Nem telefonemas, nem mensagens. Nada. Fazia quatro dias que Bella não
dava notícias. Já estava ficando mais do que preocupado com ela.
Falei com Sam, Larissa e até com o Leon se tinham alguma notícia de Bella, mas
nada. A única alternativa que restava era desobedecer Bella e ir até sua casa perguntar
por notícias. Já que Bella disse que sua mãe não gostava que ela tivesse amigos
homens, pedi para Larissa ir até a casa da Bella, perguntar por ela. Larissa foi.
Larissa disse que a mãe de Bella a atendeu. Silvia, esse era seu nome, disse
que Bella estava enfrentando alguns problemas (não falou quais eram) e por isso
não tem frequentado as aulas. Larissa insistiu mais, perguntou por que que ela
não atendia os telefonemas, não respondia as mensagens, mas a mãe de Bella
não soube responder a essas perguntas, disse que não sabia. Larissa perguntou
se podia ver Bella, mas Silvia falou que Bella não queria receber visitas. Larissa
foi embora e veio diretamente contar para Sam e para mim o que tinha havido.
— Bom, isso complica um pouco a situação — falei depois que Larissa nos
contou tudo. Estávamos na minha casa.
— Não faz sentido. Que problema Bella pode estar enfrentando, que não
pode nem mesmo falar com a gente? — questionou Sam.
— Não sei — respondeu Larissa. — É difícil dizer.
— O que fazemos? — perguntou Sam.
— Esperar? — sugeriu Larissa.
— Quanto tempo? — perguntei.
— O suficiente — falou Larissa.
— Não posso ficar esperando enquanto minha melhor amiga está sumida
ou está passando por algum problema. Vou descobrir o que aconteceu com ela,
custe o que custar — falei.
— E o que pretende fazer, Art? — perguntou Larissa.
— Vou até a casa da Bella. Tem alguma coisa errada nesta história e eu vou
descobrir.
— Falou o detetive — brincou Sam. A gente riu. — Mas falando sério, Art.
Vamos te ajudar a encontrar a verdade — disse Sam olhando para Larissa.
— Vamos — concordou Larissa.
Eu não tinha um plano do que ia fazer. Pegue meu celular, digitei uma mensagem
para Bella.
Hey, Bella, onde você está? Está bem? Não aguento mais ficar longe de você. Larissa
foi hoje na sua casa perguntar de você. Sua mãe disse que você está enfrentando
problemas. Quais problemas são esses que você precisa sumir assim? Estou preocupado
com você. Quase não durmo à noite. Se estiver lendo esta mensagem, me liga. Art.
E enviei.
— Mandou outra mensagem para Bella? — perguntou Larissa.
— Mandei — respondi.
A mãe da Larissa telefonou para ela. Dez minutos depois parou um carro na
frente da minha casa, a mãe dela veio buscá-la.
— Vou indo, gente — disse Larissa
— OK, até mais — falei dando um abraço na Larissa e um beijo no rosto —,
obrigado por tudo.
— De nada — respondeu ela.
— Tchau, Lara — disse Sam dando um abraço em Larissa. Larissa foi saindo.
Acabei percebendo naquela hora que eu estava tão preocupado com Bella que
tinha me esquecido de Larissa e Sam, e o fato de Sam estar amando a Larissa.
— Lara, é? — perguntei, com um certo sorrisinho.
— Eu a chamo assim agora — respondeu Sam.
— Desculpa, Sam, eu fiquei tão preocupado com Bella que me esqueci de
você e Larissa. Me conta, como foi a conversa? E depois?
— Sem problemas, Art. Bom, então depois que você saiu aquele dia para
procurar Bella. Larissa e eu começamos a conversar sobre o livro O Hobbit.
Descobri que adora Coldplay, minha banda favorita, acredita? Falamos sobre
as músicas, as turnês que a banda fez. Descobri que temos muito em comum —
Sam falava com muito entusiasmo. Esforcei-me ao máximo para manter minha
mente naquela conversa e não pensar na Bella.
— E rolou alguma coisa? — perguntei. O "rolou" a que estava me referindo
é se eles tinham se beijado.
— Não. Peguei o número dela. Passamos esses quatro dias conversando.
— Fico muito feliz, em saber disso. Sua vergonha foi embora, Sam. Foi uma
grande vitória.
— Foi mesmo Art. Nossa, obrigado por me ajudar. Tô muito feliz. Eu estava
com medo, com vergonha. Você conseguiu achar coragem em mim onde não
existia — disse Sam.
— Precisa agradecer não. Você tinha essa coragem dentro de você, só precisou
de um esforcinho para deixá-la sair.
Sam ficou me contando sobre Larissa, não parava de falar dela. Eu o aconselhei,
se estive preparado, a pedir para namorá-la ou beijá-la. Ele ainda tinha
vergonha quanto a isso. Mas o tranquilizei falando que o pior já tinha passado,
que era chegar nela, agora seria mais fácil.
Sam foi embora às 5h20min da tarde. Logo depois meu celular tocou. Era
meu pai.
— Oi, pai — falei quando atendi.
— Oi, filho, tudo bem?
— Ah, estou mais ou menos, pai. E você?
— Estou bem, filhão. O que aconteceu?
— Estou preocupado com uma amiga minha que sumiu faz quatro dias, mas
estou bem sim.
— Hum... OK, se precisar de algo pode contar comigo.
— Tudo bem.
— OK, filhão — disse meu pai.
— Tá, pai.
— Falou, filho.
— Falou, pai — respondi e desliguei.
Minha conversa com meu pai não durava nem cinco minutos. Era tão empolgante...
Fui para meu quarto. Liguei meu iPod, foi no aplicativo música, fiquei fitando
por alguns segundo o aparelho e selecionei a playlist "Chorar". Eu tinha feito
essa playlist com Bella, tinha várias músicas românticas, de todos os cantores
famosos ou não. Dei play. Fechei meus olhos. Dormi.
Sonhei com a menina dos olhos castanhos novamente... O luar de outono
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A Menina Dos Olhos Castanhos
RomanceJá pensou como seria se apaixonar por uma pessoa que vive em seus sonhos? Não só sonhar, mas se apaixonar por uma sombra, da qual você nem mesmo sabe o nome. A única coisa que sabe é que seus olhos são castanhos. Arthur é um adolescente comum, que n...