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Passamos longos minutos abraçados. É interessante como um abraço é capaz

de curar dores das mais profundas. Senti o perfume de Bella entrando em

minhas vias respiratórias, entrando na minha corrente sanguínea, até por fim

tomar conta de mim.

Logo depois saímos do quarto. Quando entrei na casa dela não reparei muito

bem, quando saímos pude reparar nos detalhes. Era toda branca por dentro, a

decoração era moderna, com quadros coloridos e móveis luxuosos. Bella tinha

uma linda casa.

Chegamos à cozinha, era o tipo de cozinha americana, como balcão e tudo

mais. A mãe de Bella estava preparando um suco. Ela me cumprimentou com

um sorriso, devolvi com outro. No fundo da casa tinha uma área verde, com árvores

e flores. Havia uns brinquedos, imaginei que fossem do irmãozinho dela.

Sentamos em dois bancos debaixo de uma árvore.

— Samara? — falei. Bella estava olhando para seus pés entrelaçados.

— Arthur...

— Por que sua mãe me deixou entrar na sua casa?

— Porque eu falei da gente para ela — respondeu Bella. Pensei no que exatamente

Bella tinha mencionado de mim para Silvia.

— Falou o quê? — insistir em saber.

— Em como a gente se conheceu. Em como você me ajudou, apoiou. Em

como você é especial para mim. E ela achou que ia me fazer bem ter você aqui.

— E fez?

Bella olhou nos meus olhos, como se seus olhos dissessem a resposta para

tal pergunta.

— Sim — respondeu Bella por fim.

Imaginei que Bella quisesse saber o que tinha acontecido com nossos amigos.

Então contei sobre a Larissa e o Sam. Mencionei o nome apelido da Larissa,

"Lara", e Bella riu. Contei sobre nossa preocupação com o sumiço dela.

— Eles vão querer uma resposta aceitável para você ter sumido. Eles não vão

entender se você não quiser falar — falei.

— Eu sei. Dou meu jeito, Art. Sou a rainha das desculpas esfarrapadas.

— Tá bem, dona rainha das desculpas esfarrapadas. Mas olha, esqueci de

falar sobre esse novo cabelo.

— Nem me fale, Arthur, tive que cortar. Meu cabelo já era uma bosta e agora

ele literalmente está uma bosta — disse Bella mexendo no cabelo.

— Até que não está tão ruim assim.

— Arthur, eu se não estivesse feliz por você estar aqui, eu te batia.

Rimos nesse momento

— E a menina dos olhos castanhos?

— Os sonhos estão cada vez mais reais. Cada sonho com ela, eu saio de mim,

vou para um universo em que só existimos ela e eu. Eu amo aquela pessoinha.

A Menina Dos Olhos CastanhosOnde histórias criam vida. Descubra agora