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Meus dias começaram a piorar depois daquele final de tarde na casa de Bella.

Dias depois Bella passou mal na escola, acabou desmaiando. Chamaram a emergência

e Bella saiu numa ambulância. A partir daí ela não voltou mais para escola.

Bella ficou internada, na UTI, durante três dias. Todos esses dias que se passaram

eu matava aula para ir visitar Bella no hospital. Como sempre só podia

vê-la através de um vidro.

Bella via minha figura através do vidro. Conseguia arrancar alguns sorrisos dela.

Certa manhã de segunda, quando não tinha ninguém no corredor, disfarcei

e entrei de penetra dentro da UTI.

— Você não deveria me ver assim — disse Bella ao me aproximar.

— Sou seu namorado ainda, lembra? Você está linda.

— Você mente mal, Art. Estou horrível, meu cabelo está uma bosta, minha

pele está pálida, sem cor.

— Estava com saudade, amor — falei colocando minha mão em seu cabelo.

— Eu também. Quanto tempo nós temos?

— Pouco — respondi.

— Deite comigo.

— Não vai te atrapalhar? — perguntei.

— Não, meu estado é estável, vou receber alta amanhã ou depois. AGORA,

deita logo, caralho.

Acomodei-me ao lado de Bella, impressionante como o cheirinho dela ainda

saía da sua pele pálida.

— Cheirinho de Bella — falei.

— Sempre cheirosa, meu filho.

Bella me abraçou forte, conseguimos matar um pouco da saudade que tínhamos

no peito.

— Eu te amo — falei.

— Eu também — beijei seus lábios, a única coisa vermelha era os lábios de

Bella, e não era batom. Aquele beijo foi um marco.

Logo depois apareceram as enfermeiras que, por mais que achassem lindo

nosso amor, não permitiram que eu ficasse na UTI junto a Bella.

Dias depois Bella teve alta da UTI e foi para o quarto. Fui visitá-la à tarde.

— Bella? — falei colocando só a cabeça pra dentro do quarto ao bater na porta.

— Oi, amor — respondeu Bella.

— Entre — disse Silvia. Os pais de Bella estavam no quarto, o pai dela sentado

numa cadeira de descanso e a mãe de Bella ao seu lado.

— Olá, Silvia. Olá, Tony — cumprimentei os pais de Bella.

— Olá, Arthur — responderam eles.

— Oi, amor — disse a Bella dando-lhe um beijo na testa.

— Oi — disse Bella com aquela voz meiga.

— Vamos, querido — disse Silvia a Tony. — Vamos deixar o casal a sós.

Tony e Silvia saíram do quarto.

A Menina Dos Olhos CastanhosOnde histórias criam vida. Descubra agora