo haviam sido convidados para um jantar misterioso no restaurante do Cláudio, onde o Vicente e o Enrico estavam trabalhando juntos como chefs de cozinha. O jantar havia sido reservado apenas para quem havia os convidado para o tal jantar misterioso e eles. O restaurante estava quase que completamente vazio, Maria Marta e Zé Alfredo chegaram antes de seu anfitrião naquele jantar. O convite era de um papel de seda todo pintado de preto e com letras douradas e prateadas bastante elegante.
Maria Marta usava um vestido azul que combinava com os seus olhos, folgado na cintura, brincos de esmeralda, e sandálias prateadas com detalhes em verde. Seu batom era rosa claro, bem discreto, ela estava elegante como sempre. Já Zé Alfredo estava todo vestido de preto, sendo esta a sua marca registrada.
- Tô achando que não vem ninguém, Marta - Começa Zé - Fizeram alguma espécie de brincadeira de mal gosto com a gente, e quando eu descobri quem foi, a coisa aqui não vai prestar.
- Não se preocupe, comendador José Alfredo - Diz Santiago aparecendo todo de branco, um contraste com as roupas do seu pai - Ou será que deveria te chamar de papai?
- Do que você tá falando? - Diz Zé Alfredo se virando para Santiago que estava de costas para ele - Mas quem diabos é você? Posso saber?
- Sou seu filho - Diz Santiago - Mais um filho bastardo seu.
- Você só pode tá louco - A semelhança entre os dois era simplesmente indiscutível - Eu só tenho cinco filhos, e ao que eu me lembre bem, você não é nenhum deles.
- Mas é, Zé - Diz Maria Marta, também ficando de frente para Santiago, tentando se manter calma - Ele é seu filho Sim, Zé Alfredo!
- What? Como é que é, Maria Marta?
Continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Novamente Império
FanfictionO homem de preto estava vivo e de volta a ativa, mesmo após o seu filho Zé Pedro ter tentado lhe matar com um tiro nas costas. Ele queria deixar Maria Ísis de lado para ficar com a sua esposa, só que a ruiva não ia dar o braço a torcer tão facilment...