13. Golpe de sorte? Ou de azar mesmo?

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Entregues a paixão, com os seus corpos suados, mas no entanto, ainda não saciados um do outro, Maria Marta e Zé Alfredo não se cansavam nunca um do outro. Ele tomava todo o cuidado do mundo com o bebê que Maria Marta esperava, sem no entanto, deixar de dar prazer a ela. De sentir prazer também naquele corpo que ele conhecia tão bem quanto o seu próprio, talvez até mais. Maria também conhecia muito bem os mecanismos de prazer do corpo de seu marido. Eles chegaram ao êxtase mais profundo ao mesmo tempo, aquele que separava almas e corpos os mantendo ainda unidos por um fio invisível, mais uma vez.

Deitada sobre o peito desnudo de seu marido, Maria Marta se sentia a mulher mais poderosa do mundo. Uma verdadeira imperatriz cheia de poder e altivez.

- Quando te sinto nos meus braços nada mais me importa, Marta - Ele acariciava as costas nuas dela - E pensar que eu quase te perdi, fui um idiota pensando que outra mulher poderia ocupar o seu lugar na minha vida e no meu coração. Você é insubstituível Maria Marta.

- Eu também jamais poderia te substituir, Zé - Ela suspira - Sabe Zé, sinto falta do nosso filho, o Zé Pedro.

- Pior que eu também sinto muito a falta dele - Ele sentia mesmo falta do seu primogênito - Ele ficou do jeito que tá por minha causa, nunca fui um bom pai pra ele. E em parte isso é por causa do meu próprio pai. Não tô querendo me justificar e nem nada, até porque nunca precisei fazer isso antes, e nem pretendo começar a fazer isso agora, mas sabe de uma coisa? Alguém tem que dar o primeiro passo, que seja eu então - Ele estava sendo sincero - Marta, será que já é tarde demais para eu ser o pai que o Zé Pedro tanto precisa que eu seja?

- Nunca é tarde demais - Beija a fronte dele - Apesar de Tudo, o Zé Pedro ainda é nosso filho, o nosso primogênito, e isso nunca vai mudar. Ele ainda te ama Zé. Ele te ama de verdade, apesar de tudo.

- Você está certa, amanhã mesmo logo cedo, vou ter com o Zé Pedro - Diz ele - Quero que ele me perdoe pelos meus erros passados e que me permita recomeçar tudo de novo, pra que assim, eu possa ser o pai que ele sempre quis que eu fosse. Isso não vai ser nada fácil, ele consegue ser mais orgulhoso do que você as vezes, Maria Marta.

- Queria o quê? Ele é seu filho, jagunço, e nisso ele puxou a Você, com certeza, no quesito orgulho e tudo mais, Zé Alfredo.

- Nós dois somos bem orgulhosos, Maria Marta Matos de Medeiros, e por isso nos damos tão bem, tanto na cama, quanto fora dela - Nisso, ele se preocupe com o João Lucas - Mas mudando de assunto, soube que a Ísis armou pro nosso filho, para o separar da Du, e parece que ela tá conseguindo separar eles.

- Essa sua ex amante também - Diz Maria Marta - Só serve para nos arranjar problemas.

- Melhor ela não se meter demais com os meus filhos... Com os nossos filhos, Maria Marta - Diz Zé Alfredo - Caso contrário, ela não vai durar muito tempo, se é que você me entende bem.

Enquanto se lembrava de sua filha Nora e das loucuras que a mesma já fez para chamar a atenção do comendador, Cora sentia uma espécie de vergonha alheia pela mais nova, mesmo sendo bem mais obsecada pelo comendador do que, a sua filha jamais foi um dia. Cora até já tentou seduzir Santiago, só que, assim como o Comendador, o mesmo não quis nada com ela, já tendo namorada, dentre outras coisas. Santiago por sua vez, tinha asco de Cora, nojo mesmo.

E não porque ela era mais velha do que Ele, mas sim, porque o mesmo não a achava nem um pouco atraente, bem na realidade.

- Olha, você é patética - Começa Santiago - Tentar me seduzir não vai funcionar comigo, já que, não tenho o menor tesão em você.

