Tem certeza?

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Chegamos no shopping, e eu lembrei que tinha que comprar um fone de ouvido novo já que vou comprar umas coisinhas pra mim que tava querendo. Então o Douglas pergunta:

— Olha, não é querendo ser invasivo, mas como o seu dinheiro funciona? Seu pai te dá mesada?

— Não, tenho um cartão que meu pai me deu. Eu uso ele, é de uma das minhas contas.

— Uma das? Quantas você tem?

— Não sei, meu pai que cuida dessa parte e eu não uso muito ele. Só de vez em quando.

— Entendi. O Bernardo parece ser uma boa pessoa e um ótimo pai.

— Ele é sim, com certeza.

— E sua mãe?

— Vamos deixar esse assunto pra depois? — Falei, forçando um sorriso, e entrei na Apple. O fone que eu queria era de lá.

Depois do fone, eu entrei em outras lojas e comprei umas roupas bem legais do meu estilo e um tênis muito lindo. Douglas me acompanhou e conversamos sobre várias coisas enquanto eu comprava. Ele também comprou umas coisas pra ele. Quando estava no final da tarde, paramos pra tomar sorvete na praça de alimentação. Estávamos sentados lá quando, do nada, veio um menino que eu nunca tinha visto na vida. Ele era um pouco alto, não mais que o Douglas, era bonito, parecia ter minha idade. Então ele fala:

— Oi, meu nome é Vitor. Eu tava sentado ali e vi você aqui. Te achei muito bonito e meus amigos falaram pra vir aqui e não perder a oportunidade de falar com você.

Eu fiquei muito surpreso com o que ele falou, isso nunca tinha acontecido comigo. Até tava feliz, só que a felicidade durou muito pouco porque quando virei pro Douglas, ele tava com uma cara muito séria pro garoto. Parecia que ia bater nele.

— Ah, muito obrigado. — Acho que o garoto só notou agora que o Douglas estava ali comigo. Então ele pergunta:

— Nossa, sinto muito. Vocês são namorados? Se forem, mil desculpas.

— Não, não somos não. — Falei com um sorriso. Eu só tava sendo educado porque o Douglas não falava nada, mais sua cara já dizia tudo.

— Olha, não quero atrapalhar, mais então vou indo. — Mais antes dele ir, ele estende um papel pequeno pra mim com uns números escritos. Eu pego o papel e ele vai embora. Só quando ele vai embora, o Douglas fala:

— Já podemos ir?

Ele usa um tom bem sério, então só faço confirmar com a cabeça.

No caminho de volta pra casa, ele não fala absolutamente nada. Tento puxar assunto, porém ele responde apenas com uma palavra cada assunto que comento. Quando chegamos na minha casa, ele só me dá boa noite e fica olhando pra frente. Eu não quero que ele vá embora assim, desse jeito. Então falo:

— Você podia me ajudar a levar as sacolas pro meu quarto, por favor?

Falo com um tom bem amigável. Não queria deixar brechas pra ele recusar e sabia que se pedisse direitinho, ele não ia negar.

Então ele abre a porta do carro sem falar nada, pega a maioria das sacolas e me espera pegar as duas que sobraram. Fecho a porta do carro e vou em direção da entrada, abro a porta, ele entra depois eu fecho ela atrás de mim. Meu pai não tinha chegado ainda, então fomos lá pra cima. Eu tava na frente e ele atrás de mim. Abro a porta do quarto e deixo ele passar, então ele coloca as coisas na minha cama e já vai andando na direção da porta.

— Ei, espera.

— O que foi? — Ele fala no mesmo tom sério de antes.

— Achei que a gente tinha se divertido hoje. — Falo. Assim que escuta o que eu disse, ele se vira na minha direção.

— Foi divertido.

— Então, por que você ficou assim todo sério? — Falo chegando um pouco mais perto dele.

— Não foi nada.

— Foi por causa do menino lá?

— Você ficou todo feliz quando ele veio falar com você e quando ele perguntou se estávamos juntos, você falou que não bem rápido. Você sabe que tô interessado em você e ainda pegou o número dele.

— Olha, eu só tava sendo educado e quando ele perguntou sobre a gente, só falei a verdade. Você não precisa ficar desse jeito. Eu peguei o número dele só por educação, pra ele não ficar com cara de idiota lá parado. Eu não vou chamar ele.

— Certo, se você tá falando, vou indo já.

— Eu joguei o papel com o número no lixo assim que saímos do shopping.

— Você não precisa ficar se explicando, tá tudo bem.

— Então, por que que você tá com essa cara aí ainda?

— É a única que eu tenho.

Fui até a porta do quarto que tava aberta e fechei ela. Depois voltei até onde ele tava.

— Meu dia hoje foi muito agradável, sabia?

— Que bom que se divertiu.

Me aproximei e deixei um beijo no pescoço dele, ele ficou surpreso e olhou pra mim.

— Lembra do que eu prometi pra você?

— Esquece, você não precisa fazer isso.

— Mas eu quero. — Falei olhando nos olhos dele.

— Tem certeza?

— Tenho sim.

Ele chega bem mais perto de mim, coloca uma das mãos na minha nuca ea outra na minha cintura e me beija. É um beijo suave que vai aumentando a intensidade. Ele explora toda a minha boca com a língua, e sem dúvidas é o melhor beijo que já dei. Quando começamos a ficar com falta de ar ele para o beijo e desce pro meu pescoço, começa dando selinhos e depois beijos molhados, eu já perdi os sentidos do que ele tá fazendo comigo só escuto os gemidos saindo da minha boca. Até que ele sussurra no meu ouvido.

— se você continuar gemendo assim, eu não vou me controlar e só vou parar quando você tiver gemendo meu nome.
Então ele para, me da um selinho avisa que vai tomar banho e sai. Como se nada tivesse acontecido.

Já Posso Falar Que Te Amo?Onde histórias criam vida. Descubra agora