1

455 14 0
                                    

Era sábado, acordei às seis da manhã. Senti uma falta das ligações da Bella,

logo no clarear do dia. Tive a sensação do meu celular vibrando, mas era só uma

sensação mesmo.

Fiquei olhando para tela do meu celular, a foto de papel de parede era uma

que Bella e eu tiramos no shopping, no dia em fomos assistir Guerra mundial Z.

Bella estava tão linda na foto, ela usava uma saia três babados branca, e uma camiseta

branca com um pequeno decote, os cabelos acomodados do lado esquerdo,

ela prendeu o lado direito do cabelo, formando um penteado lindo de se ver.

— Acorda, filho, está na hora de levantar — disse minha mãe ao abrir a porta

do meu quarto. Raramente ela vinha me acordar na cama, ou melhor, ela nunca

vinha me acordar. Achei estranho ela vir me chamar.

— Tá, mãe, já estou indo — respondi.

— Tá, se arruma logo, seu pai agorinha vai passar para pegar vocês — disse

minha mãe. Eu tinha me esquecido completamente de que ia viajar naquele

sábado com meu pai para a casa do meu avô.

— Meu pai o quê? — falei meio surpreso.

— Não vai me dizer, Senhor Arthur, que você se esqueceu da viagem até a

casa do seu avô?

— Hum... sim.

— Ah, ótimo. Vai, levanta logo. Suponho também que nem arrumou suas

malas, né, Arthur?! — disse minha mãe um pouco irônica.

— Não.

Ela deu risada.

— Ótimo. Vai se arrumar, eu arrumo sua mala.

— Obrigado — respondi.

— Vai ficar me devendo essa — disse ela rindo.

Eu ri.

— Arthur?!

— Quê?

— Eu sei que você não está bem, e que não quer ir nessa viagem. Eu também

sei que você ainda sente algo pela Bella. Hoje faz um ano, Arthur, e neste ano

que passou eu só vejo você triste, parece que não tem mais forças para viver. Não

10 11

deixe esse amor acabar com a sua vida. Dê uma chance para a vida, para o amor.

Bella iria querer isso. Pense nisso. Você vai viajar, se por acaso você encontrar alguém

naquela cidade especial, dê uma chance. A felicidade não bate todo dia na

sua porta, mas quando ela bate você não deve hesitar, tem que deixá-la entrar.

— Eu sei, mãe. Mas é difícil.

Naquela época eu havia concluído que nada estava sendo fácil, mas na realidade

nada é fácil. Mas mesmo uma coisa seja fácil, sempre tornamos o mais

simples algo difícil.

— Pelo menos tenta — insistiu minha mãe.

A Menina Dos Olhos CastanhosOnde histórias criam vida. Descubra agora