Já Posso Falar Que Te Amo?

por que não, né?

É quarta-feira e, neste momento, estou na escola tentando assistir à aula. Hoje vamos jogar contra outra escola e estou um pouco nervoso, já o Daniel, tá completamente já que não para de falar um minuto ao meu lado.

— Cara, já estou nervoso. Se você ficar assim, não vai ajudar muito. Se acalma.

— Me acalmar? Se a gente não ganhar o jogo de hoje, já vamos começar a temporada mal — ele diz, olhando para mim.

Tem uma superstição de que o time que começa perdendo o primeiro jogo da temporada não ganha e nem chega na final. Essa superstição não ajuda, já que todo time que perdeu o primeiro jogo não ganhou e nem chegou à final. Isso deixa os jogadores nervosos, porque ninguém quer perder, muito menos perder a chance de ganhar a temporada. Eu não acredito muito nisso, mas também não quero arriscar, então precisamos ganhar.

— Olha, fica calmo e foca no jogo que vai ficar tudo bem. Treinamos duro e estamos prontos.

Acho que deixei ele um pouco mais tranquilo, já que agora ele está parado na cadeira e olhando para o professor. O jogo começa às 16:00 e não vai ser aberto ao público, pois será em um clube com um campo que fica perto das duas escolas. Por isso, não vai ter torcida, mas se os jogadores quiserem levar alguém, está liberado.

Depois do jogo, vamos fazer uma mini social com os dois times em um espaço reservado para churrasco ao lado do campo. Independente de quem ganhar, a galera topou fazer essa social para começar a temporada com o pé direito.

Falei para o Douglas que não precisava vir se não quisesse, mas ele disse que vai sair da academia às 18:00 e vai direto para o campo.

Quando as aulas acabaram, fomos para o campo para aquecer e apenas alongar um pouco, nada pesado para não cansar antes do jogo. Quando terminamos, o treinador liberou a gente e falou para ninguém se atrasar. saí do campo e fui para o estacionamento peguei o carro e fui em direção à minha casa para almoçar e descansar por uma horinha, já que o jogo é em duas horas.

Está perto da hora de sair. Já tomei banho, coloquei o calção do time, peguei a camisa e a chuteira, coloquei tudo na bolsa que vou levar, peguei o celular e desci. Como o Douglas vai chegar mais tarde, ele vai me trazer para casa. Então, não vou de carro porque quero beber um pouco também. Daniel falou que logo passa aqui para me buscar, então fico esperando até ele aparecer.

Depois de um tempo, ele buzina e eu saio de casa. Entro no carro e vamos para o clube. Estava tocando uma música legal no carro, então decido falar:

— Vai levar ninguém para assistir ao jogo?

— Eu ia levar uma menina com quem estou ficando, mas não deu para ela vir.

— Entendi.

— O Douglas vai mais tarde, quando sair da academia de boxe.

— E quem seria esse? — ele pergunta, olhando para mim e depois para a frente.

— É um amigo que conheci há um tempinho.

— Amigo? E por que você não me apresentou? Nunca falou dele.

— Bom, é que não é bem um amigo.

Não falei antes para o Daniel porque nem sabia o que eu e o Douglas éramos. Acho que somos quase ficantes ou ficantes mesmo.

— E o que é?

— Bom, acho que estamos ficando — falei com um sorriso simples.

— Entendi. Legal. Já era para você ter me falado dele. E eu não sabia que você ficava com meninos também.

— Ele foi o primeiro e eu gosto dele, então por que não, né?

— porque não! Quando ele chegar mais tarde, quero que você me apresente ele.

— Pode deixar — falei sorrindo.

Quando chegamos ao campo, era 15:30. Daniel estacionou o carro e entramos. Era um lugar bem legal, do jeito que me lembrava. Fomos até o vestiário, trocamos de roupa e ficamos prontos para o jogo. Quando saímos do vestiário, comecei a reparar que na arquibancada havia algumas meninas sentadas, deviam ser as namoradas de alguns dos jogadores. Perto dali, havia uns homens sentados, acho que tinham mais de vinte anos.

Já estávamos no campo, apenas esperando o juiz apitar. Assim que ele apitou, começamos. Não passaram nem dez minutos e o Daniel já conseguiu marcar um gol. Seguimos jogando e nosso time estava muito bem, com zero faltas e uma sintonia muito boa em campo.

Já estava perto de acabar o jogo e estávamos com 3 gols contra 1 dos adversários. Ficamos no campo, evitando que eles marcassem outro gol e tentando fazer mais um até que o juiz apitou, nos dando a vitória.