Prometo!

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São oito da manhã. Acordei faz um tempinho e não consegui dormir mais, então peguei meu celular e fiquei mexendo nele até a porta do meu quarto ser aberta pelo meu pai, o que já tá virando rotina.

— Por que todo dia você vem abrir a porta do meu quarto?

— Conferindo se você tá vivo.

— Já viu que tô. Então pode ir — falei sorrindo irônico.

— Hoje vamos almoçar fora.

— Eu e você?

— O Rodrigo e o Douglas também.

— Pai, não pode ir só a gente?

— Por quê? Você não gostou deles?

— Não é isso.

— Então o que houve?

— Nada, não. Esquece. — Falei, levantei da cama, tomei um banho e vesti uma roupa. Desço pra tomar café. Quando chego na mesa, meu pai já tá lá comendo.

— Filho, eu vou ter que passar no escritório pra resolver uns assuntos e de lá vou para o restaurante. Você pode ir daqui?

— Posso sim, só me fala o endereço.

— Tá bom, vou mandar pra você.

— Certo.

Termino meu café e vou pra sala ver TV. Tava vendo uma série até dar a hora do almoço. Faltava pouquinho, e meu pai ainda não tinha passado o endereço do lugar. Talvez ele tenha esquecido. Então resolvo mandar uma mensagem pra lembrar. Já que ele faz questão que eu vá.

— Pai, você não vai mandar o endereço do lugar?

— Filho, o Douglas falou que ia passar aí pra vocês irem juntos. Ele não falou com você?

— Não, ele não falou. 😡

Assim que apago o celular e coloco em cima do sofá, escuto alguém bater na porta. Logo, alguém que tá trabalhando aqui nesse horário vem pra abrir. Quando a porta é aberta, vejo um ser bem alto passar por ela. Reviro meus olhos tão forte que quase fico cego.

— O que você tá fazendo aqui?

— Vou levar você pro restaurante. Falei com seu pai. Ele falou, se jogando no sofá.

— Você devia ter falado comigo, não com meu pai.

— Você é cabeça dura. Não ia topar. Seu pai é bem mais legal.

— Então leva ele no almoço.

— Ele é legal, mas prefiro o filho dele.

— Idiota. — Levanto, subindo a escada e indo pro quarto, e ele vem atrás de mim.

— Você pode ficar aí na sala.

— Prefiro ir com você e apreciar a vista.

Entro no quarto, pego uma toalha e vou pro banheiro tomar um banho rápido. Saio com uma toalha enrolada na cintura e vou pegar meu celular que deixei na cama, onde o Douglas tá deitado. Será que ele tem esse costume de se sentir em casa na casa dos outros? Tava mexendo no celular distraído um pouco longe dele, até que escuto ele falar.

— Caramba.

— Que foi?

— Sua bunda é bem grande. Deve ser ótima de dar uns tapas.

— Nossa, você é muito idiota.

— Que foi? Tô falando a verdade.

Dei meia volta e tava indo trocar de roupa, quando sinto ele puxar minha cintura e me fazendo ficar de frente pra ele. Estávamos muito perto um do outro.

— O que você tá fazendo?

— Tô apreciando a vista, que por sinal é bem bonita.

— Você pode me soltar? A gente vai se atrasar.

— Só se você me der um beijo.

— O que? Claro que não. Me solta. — Falei, tentando sair dos braços dele.

— Ei, para de se mexer. Eu tô aqui pedindo com jeitinho. Você devia considerar que eu não tô tentando te forçar.

— Vamo fazer assim: se você me soltar e você for agradável o resto do dia, eu te dou um beijo. Certo?

— Você promete? — Ele falou, todo animadinho.

— Prometo. Agora me deixa trocar de roupa.

Ele me solta e, enfim, consigo me arrumar. Coloco um moletom e uma calça jeans preta, porque tá um pouco frio lá fora. Quando termino de me arrumar, aviso pro Douglas. Então descemos e fomos até o carro dele,
que estava parado na frente da casa, então entramos e ele dirigiu até o restaurante. Quando chegamos lá, vi meu pai e o pai do Douglas sentados em uma mesa no canto.

— Oi, bom dia — falei, e Rodrigo respondeu.

— Olá, Theo, tudo bem? — falou Rodrigo.

— Tô bem sim, e o senhor?

— Tô bem também. Tô vendo que você e o Douglas ficaram amigos.

— Ficaram sim. O Theo até foi na academia dele ontem — meu pai falou.

— Nossa, que bom. Lá realmente é um ótimo lugar. Tá interessado em fazer as aulas, Theo? — perguntou Rodrigo.

— Acho que sim. Tô vendo ainda porque tenho o futebol, então tenho que organizar direitinho.

— Certo. Logo, meu pai e Rodrigo começaram a falar sobre negócios, e eu fiquei quieto na minha, como sempre. Fiquei mexendo no celular, respondendo algumas mensagens, até o meu pedido chegar. Vez ou outra, via Douglas olhando pra mim, porém não olhava pra ele de volta. Queria ficar quieto na minha. De vez em quando, o Douglas também entrava no assunto dos nossos pais. Quando o almoço acabou, meu pai falou que ia sair com Rodrigo. Ele perguntou se eu queria ir também, porém recusei. Não perguntei para onde iam, mas preferi não ir. Estava levantando da mesa quando Douglas perguntou:

— Você vai voltar pra casa ou quer ir pra outro lugar?

— Bom, ainda é bem cedo e eu tinha que ir ao shopping comprar umas coisas, mas não tive muito tempo esses dias.

— Ah, de boa. Eu levo você. Vamos?

— Eu não quero te encomodar. Não precisa me levar.

— Você não está incomodando. Estou me oferecendo. Vamos?

— Tá bom. Vamos — falei, dando um sorriso.

Já Posso Falar Que Te Amo?Onde histórias criam vida. Descubra agora