[21] - Céu

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— Eu vou matar você!

Yan, mais uma vez, conseguiu desviar de outro objeto. Ele praguejou baixinho ao ouvir aquela pequena escultura asiática explodir contra a parede do corredor, ciente do estrago que faria em si caso o acertasse.

— Peter! Para com isso! Escuta primeiro e-

— E nada! Não vou escutar nada! Tô maluco! – Sky procurou por outro objeto.

— Ei nem se do que caralhos você tá falando!

— Ah, você não sabe?! Não sabe, cachorro?! Sem vergonha! Filho de uma puta mentiroso e descarado! – ele atirou um controle remoto. – Eu ouvi, Yan! Ninguém precisou me contar nada, você mesmo contou!

— Eu?!

— Senhor?! Quer que chamemos os seguranças?! – uma das empregadas, escondida no final do corredor, gritou.

— Chama a rainha da Inglaterra! Chama quem você quiser, chamar! Eu vou matar esse homem!

— Não chame segurança nenhum! Mande o Luigi vir aqui! Agora. – Yan entrou no quarto de vez, batendo a porta atrás de si. Skylar, irado com a ousadia dele, tirou o próprio sapato caro e o segurou como uma arma muito perigosa. – Peter, chega!

— Não chega parto! Se você-

Yan segurou o sapato no ar, antes dele acertar seu rosto, e o atirou para o lado. Em apenas três passadas rápidas, ele estava frente-a-frente com Skylar. Esse se debateu, fugindo das mãos grandes e tatuadas que seguraram seus braços. Estava raivoso, rosto e pescoço corados pela raiva, além do olhar de tempestade inundado de lágrimas.

— Eu aqui quase mandando revirar Boston atrás de você! Caralho, onde você estava?!

— Me larga, seu traidor! Mentiroso! Estava atrás de mim pra que?! Pra continuar me enganando?! – Sky estapeou o peito de Yan, suas palmas arderam por causa da própria força e dos músculos firmes que mal se moveram. – Porque você tem de ser tão grande e forte, desgraçado?! Pelo menos finge que tá doendo! Eu mereço isso depois de ser traído!

— Traído?! Tá maluco, porra?! De onde tirou isso?! – Yan franziu as sobrancelhas.

— Eu ouvi tudo, Yan!

— Ouviu o que, filho da puta?!

— Não me xingue! Você perdeu todo o direito de me xingar quando me traiu!

— Isso não faz o menor sentido, você sabe.

— A culpa é minha também! Fui acreditar num criminoso! – ainda com raiva o suficiente para dar trabalho para a força de Yan, Skylar o empurrou de novo. – Eu ouvi! Você não desligou a chamada quando nos falamos na noite de Natal e eu ouvi um desgraçado te oferecendo dois garotinhos de São Francisco pra trepar! Ouvi quando você aceitou ir para um lugar mais particular com eles! ­– a voz dele falhou, os olhos azuis brilharam mais por conta das lágrimas que segurava. – Foi bom?! Foi bom comer ninfetinhos num ângulo diferente?!

— Ângulo diferente? – confuso, Yan franziu mais as sobrancelhas.

— São Francisco tem muitas ladeiras, idiota!

Ainda o segurando, Yan fez um som que levou Skylar ao nível máximo de sua indignação.

— Você quer rir, filho de uma puta traidor?!

— Não! – Yan, já corado para segurar o riso, negou. – Lindo, me escute-

— Eu vou quebrar a sua cara! – Sky pulou em sua direção, Yan o segurou no susto, cambaleando para o lado enquanto se defendia dos tapas que o menor acertava. – Safado! Tomara que você tenha broxado! Tomara que um deles espalhe pra todo mundo que sua bola esquerda é bem menor que a direita! E, diferente de mim, não tenha achado isso bonitinho!

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