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Já era fim de tarde quando começamos a arrumar as mochilas e as barracas,

para sairmos. Pegamos todos os suprimentos necessários. Uma mochila foi só de

comida, não levamos nada de peixes, arroz ou coisa parecida, só salgadinho e doces.

— Bora? Já está na hora de sairmos para não chegarmos de noite — disse

meu pai.

— Bora — disse Sam.

Assentimos com a cabeça. Colocamos as mochilas nas costas e saímos em

fila seguindo para o alto da montanha, onde íamos acampar. Ainda estava claro

e o sol estava cintilante.

Começamos a andar e a nos deparar com várias espécies de animais. Encontramos

quatis, tatus, macacos, entre outros. Meu pai ia falando sobre eles quando

aparecia algum, ele estava parecendo um daqueles instrutores de zoológico,

que fica falando as características do animal, o habitat e o que ele come. Aquilo

já estava irritando.

Subimos a montanha até chegarmos num campo verde onde só tinha grama

e era bem limpo. Montamos as barracas em círculo e no meio um pequeno círculo

com pedras, onde mais para a noite íamos fazer uma fogueira.

— Venha, Henry — chamei ele —, me ajuda a catar alguns gravetos para

fazer a fogueira.

— Tá bom — disse Henry.

Saímos em direção à floresta novamente.

— Cara, obrigado — disse ele a certa altura.

— Mas por quê?

— Por me ter me convidado para viajar e me proporcionar momentos incríveis.

Obrigado, Art — disse ele pegando alguns gravetos no chão.

— Precisa agradecer não — respondi. — Lembra? Irmãos até na última gota

d' água.

— Nossa. Lembro, fizemos essa frase logo que viramos melhores amigos.

— Éramos criativos naquela época — falei pegando mais gravetos.

— Ô, se éramos — disse ele com um sorrisinho malicioso.

— Olha o sorriso malicioso de novo.

— Art, lembrei que foi nessa época que eu perdi a virgindade — disse Henry

num comentário desnecessário.

— E como foi?

— Uma bosta, literalmente. Cara, a primeira vez é sempre uma bosta. Você

fica nervoso, goza de pau mole. Vira uma merda.

— Nossa — falei me sentindo ingênuo.

— Sério, cara. Sabe isso que dizem da primeira vez ser "linda e especial, perfeita"

e tudo, não passa de uma grande mentira. Você fica nervoso e com medo

ao mesmo tempo, mas também é excitante.

— Me sinto um virgem muito inocente perto de você — falei.

— Ah, Art, uma hora você vai fazer e vai descobrir que o cara aqui tinha toda

A Menina Dos Olhos CastanhosOnde histórias criam vida. Descubra agora