05. Ameaças nem tão ocultas assim

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  Os dias de Zé Pedro eram sempre cinzas e escuros em sua nova vida, mas isso não acontecia quando sua filha estava com Ele, ambos estavam desenhando e pintando uma casinha muito bonita. Bruna amava o seu pai, na mesma medida que não conseguia entender lá muito bem a sua mãe e a complicada vida dos adultos. A neta de Maria Marta só queria ficar com o seu pai sem que nada e ninguém pudesse os separar de novo, só que isso não era possível. Seu pai havia feito algo muito feio e estava pagando por isso. Bruna não sabia dos detalhes do que o si pai havia feito e do que havia tentado fazer, apenas entendia que o seu pai não era tão perfeito como ela pensava que ele era.


Zé Pedro aproveitava cada segundo ao lado de sua filha já que não sabia quando iria poder vê - lá novamente, e como pai coruja que ele era e sempre foi, ele tratava a sua menina como uma verdadeira princesa sempre que ela o visitava.


- Eu queria que as coisas fossem como antes, papai - Começa Bruna - Eu sinto a sua falta, a casa da vovó até que é bem legal, mas sem você lá não é a mesma coisa. Não gosto de ficar longe de você, isso é muito chato, pai.


- Também não gosto de ficar longe de você, princesinha - Ele acaricia os cabelos macios de sua menininha especial - Mas essa, infelizmente, agora é a nossa nova realidade, sinto muito por isso, minha filha.


- Pai, eu não sei o que você fez de tão ruim pra tá aqui nesse lugar horrível, e sabe, eu não me importo nem um pouco com isso, de verdade mesmo - Diz ela em sua ingenuidade infantil - Eu só quero que você volte pra casa, sinto a sua falta.


- Algumas coisas não são tão fáceis ou, tão simples assim de se explicar, o que eu fiz foi muito grave, mas não quero falar disso agora, ainda mais com você, logo a sua vó vem te buscar e quero aproveitar o máximo que posso o tempo que ainda me resta com você, Bruna - Diz ele - Você é a melhor coisa que já me aconteceu em toda a minha vida e tenho muito orgulho de ser o seu pai - O contraste da luz nos cabelos dela, o faziam se lembrar de sua mãe, quando mais nova - E aconteça o que acontecer quero que me prometa uma coisa - Ele engole em seco - Quero que prometa pra mim, nunca me odiar, mesmo que depois você venha a saber o que eu fiz para vir parar aqui neste lugar.


- Eu jamais poderia te odiar papai. Eu te amo. Eu te amo demais paizinho - Ela então, o abraça - Sei que um dia vamos morar juntos na nossa casinha, não precisa ser a casa da vovó, basta apenas que você esteja comigo nela.


- Mas e a sua mãe? - Ele pergunta como quem não quer nada - Você também a quer nessa nossa casinha, minha filha?


- Não, ela não me ama de verdade, nunca me amou - Diz ela - Eu só quero nós dois nesta casinha de sonhos e de faz de conta papai.


- E se eu me apaixonar de novo?


- Pela tia Amanda? É, ela é legal, e te ama de verdade, e eu gosto dela, talvez ela também viva na nossa casinha um dia - Pensa um pouco, e fica séria - Ela é a única que eu aceito no lugar da minha mãe, pai, quando você sair daqui.


Cristina estava fazendo de tudo para se manter calma diante de tais circunstâncias, sua tia Cora estava de volta, e ao que parecia, bem pior do que antes. E a mesma não iria cair em seus truques sujos de cobra, e nem tão pouco seria manipulada por ela, isso que não. Ainda mais levando em conta que a sua tia quase acabou com a sua vida antes, Vicente estava no restaurante, Enrico estava trabalhando com ele, ao passo que Maria Clara a estava ajudando com o enxoval do bebê, sendo ela uma baita de uma tia coruja para o seu futuro sobrinho ou sobrinha.

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