Saio do prédio quando tenho certeza de que Lucky não está mais por perto. A última coisa que quero é esse bastardo me seguindo por aí.
Faço o caminho já familiar. Bato na porta e o homem moreno abre a porta pouco tempo depois. Adentro a quitinete bagunçada, desviando das pilhas de roupas.
— Então, o que tem para mim?
— Consegui o que você pediu. Mas o Rio me ligou fazendo altas perguntas. Eu desviei o assunto.
— Ah, obrigada. — Vejo-o se sentar na mesa em frente aos computadores e abrir infinitas abas.
— Certeza de que quer isso? Ele vai ficar louco e vai sobrar para mim.
— Quero. E não se preocupe, você é um ótimo professor; teria achado sozinha se tivesse tempo. — Dou dois batidas leves em seu ombro e me sento no descanso de braço do sofá.
Ele termina de abrir as abas e sai de frente da tela. Todos os dados que havia pedido estavam de bandeja na minha frente.
— Meu Deus! Obrigada, Phantom! — Digo animada, me debruçando para ler as informações na tela.
— É uma conta gorda, é de quem?
— Minha. — Ele me olha confuso. — É uma longa história, mas ela de fato é minha.
— Não sei se gosto da ideia; se o Rio vier aqui...
— Eu só preciso que você garanta que o Rio não ache essa conta nunca, e você nunca mais me verá. Pode ser? — Olho para ele fazendo biquinho.
— Meu Deus, pirralha, você vai fazer minha mandíbula cair... — Ele faz o trocadilho com a maraca registrada de execução da facção, enquanto pressiona os olhos com os dedos. — Mais alguma coisa?
— Na verdade, sim. Tem uns apartamentos. Quero que venda. Não me interessa o preço. Pode pesar a mão.
— O que anda planejando, pirralha? Só pelo valor da conta... Não devem ser apartamentos baratos...
— Se continuar com eles, ele me acha. Entendeu? Então, venda-os para mim. Por favor. — Digo sacudindo a mão no ar e indo na direção da porta. — Obrigada, de novo. Me avise quando vender os apartamentos!
Bato a porta animada, seguindo meu caminho de volta ao prédio. Não demoraria muito para conseguir minha liberdade.
[...]
— Ayla! — A voz familiar me chama assim que piso no primeiro degrau do prédio. — Está maluca? O Rio está te procurando!
— Deixe-o procurar. — Dou mais um passo.
— Onde você estava?! — Isabella tenta me fazer parar em vão.
— Phantom conseguiu o que eu queria. — Termino de subir as escadas, encostando as costas na porta.
Não acredito nisso. 70% dos meus problemas estão resolvidos. Só preciso que Phantom suma com os apartamentos. Talvez isso demore alguns dias. Também preciso de um lugar para ir. O mais longe possível.
Sou interrompida por batidas na porta e abro uma brecha para encontrar Isabella do outro lado.
— Ayla? O que aconteceu? Você está tão... agitada... — Ela entra.
— Eu estou bem, Isabella.
— Certeza? O que quiz dizer com "o Phantom conseguiu o que queria"?
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Secrets and Lies
RomanceAyla descobre que sua vida foi uma mentira após a morte de sua mãe. Seu pai está desaparecido, e tudo que a resta é o irmão mais velho, Antonie. Lucky era amigo de Antonie desde a infância. Mas após sumir por anos, Lucky se envolve com assuntos per...