A Menina Dos Olhos Castanhos

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Quando terminei de contar o quarto sonho já eram 20h15min. Já estava tarde

e eles tinham que ir embora.

— Art, tente pegar os contatos com as meninas ainda hoje se possível — disse

Henry pouco antes de ir embora de vez.

— Tá bom — respondi.

Eles foram embora.

Minha mãe havia chegado lá pelas cinco da tarde e, antes de ir para o quarto,

disse que queria falar comigo e foi assistir tevê, acho, pois estávamos usando a televisão

da sala.

— Mãe? — falei batendo na porta do seu quarto.

— Entre — disse ela.

Eu entrei, ela estava deitada na cama assistindo novela.

— Queria falar comigo? — perguntei, meio curioso e com um pouco de receio.

— Seu pai disse que não está conseguindo falar com você — disse ela.

— Ah, vou ligar para ele.

— Seu pai disse que é pra você ligar para ele — disse ela.

— Hum, tudo bem — respondi. — Só isso, mãe?

— Você está namorando aquela menina ruiva? — perguntou ela com um

sorrisinho.

— A Bella? Claro que não, mãe, somos só bons amigos — falei rindo.

— Ah, tá. Mas se você estiver namorando, eu quero conhecer a garota, viu?

— Tá bem — falei e nós rimos.

Fui para o meu quarto, deitei na cama e peguei o celular. Disquei o número

do meu pai e esperei. Ele atendeu no quinto toque.

— Oi, filhote — disse meu pai assim que me atendeu.

— Fala, pai, tudo bem?

— Tá tudo ótimo aqui, e como é que está aí?

— Tudo bem — respondi.

— E a escola, como é que tá indo?

— Estou bem até, pai.

— Beleza, filho. Olha, estava pensando da gente ir passear na cabana das palmeiras

este final de semana. Você pode chamar seus amigos. Podemos ir pescar

no rio e acampar na floresta, fazer trilhas e tudo o mais. Vai ser legal. E aí, topa?

— Claro, pai, pra mim tudo bem.

— Ótimo. Bom, eu chamei sua irmã, mas ela disse que tinha uns trabalhos

de faculdade para fazer. Então você vê certo aí quantas pessoas vão e me fala

depois, tá bem?

— OK, pai. E vamos aonde mesmo?

— Se tudo der certo vai ser na cabana da Cachoeira das Palmeiras. Lembra?

Fomos algumas vezes já — perguntou meu pai.

— Ah! Sim, pai, para mim tudo bem.

Existia uma reserva florestal, na verdade era um monte de cabanas ou chalés

que o pessoal alugava para passar fins de semana e feriados. O local em si era

ótimo. Tinha um rio que cortava a reserva, sem falar nas montanhas que dava