[13] - Predador vs Predador

3.7K 515 841
                                    

Luigi conheceu Yan Satoru quando o grande, assustador e perigoso Monsuta não passava de um adolescente emburrado e quase carente da atenção paterna. Ele mesmo ainda era muito jovem quando saiu da Itália para prestar serviços a uma das famílias mais perigosas do mundo por indicação dos Salvatore, levando muito pouco além da necessidade de sobreviver ao desembarcar em Los Angeles.

Conheceu Yan e o pequeno Kei dois dias depois, orientado a servi-los depois do juramento de dar sua vida por eles e Luigi jamais se esqueceria do quanto aqueles dois meninos pareciam frágeis, principalmente o pequeno Kei, escondido atrás das pernas de Yan.

Aos poucos, tornou-se muito mais que guardião e motorista mais confiável dos Satoru. Esteve lá quando Sora foi assassinada, assistiu a primeira queda do jovem dragão e a ira que o envolveu completamente. Depois, quando Koshi afastou os irmãos e desapareceu no mar, deixando para o mais velho todos os fardos da herança criminosa.

Quando se casou, Yan foi seu padrinho e Kei fez questão de estar lá para celebrar. Luigi, sem sombra de dúvidas, conhecia Yan Satoru como poucos conheciam e por essa razão, quando viu o ator bonito praticamente rebocando seu patrão para fora daquele hotel, soube que a história estava prestes a se repetir.

— Vem logo, caralho! – Skylar olhou ao redor e puxou Yan pelo antebraço de novo. – Eu preciso de um descarrego, uma oração muito forte! Qualquer coisa pra me livrar de você! – continuou resmungando. – Luigi, cadê as chaves do carro?

— Estão aqui, senhor Skylar! – Luigi entregou as chaves.

— Desde quando você é obediente a ele?! – Yan apontou para Sky. – Mas que-

— Calado, Yan! Shiu! Nenhuma palavra! Nada! Nós vamos sair daqui, só nós dois e você não vai falar! Não vai pensar em falar!

Luigi encarou o patrão e notou que os dedos de Skylar tremiam um pouco ao redor do bíceps tenso dele. Também apertou as mãos e engoliu à seco ao perceber o quanto a mandíbula dele se apertava a cada respiração. Uma veia saltava no pescoço nu e pulsava. Raiva. Raiva como ele não via há anos.

— Eu posso levá-los, senhor.

— Não, Luigi. Só nós dois. – Sky repetiu e abriu a porta do passageiro do Volvo blindado para praticamente enfiar Yan dentro do carro. Depois deu a volta e olhou ao redor de novo, apreensivo com a possibilidade de ser visto naquela situação deplorável. – Luigi, procure por Lucas Graham e diga a ele que estou bem e ligo pela manhã. Que surgiu um imprevisto e tive de ir embora. – sussurrou, mas os olhos de Yan ainda queimavam sua nuca, de dentro do carro, ele parecia ainda maior. – Por favor.

Luigi, prestativo, compreendeu tudo. Ele assentiu e encarou os olhos de Skylar.

— Plantas. Mais precisamente, bonsais.

— Quê? – franziu o cenho.

— Bonsais. Isso o acalma, senhor. O menino Yan gosta muito de bonsais e de fazer exercícios, gastar energia o acalma.

Skylar gesticulou, completamente perplexo.

— Bonsais?! Mini árvores e puxar ferro?! Menino Yan?! – ele respirou fundo. – Mas que desgraça de homem é esse?!

Luigi deu de ombros.

— Ele também gosta de gatos.

Skylar levantou as mãos e negou algumas vezes. Luigi sorriu um pouquinho, com preocupação e o viu dar a volta para tomar o volante do carro. Na calçada, observando-os ir embora, respirou fundo.

— Que tudo fique bem.

••

— O que você falou pra ele?!

LA FAMAOnde histórias criam vida. Descubra agora