Capítulo 27 | Último adeus.

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Saio do prédio quando tenho certeza de que Lucky não está mais por perto. A última coisa que quero é esse bastardo me seguindo por aí.

Faço o caminho já familiar. Bato na porta e o homem moreno abre a porta pouco tempo depois. Adentro a quitinete bagunçada, desviando das pilhas de roupas.

— Então, o que tem para mim?

— Consegui o que você pediu. Mas o Rio me ligou fazendo altas perguntas. Eu desviei o assunto.

— Ah, obrigada. — Vejo-o se sentar na mesa em frente aos computadores e abrir infinitas abas.

— Certeza de que quer isso? Ele vai ficar louco e vai sobrar para mim.

— Quero. E não se preocupe, você é um ótimo professor; teria achado sozinha se tivesse tempo. — Dou dois batidas leves em seu ombro e me sento no descanso de braço do sofá.

Ele termina de abrir as abas e sai de frente da tela. Todos os dados que havia pedido estavam de bandeja na minha frente.

— Meu Deus! Obrigada, Phantom! — Digo animada, me debruçando para ler as informações na tela.

— É uma conta gorda, é de quem?

— Minha. — Ele me olha confuso. — É uma longa história, mas ela de fato é minha.

— Não sei se gosto da ideia; se o Rio vier aqui...

— Eu só preciso que você garanta que o Rio não ache essa conta nunca, e você nunca mais me verá. Pode ser? — Olho para ele fazendo biquinho.

— Meu Deus, pirralha, você vai fazer minha mandíbula cair... — Ele faz o trocadilho com a maraca registrada de execução da facção, enquanto pressiona os olhos com os dedos. — Mais alguma coisa?

— Na verdade, sim. Tem uns apartamentos. Quero que venda. Não me interessa o preço. Pode pesar a mão.

— O que anda planejando, pirralha? Só pelo valor da conta... Não devem ser apartamentos baratos...

— Se continuar com eles, ele me acha. Entendeu? Então, venda-os para mim. Por favor. — Digo sacudindo a mão no ar e indo na direção da porta. — Obrigada, de novo. Me avise quando vender os apartamentos!

Bato a porta animada, seguindo meu caminho de volta ao prédio. Não demoraria muito para conseguir minha liberdade.

[...]

— Ayla! — A voz familiar me chama assim que piso no primeiro degrau do prédio. — Está maluca? O Rio está te procurando!

— Deixe-o procurar. — Dou mais um passo.

— Onde você estava?! — Isabella tenta me fazer parar em vão.

— Phantom conseguiu o que eu queria. — Termino de subir as escadas, encostando as costas na porta.

Não acredito nisso. 70% dos meus problemas estão resolvidos. Só preciso que Phantom suma com os apartamentos. Talvez isso demore alguns dias. Também preciso de um lugar para ir. O mais longe possível.

Sou interrompida por batidas na porta e abro uma brecha para encontrar Isabella do outro lado.

— Ayla? O que aconteceu? Você está tão... agitada... — Ela entra.

— Eu estou bem, Isabella.

— Certeza? O que quiz dizer com "o Phantom conseguiu o que queria"?

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