[25] - Inferno

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— Certo, o que você tem para nós, Bryan?

Scarlet cruzou os braços, irritada, o que se evidenciava pelas rugas na testa, ainda visíveis sob a maquiagem. Apesar de todo o estresse, a exigente ministra estava impecável: roupas caras, joias discretas e o perfume familiar. Aos cinquenta anos, recém-reeleita para seu segundo mandato, Scarlet Barnes era inteligente o suficiente para entender que a situação estava por um fio enquanto a operação permanecia estagnada.

— Gastamos, no mínimo, dois milhões de dólares e não temos nada! Absolutamente nada! — exclamou George. Diferente de Scarlet, o governador exibia uma aparência desleixada, como se fosse uma manhã de domingo preguiçosa. Ele andava de um lado para o outro no escritório de sua casa, murmurando repetidamente as mesmas palavras que vinham da alta cúpula e o pressionavam mais a cada dia. — A TK3 transformou aquele galpão numa peneira! A perícia ainda está contando as cápsulas para calcular o número de balas, e nós continuamos parados! E, pelo amor de Deus, onde está o Rogers?!

— Em Washington. Foi convocado para uma reunião no FBI — respondeu Bryan, com a postura impecável de sempre. — Eu consegui contato com uma pessoa ligada a Yan Satoru, senhor.

Scarlet descruzou os braços.

— Ele parece disposto a cooperar, desde que seu nome seja mantido fora do caso, senhora.

Ele? — George franziu as sobrancelhas salpicadas de fios brancos. — Então é verdade que o Satoru é gay? Como se isso pudesse piorar as coisas.

— Certo, você o contatou. Me dê mais detalhes.

— Esse homem está envolvido com Satoru, mas tem uma vida pública e sabe o quanto isso pode ser perigoso para ele. Nos encontraremos novamente em alguns dias, e ele vai entregar mais informações e as localizações dos esconderijos da facção.

Scarlet assentiu, mantendo os olhos fixos em Bryan, analisando a tensão em seu corpo rígido e postura impecável. Ela era boa nisso — uma das razões pelas quais ocupava aquele cargo.

— Tudo bem, Bryan. Compartilhe essas informações com sua equipe e nos mantenha informados sobre qualquer novidade. Está liberado.

Bryan fez um breve aceno e saiu do escritório, fechando a porta atrás de si. Assim que o som das portas no final do corredor cessou, Scarlet se virou para o único que permanecia em silêncio.

George, impaciente, quebrou seu jejum matinal com uma dose generosa de uísque escocês, servido no elegante minibar.

— E então, o que você acha? — perguntou ao homem sentado na confortável poltrona no canto da sala.

O homem esboçou um leve sorriso. Bonito e charmoso como um modelo de Beverly Hills ou um astro de Hollywood, ele sabia camuflar sua presença. Descruzou as pernas, arrastando os sapatos impecáveis sobre o porcelanato, e olhou para George com um toque de humor nos olhos.

— Bryan é um bom policial. Mas sabemos que bons policiais não são o que precisamos. — Ele suspirou. — O homem que Yan Satoru tirou do leilão naquela noite é Peter Skylar. E Peter Skylar é primo de Bryan.

Ao ouvir o nome, George ficou tenso.

— É por isso que ele não nos deu um nome, nem um endereço. Pode até não gostar do primo, mas ainda se importa com a família. Como eu disse, ele é bom.

— E o que faremos com isso? — George protestou. — Será um escândalo sem precedentes! A empresa que agencia Peter Skylar é uma das maiores doadoras para minha campanha!

— Claro que é. É o preço que pagam para mantermos distância das sujeiras deles. Eu sei sobre os garotos e garotas que enviam para as festas do partido, todos jovens e belos, com laços nos corpos. Como Peter Skylar era há quinze anos, não é?

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⏰ Última atualização: Oct 27 ⏰

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