Capítulo 28 | Em direção ao caos.

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Sigo o caminho até o aeroporto, ainda remoendo as palavras há tanto presas em minha garganta. Olho a hora no celular; Passei mais tempo do que esperava me despedindo do passado.

Não demora até o táxi parar em frente ao aeroporto movimentado. Adentro a multidão em direção à área de embarque. Já estava atrasada e não estava nem um pouco a fim de perder o voo e permanecer mais tempo aqui.

É só uma questão de tempo até os capangas de Lucky ou então Isabella começarem a me procurar. Passo pelo embarque e, desta vez, diferente de alguns meses atrás, eu sabia que nada daria errado.

Quando já estou dentro do avião, faço duas transferências dividindo o valor dos apartamentos para Phantom e Isabella: 360 milhões de pesos para cada.

Sei que Lucky nunca chegará à conta fantasma para a qual estou fazendo a transferência, mas vou fazer questão de que ele saiba que fui eu quem enviou e de que estou decidida a estar longe dele.

“Considere isso um agradecimento por tudo.”

Desligo o celular e me ajeito na poltrona, satisfeita. Assim que chegasse aos EUA, iria atrás de um apartamento e algo para ocupar meu tempo até finalmente poder ir atrás de Simmon.

[...]

Quatro horas de voo depois, finalmente estava em Chicago, na minha liberdade e na minha nova vida. Saio do aeroporto, ansiosa por um banho quente, uma cama para passar uma noite tranquila e, principalmente, algo para comer.

Pego um táxi, totalmente desacostumada com a agitação de Chicago no fim da tarde. Há tantos carros e pessoas nas ruas que a paisagem se torna até mesmo teatral.

— Boa tarde, pode me levar ao McDonald’s mais próximo, por favor? Estou morta de fome. — Sorrio gentilmente para o motorista.

— Claro. — O senhor já de idade retribui o sorriso pelo retrovisor.

Poucos minutos depois, já estou dentro do restaurante, em frente ao balcão, escolhendo meu lanche com água na boca. Me sento na mesa inquieta, esperando meu pedido ser chamado.

A estranha sensação de estar sendo observada arrepia minha nuca e me faz olhar discretamente ao redor do local. Observo famílias e amigos se divertindo enquanto comem, nada fora do comum para esse ambiente.

Meu pedido é chamado e algo me dizia para não perder mais tempo naquele lugar. Como mais rápido do que gostaria, decido meu próximo destino. Irei me esconder à vista de todos, para começar.

A distância do restaurante até o local não era grande e, contrariando meus instintos, vou andando. Não demorou para a sensação estranha voltar, fazendo-me olhar para trás. Novamente, não havia ninguém que me chamasse a atenção.

Viro um beco para cortar caminho até o hotel, me guiando pelo mapa virtual no celular. Apresso meus passos, afinal, acabara de sair da avenida principal e me enfio em um beco escuro e vazio.

A essa altura, estou certa de que há alguém me seguindo, mas me enfiando em lugares assim, percebo que a pessoa que me segue não é o único perigo.

Antes mesmo que eu tivesse a chance de reagir, um homem me agarra por trás, tirando meus pés do chão e pondo a mão em minha boca.

Entro em completo desespero, mas reajo rápido o suficiente para dar uma cotovelada em sua costela, fazendo-o grunhir e aliviando o aperto em volta do meu corpo.

Reparo uma arma em sua cintura e meus olhos brilham. Obviamente, eu tinha pouco tempo até ele sacá-la, e ele não me deixaria tomá-la facilmente.

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