- Não me enche, moleque. Hoje não. Só me poupe de seus comentários desnecessários - Diz ela, com uma cara de poucos amigos - Não preciso deles, na verdade, eu nunca precisei.

- Você deve de tá assim, por causa de mais um toco que o comendador te deu, não o culpo por isso - Ele dá de ombros - Eu também não trocria uma mulher como a Maria Marta, que sem a menor sombra de dúvidas, foi, é e sempre será um espetáculo.

- Não me diga que você também tá se apaixonando pela brusca da esposa do Zé - Ela ironiza - Ou está?

- Óbvio que não, tenho uma noiva, sou fiel e leal a ela - Diz ele - Apenas estou constatando os fatos, ao dizer que a esposa do maledito é mesmo uma beldade, já não posso dizer o mesmo de Você, sua cobra.

- Cuidado com o que me diz, caso contrário, a sua noiva vai acabar pagando por isso - Ele lhe aplica uma gravata - Me solta que você tá me machucando, seu infeliz.

- Se atreva a mexer com a minha mulher - Ele sente ela cada vez mais sem ar, muito fraca - Que eu te mato.

- Mas que falta de sorte - Começa Cora, assim que Santiago a solta - Pensei que seria um grande golpe de sorte te ter como aliado. Mas parece que eu me enganei, foi mais um golpe de azar mesmo, maldito infeliz.

- Sem melodrama, faz favor - Diz ele já sem paciência com ela - Caso contrário, não respondo por mim, sua caninana dos infernos, me entendeu?

- Acha mesmo que me assusta, hein, seu moleque desgraçado?

- Não acho não, tenho certeza disso, sua cobra descascada.

Na manhã seguinte...

Ao ver o seu pai na sua frente, o visitando, Zé Pedro só podia pensar que o mesmo estava ali para saber mais detalhes do diamante cor de rosa, mal sabia ele das reais intenções do comendador, e nem tinha mesmo como saber. Já que se tratando de José Alfredo, tudo sempre era muito imprevisíveis, e isso para não dizer o mínimo, naturalmente.

Zé Alfredo só queria mais uma chance para fazer tudo certo com o seu primogênito, e não apenas com Ele, mas com todos os seus filhos e a sua esposa. Sendo que, apesar de tudo, o mesmo nunca deixou de amar a sua bela e poderosa imperatriz.

- Nunca pensei que você voltaria aqui tão depressa, Comendador - Ele tenta ser sarcástico, e consegue, já sendo muito bom nisso - do que quer aqui? Não me diga, já sei, aposto que veio tripudiar um pouco mais de mim, enquanto me faz mais perguntas sobre o seu amado diamante, não é mesmo, Comendador?

- Eu não tô aqui pra nada disso - Ele engole em seco - Não te julgo por pensar assim, nunca fui um bom pai, sobretudo pra você.

- O que é isso agora? O dia de dizer o óbvio? Ou o quê?

- Só me escuta, tá bom assim? - Diz o mais velho - Eu fui muito bruto com você, e isso desde que você era muito pequeno, não me orgulho disso, eu só queria que... Que você se tornasse um homem forte, que não temesse nem mesmo a morte, mas acabei metendo os pés pelas mãos e fazendo tudo do jeito mais errado possível.

- Acho que não escutei bem, o comendador admitindo que errou? Isso sim, é um milagre de verdade.

- Sem ironias, Zé Pedro, por favor. Quero consertar as coisas entre nós dois, somos pai e filho, e acho que merecemos uma segunda chance.

- Acho que não temos mais conserto. Nem sei porque você finge que se importa com isso justo agora.

- Mas eu não estou fingindo, não tenho nem necessidade disso.

- Será que não? Por que você tá aqui, hein? - Engole em seco - O que você quer de mim, afinal?

- Quero o seu perdão. Quero mais uma oportunidade para ser o seu pai. E dessa vez é pra valer.

- Por que só agora?

- Porque eu te amo, meu filho, mesmo tendo sido muito injusto com Você, durante toda a nossa convivência como pai e filho.

- Você me ama de verdade?

Continua...

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