Capítulo 06 | Solidão campestre.

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Acordo com o sol atravessando a janela e batendo diretamente no meu rosto. Ainda estou nos braços de Ton. Me reviro na esperança de olhar meu relógio de pulso. 6:40. Não dormi quase nada...

- Já acordou, praga?

- Ah! Não enche, peste - Digo, fugindo do seu abraço. - O que vamos fazer hoje?

- Casa de campo - Suspira. - E compras. Me recuso a ficar com essa roupa...

- Mas nós temos roupas lá...

- É a casa de campo que usávamos para reuniões, lembra? O que temos lá? Smokings e vestidos? - Ele suspira. - Elas sequer são confortáveis...

- Tudo bem, compras então.

Me levanto da cama e Antonie faz o mesmo. Ele pega o celular na mesa de cabeceira e saímos juntos do cômodo. Lucky não está na cama nem no banheiro, mas seu celular e carteira estão em cima da mesinha de centro, junto com as chaves da moto. Longe ele não foi...

A porta de entrada se abre com agressividade e Lucky passa por ela com um martelo de cozinha na mão. Ele se senta no chão e examina o celular por um momento.

- Me dá um brinco - Diz, sem tirar os olhos do celular.

- Onde conseguiu esse martelo? - Pergunto.

- Na cozinha.

- Como? Eles não saem por aí emprestando martelos de carne para os hóspedes, né? - pergunto, me virando para Antonie.

- Não, eles não dão. Eu roubei - Lucky responde com naturalidade.

- Para que?

- Me dá o brinco logo! - Ele estende a mão para mim.

- Eu não tenho!

- Antonie, me dê um piercing.

Antonie tira seu brinco a contragosto e o entrega. Lucky pega o brinco e enfia em um buraco no celular. Uma pequena gaveta pula para fora com o chip do telefone. Ele o pega, joga no chão e dá uma martelada, destruindo-o.

- Os telefones. Anda! Podem rastrear.

Antonie entrega seu telefone e logo em seguida eu faço o mesmo. Ele destrói os chips de ambos.

- Mais alguma coisa rastreável?

- Smartwatch? - digo, estendendo o braço e mostrando o relógio.

- Porra - Suspira. - Me dá! - Diz, quase arrancando o relógio do meu pulso, jogando-o no chão e dando várias marteladas.

- Vamos - Ele diz, largando o martelo e pegando os restos dos chips e do relógio no chão antes de se levantar.

[...]

- Obrigado - Antonie entrega as chaves do quarto e o cartão. - Lucky, segura o seu pulso.

- O que está fazendo?

- Pagando o quarto? - Antonie rebate.

- No cartão? Não disse que estava estourado? Não vai passar - Lucky diz, arregalando os olhos para Antonie.

- Verdade - Antonie se vira para o recepcionista. - Vocês têm um caixa por aqui?

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