17. Cora, a cobra

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 Como num jogo de xadrez, Cora esperava que seus peões fizessem a primeira jogada, mal sabia ela que, nesse jogo, ela também não passava de uma mera peoa também. Tal qual um jogo de cartas marcadas se desenrolava aquela teia de mentiras sem fim. Mas como era de se esperar tinha alguém no esquema que poderia colocar tudo a perder por ser um pouco passional demais. E esse alguém era a Daniele, a ex esposa do primogênito de Maria Marta e José Alfredo, o Zé Pedro.

Daniele só pensava em uma coisa, infernizar a vida de seu ex, dando muita na pista com relação aos planos de Cora, envolvendo o Comendador, a Império, a Maria Marta e os filhos deles. A ex de Zé Pedro queria a guarda da Bruna, mas somente para irritar seu ex e no processo colocar tudo a perder.

- Para de se expor, Daniele. Para que isso já tá ficando feio e chato pra você, ô garota - Começa Cora - So pare com isso agora mesmo, caso contrário, você vai acabar colocando tudo a perder, e se isso acontecer, juro que te mato.

- Não sou a Nora pra ter medo de você, Cora - Diz a mais nova com uma cara de poucos amigos - Então guarde o seu veneno para si mesma, que certamente precisa mais dele do que eu. E nem pense em fazer nada contra mim, senão já sabe, né?

- Eacute aqui, aspirante de minhoca metida a cobrinha da Chernobyl, não me ameace nunca mais - Lhe dá um tapa na cara que deixa a marca dos seus dedos - Tá me escutando bem, vadia?

- Me escute bem - Ela segurava a face bem onde Cora lhe bateu - Essa é a última vez que você me bate, tá me entendendo bem?

- Por que? Você vai morrer? Ou o quê? Se for isso - Sorri cínica - Que o inferno te acolha com carinho, e que o diabo não te queira como sua rainha, já que, nem ele merece uma esposa como você, simplesmente insuportável e ordinária.

- Você se acha a intocável mesmo - Diz Daniele cheia de raiva - Mas acontece que você não é e nunca será intocável, sua cobra falsificada do Paraguai.

- Sabe de uma coisa? - A mira bem nos olhos dela - Você fala demais. Fala demais. E só fala merda, algo bem típico de você.

- É você quem fala demais - Faz uma pequena pausa antes de continuar com os seus argumentos - Mas um dia, pode ser que não fale mais.

- Por favor, não me ameace, você não tem cacife suficiente pra me enfrentar e muito menos para me ameaçar.

- Maldita bruxa! Eu te odeio, Cora!

Vários anos antes...

Cora odiava sua irmã mais nova, que para a mesma era um estorvo sempre se metendo em sua vida e roubando dela, os homens que ela queria. E agora além de ter se casado com o homem que ela desejou e viu primeiro, sua irmã Eliane estava tendo um caso com o próprio cunhado, o homem que Cora mais desejou em toda a sua vida.

E Cora já estava farta disso. Farta de sempre perder para a sua própria irmã, como se a mesma fosse melhor do que ela.

- Você não pode simplesmente fugir com o Zé Alfredo como se ainda não fosse uma adolescente. Não se esqueça que você tá grávida.

- Aí é que tá, Cora...

- Como assim? Aí é que tá o quê? O que você esqueceu de me contar?

- Eu não sei de quem é o filho que eu tô esperando. Tanto pode ser do meu marido quanto do Zé.

- Você tem certeza disso? - Cora não gostava da possibilidade de sua irmã estar grávida do homem que ela mais queria só para si - O filho que você tá esperando pode ser mesmo do Zé?

Novamente ImpérioOnde histórias criam vida. Descubra agora