Capítulo 13 | Rastros de vingança.

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Ayla pega no sono pouco depois da nossa conversa, ainda na ilha.

Meu celular treme em meu bolso. Mas, seja lá o que for, pode esperar. Olho para Ayla dormir tão calmamente; Mal parece ter passado por tudo o que passou. Continua um anjo, apesar de suas asas terem sido arrancadas.

Me recordo das cicatrizes em suas costas e um ódio ferve dentro de mim. Vou achar o desgraçado do Simmon e eu mesmo vou mata-lo da forma mais lenta e dolorosa possível. Mas, por hora, há coisas mais importantes a serem resolvidas.

Levanto-me e vou para o hall de entrada da casa. Quando penso em pegar o celular para pedir um carro, minha mente vai até Ayla na cozinha.

- Ayla, ei - a chamo baixinho assim que volto à cozinha. - Acorda, você tem que pelo menos deitar. - Insisto.

Ela levanta a cabeça resmungando e abre um olho.

- Você não pode dormir na cozinha.

- Posso sim! Me deixa em paz! - Ayla deita a cabeça novamente.

Jeito difícil então. Afasto seu banco da ilha, me abaixo parcialmente passando um braço por suas pernas e o outro apoiado em suas costas. erguendo-a no ar no famoso estilo noiva.

O cheiro de maconha, tequila e borracha queimada invade meu nariz e queima meus olhos. Ayla continua apagada. Caminho até seu quarto empurrando a porta com as costas. Adentro o quarto escuro e vou até a cama.

Ao chegar no pé da cama, encaro Ayla em meus braços, mal tenho coragem para larga-la. Quando penso em deixá-la na cama, o cheiro se faz presente novamente. Então, me dirijo até o banheiro do quarto ainda com ela. Sento-me no vaso e faço o possível para tentar acorda-la.

De novo, um pouco de consciência se esboça da parte dela e consigo deixá-la em pé por conta própria. A ajudo a tirar a jaqueta; enquanto ela tirava a blusa, eu me abaixei para tirar suas botas e sinto suas mãos em meus ombros me impedindo de subir assim que as retiro.

- Lucky?

- Eu. - Respondo, olhando para cima e a vendo com as costas nuas na parede e olhos fechados.

Mas, seja lá o que ela iria falar, ela não completa. Retira as mãos dos meus ombros, permitindo que eu subisse novamente.

- Ayla, ei, tira a calça, por favor.

Ela me obedece, ficando completamente nua. Ligo o chuveiro e a encaminho para o box.

- Ok, pode entrar então.

A empurro de leve para dentro do box. Ela entra debaixo d'água, falando algo que não entendo. Fecho a porta do box e a espero do lado de fora. Buscando deixa-la confortável.

Após alguns minutos sem nenhuma resposta, abro a porta do banheiro e a encontro abaixada no chão.

- Ayla, é para tomar banho.

- Eu sei. Mas eu não consigo. - Ela responde, levantando a cabeça.

Apesar do rosto molhado, consigo ver as lágrimas escorrendo. Esvazio os bolsos, tiro o tênis e entro no box antes mesmo de me dar conta do que estava fazendo. A levanto e a abraço.

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