19. O amuleto da sorte do comendador

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A morte de Daniele acabou sendo a maior sensação na festa de relançamento da Império, havia muitos suspeitos fortes, mas ao que tudo indicava dos que já foram interrogados, nenhum parecia mesmo ser o culpado do crime. Alguns dias se passaram depois desse assassinato, Zé Pedro ainda com a sua tornozeleira eletrônica temia ser considerado o principal suspeito do crime, mesmo ele não tendo feito nada dessa vez pelo menos, ele seria incapaz de matar a mãe de sua filha, apesar de que, em um momento de loucura, o mesmo quase ter matado o próprio pai, e pelas costas, ainda por cima.



E para a surpresa absoluta de Zé Pedro, o primeiro a o defender com unhas e dentes foi o seu pai, e neste momento ambos se abraçaram como nunca o fizeram antes. E naquele exato momento, Zé Pedro percebeu que não estava mais sozinho, e que não era mais um órfão de pai vivo.


- Você acredita mesmo em mim? - Os dois estavam em casa no escritório de Zé Alfredo - Ou você só disse isso lá na coletiva de imprensa pra enganar, manipular e impressionar a minha mãe, Comendador?


- Acredite você, ou não, eu acredito sim na sua inocência, Zé Pedro - Ele estava sendo sincero - Duvido que tem a sido você que tenha matado a Daniele. Até porque você seria incapaz de deixar a sua filha sozinha em casa, ainda mais pra matar a inútil da sua ex esposa.


- Pelo visto, você me conhece bem mesmo - Começa Zé Pedro meio incrédulo - E bem mais do que eu imaginava, Comendador.


- Quando você vai parar com essa sua frescura de me chamar de comendador e voltar a se referir a mim como o seu pai?


- Um passo de cada vez coroa, como diria o Luquinhas - Ele cruza os seus braços na frente do próprio peito, de maneira desafiante - Ainda temos muitos ponteiros para acertar antes de sermos finalmente pai e filho, e comecemos a agir como tal.


- Eu errei pra caramba com todos os meus filhos, principalmente com você, e isso sem falar no inferno que fiz a sua mãe passar, principalmente quando a traía com mulheres que sequer chegavam aos seus pés - Ele nunca havia sido sincero asdim com ninguém, nem mesmo com a sua filha Maria Clara - Fui um péssimo pai, e um marido pior ainda.


- Não sou padre, e nem tão pouco, esse seu escritório, um confessionário para que me conte tudo isso.


- O seu cinismo as vezes me diverte um pouco, até - Confessa - Mas na maioria das vezes, apenas me aborrece mesmo, e isso vice puxou foi da sua mãe, que de mim é que não foi, tenho certeza disso.


- Será que foi dela mesmo? Não foi do senhor Comendador, não?


- Me respeita moleque.


- Se dê ao respeito primeiro.





Alguns anos antes...


Mais uma vez, Zé Alfredo e Maria Marta estavsm brigando por causa das maneiras distintas que ambos tratavam o seu primogênito. Maria Marta o tratava como se ele fosse mais especial que os seus demais filhos, muitas vezes deixando a sua única filha de lado, pra escanteio mesmo. Ao passo que, Zé Alfredo era duro demais com seu filho mais velho, e muitas vezes o castigava até mesmo por coisas que ele não fez. Por erros cometidos por um dos seus irmãos, incluindo a queridinha do Zé Alfredo, a Maria Clara.

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