Capítulo 09 | Café da manhã

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Coloco meu rosto entre as mãos sentindo algo embaixo de mim no sofá, me levanto e pego um dos documentos que joguei em Lucky.

Dessa vez, o documento tinha meu rosto. "Amara Sánchez". Meu Deus, onde eu me meti...

Fico encarando a foto na identidade falsa. É a foto que estava na minha real identidade, mas como Lucky conseguiu essa foto?

Quando me sinto mais calma, volto para a cozinha para terminar de ajudar Antonie com as coisas.

– Y... tú, ¿cómo se llama? – Antonie insiste. Rio e dou um tapa em seu braço.

– Amara. Amara Sánchez – digo, olhando para Antonie. – Agora fala direto.

Dou outro tapa em seu ombro e me viro para a pia. Ele ri e me empurra com o quadril. Rimos juntos.

– Tá me devendo 3 barras de chocolate, idiota. – O relembro, guardando as últimas coisas nos armários. – Mas... e agora? – Indico a cozinha arrumada atrás de nós. Ele encara sobre os ombros e se vira para mim.

– E aqueles adesivos de parede? Quais estampas você trouxe? – Ele arqueia as sobrancelhas, me fazendo rir.

– Beleza, então. – Pego os quatro rolos de adesivos, dois de cada estampa que comprei. – Mas vamos começar pelo meu quarto.

– Tudo bem, madame. – Antonie faz uma reverência exagerada para que eu passe.

Seguimos para o meu quarto e largo os rolos sobre a roupa de cama cinza. Abro os dois e encaro Antonie para que me ajudasse a escolher.

– Esse. – Ele aponta para o adesivo de triângulos preto e rosa bebê em um fundo cinza claro.

Concordo e vamos ver onde colocar. Decidimos que o melhor lugar seria atrás da cama de casal do quarto.

Arrastamos a cama juntos e colamos os dois adesivos da estampa, colocando a cama de volta no lugar. O rosa sutil do adesivo dava uma cor a mais no quarto, trazendo um pouco de vida.

A próxima coisa que vou comprar são estantes para colocar em cima da cama. Não importa o que Antonie diga.

Seguimos para o quarto dele. É exatamente igual ao meu, e decidimos colocar no mesmo lugar, atrás da cama.

Quando terminamos, Antonie encara o quarto da porta, fazendo um retângulo com os dedos indicador e dedão, fechando um olho.

– Molto bene! – diz, abaixando os braços. – Quarto do foragido? – Aponta o dedão para a porta fechada.

– Não trouxe nada para ele. – Me levanto do puff no qual me joguei assim que terminei de adesivar a parede.

– Minha casa não vai ficar desigual! Fora que eu vi seis rolos no carrinho. Não sou trouxa.

– Peguei por precaução, vai que estragava um deles no caminho... Sei lá.

– Quarto do foragido? – Insiste.

– Quarto do foragido. – Respondo, revirando os olhos e indo até o corredor.

Antonie e eu batemos na porta e berramos "Lucky" até ele abrir uma fresta da porta. Eu empurro a porta, invadindo o quarto, que é igual aos outros dois. Pelo visto, a casa segue um padrão para os quartos e banheiros, já que são todos iguais.

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