Acordo com dor de cabeça e no corpo. Meu cabelo está embaraçado e úmido. Pelo visto, eu e Antonie conseguimos chegar em casa vivos, apesar de eu não lembrar de muita coisa depois da pista de dança.
Saio do quarto prendendo meu cabelo em um coque frouxo, na tentativa de deixá-lo mais aceitável, e, sem nenhuma novidade, a casa está totalmente silenciosa. Bato na porta de Antonie incessantemente até que ele a abra.
Sua cara está inchada de sono e, pelo visto, diferente de mim, ele não tomou banho. O cheiro de tequila ardia meus olhos.
— O que você quer, praga?
— Nada. Só te acordar. Já está de tarde. — Aponto para a janela do quarto dele, já clara pelo sol da tarde.
— Vai dormir. — Ele insiste, coçando um olho.
— Não quero. Quero te perturbar.
— Não. — Ele bate a porta na minha cara e posso ouvir o estalo da chave.
Bato os pés indo em direção à cozinha, onde coloco água para ferver e preparar um café.
Ouso barulho de portas de carro batendo do lado de fora e, em seguida, o som da campainha soando pela cozinha. Vou até a porta para ver quem está incomodando e me deparo com cinco homens de calça jeans surradas e camisas regatas que um dia foram brancas.
— Boa tarde? — Digo quando um deles vem até mim.
— Boa tarde. O chefe mandou entregar aqui. — Ele aponta para um caminhão cegonha parado atrás do carro.
— Ah... Ok, mas do que se trata exatamente? Acho que não fui avisada da... entrega?
— Uma Ferrari SP48, uma BMW S1000RR e uma Kawasaki Ninja 650R.
Lucky disse ontem que chegariam em alguns dias. Não esperava que chegassem no dia seguinte.
— Ah... claro... Pode deixar na garagem.
Os homens descarregaram o caminhão em torno de uma hora e foram embora, sem mais nem menos.
Desde então, estou sentada na grama em frente à casa com as chaves dos automóveis em mãos, olhando-os.
Ouso barulho de carro e me viro para ver um Jeep preto se aproximar e encostar no meio-fio. Lucky desce do carro e, de onde estou sentada, posso ver o motorista e um arrepio corre por minha espinha. Era um homem barbudo e careca, com tatuagens visíveis no pouco que dava para ver de seu rosto e cabeça.
— O que está olhando? Algo de errado com eles? — Lucky começa, olhando para a garagem.
— Não. Na verdade, não. Eu só estou brisando mesmo. — Levanto sentindo minhas pernas formiga tem pelo tempo que fiquei sentada.
— Brisando? — Ele espera um tempo, mas sem resposta da minha parte. — Não melhorou de ontem? Você e Antonie chegaram um pouco... altos.
— O quê?! — Sinto meu rosto ferver em vergonha. Ele viu eu e Antonie chegando em casa?
— Nada. — Vejo um pequeno e quase imperceptível sorriso de canto surgir em seu rosto. — O Antonie já viu que o amor da vida dele chegou?
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Secrets and Lies
Любовные романыApós a morte de sua mãe, Ayla descobre que sua vida inteira foi uma mentira. Seu pai desapareceu misteriosamente e, de repente, ela se vê sozinha, com apenas um irmão, Antonie, para confiar. Mas, enquanto Ayla tenta lidar com as revelações sobre seu...