15. A Imperatriz e seu império

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As coisas finalmente estavam seguindo o seu curso, apesar dos segredos do Comendador e das ameaças dos inimigos dele e dela também, de certa forma. Maria Marta não parava de pensar nos seus filhos, contando também com os que ainda nem haviam nascido. Antes o filho que mais a preocupava era o João Lucas, mas agora, a imperatriz não parava de pensar em José Pedro, sendo que o mesmo estava prestes a ficar em prisão domiciliar, Zé Alfredo estava bem mais adepto a dar uma segunda chance ao primogênito deles, no entanto, há feridas que nem mesmo o tempo pode curar por inteiro. E algumas dessas feridas de Zé Pedro relacionada ao pai eram exatamente assim, quase incuráveis.



Enquanto pensava nisso, quase nem percebeu quando Maria Clara se sentou perto dela com um olhar bastante preocupado e sério. Foi então que Maria Marta se deu conta de que estava chorando, enquanto via fotos suas com seus filhos, quando os mesmos ainda eram bebês.


- Nossa, você quando jovem era a cara escarrada e cuspida da Amanda, mãe, ela até poderia ser sua clone, ou até mesmo, a sua filha.


- Em minha família somos muito parecidos - Sorri em meio as suas lágrimas - Finalmente estamos começando a nos dar bem como mãe e filha, como tem que ser. Confesso que, sempre fui muito cabeça dura e teimosa com você, e que sempre te culpei injustamente por muitas coisas relacionadas ao seu pai.


- Olha, eu também não sou nenhum anjinho de procissão - Diz Maria Clara, sorrindo - Eu também nunca facilite as coisas pra você, sempre estava querendo chamar a sua atenção, mas você só tinha olhos pro Zé Pedro ou então pro Lucas. Você meio que me deixava de lado, pra escanteio mesmo, parecia até que não me amava, que me odiava mesmo, me culpando por coisas que eu nunca fiz. Por coisas que sou incapaz de fazer, ainda mais contra você.


- Agora eu sei disso, mas antes eu não sabia - Ssipira - Afinal, você sempre foi a filha preferida do seu pai, a queridinha do Zé, uma verdadeira filhinha do papai em todos os sentidos da palavra, Maria Clara.


- Assim como o Zé Pedro sempre foi um filhinho da mamãe, que vivia escondido na Barra da sua saia, como o seu queridinho.


- O Zé e eu erramos muito com seus irmãos e você - Diz Maria Marta por fim - Prince com o Zé Pedro e você.


- Meus irmãos e eu também vacilamos bastante com você e o papai.


- Não mais do que seu pai e eu erramos com vocês.




Muitos anos antes...


Maria Clara havia acabado de nascer, e José Pedro se sentia meio que deixado de lado pelo seu pai, algo que, não passou nem um pouco despercebido por Maria Marta. Mesmo de resguardo, Maria Marta estava disposta a enfrentar seu marido pelo bem de seu primogênito tão querido e amado.


- Você continua tratando o seu filho como um inimigo seu - Ela diz isso entrando no escritório que ele tinha na casa deles - Como se ele não fosse sangue do seu sangue e carne da sua carne, e ele nota isso, mesmo sendo apenas uma criança.

Novamente ImpérioOnde histórias criam vida. Descubra agora