[22] - O Sangue do Dragão

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Liam, pela terceira vez, ajeitou o cabelo.

Os dedos trêmulos pentearam os fios dourados para trás, desfazendo um pouco mais dos cachos grossos e do pequeno topete. Ele respirou fundo. Com a mão em concha, soprou um pouco contra a palma para verificar o hálito, confirmando que não havia nada além do cheiro fresco do creme dental. Depois tocou a camisa larga de Kei, o algodão macio e com cheiro de roupa limpa que costumava usar como pijamas desde a primeira noite ali. Ele não sabia, mas Kei gostava de dormir agarrado a ela nos dias em que não podiam se ver.

Observou o celular deixado sobre o lavabo, já passava da meia noite e sua mãe havia o desejado bons sonhos, como sempre fazia, desde que se mudou para Los Angeles. Liam pensou sobre ela, pensou sobre sua vontade de levar Kei até sua casa para vê-lo encantar sua mãe e tias com o jeito gentil, educado e encantador.

— Amor? – a voz grossa o assustou um pouco. – Tudo bem?

— Uhum! Eu já vou sair!

Liam respirou fundo outra vez e assentiu para si, confiante e ansioso. Ele abriu a porta do banheiro e apagou a luz. Entretanto, o cheiro agradável que o atingiu o fez estranhar. A suíte estava quase completamente escura, mas algumas velas aromatizantes iluminavam o lugar, principalmente àquelas ao redor da cama espaçosa.

— Quando você-

— O Juan disse que comprou com o Sebastian, então eu mandei uma mensagem e pedi emprestado. – Kei, acanhado, respondeu a dúvida do namorado. – Não gostou? Eu não quero te pressionar, nem nada disso, só queria deixar mais especial e-

— Eu adorei! Tem cheirinho bom! – Liam sorriu. Ele saltitou até Kei e o abraçou pela cintura, escondendo o rosto contra o peito só para confirmar que seu coração não era o único acelerado ali. – Te amo.

— Eu te amo muito. – Kei o abraçou de volta, as mãos grandes tomaram a nuca de Liam, fazendo carinho até os dedos adentrarem os cabelos macios. – Você é a minha felicidade.

— Eu sou? – Liam levantou o olhar, piscando devagar para hipnotizar ainda mais Kei. Tomando seu coração como se já não o tivesse inteirinho na palma das mãos. – Você é o meu príncipe encantando, sabia? – sorriu. – Isso é meio bobo, mas eu sinto que nada no mundo pode me deixar infeliz ou com medo quando estou com você, quando seguro a sua mão. A minha mãe diz que sou novo demais pra amar alguém pra sempre, mas amo você, Kei. Pra sempre.

Kei sorriu. Usou a mão direita para acariciar o rosto de Liam, esfregando o polegar sobre a bochecha macia e corada, louco para beijá-lo. Na mesma mão, exibido como um troféu secreto, o anel do dragão, sua herança e maldição. Não importava para nenhum deles. Esticando-se até estar na ponta dos pés descalços, Liam o beijou intensamente, quebrando o primeiro abraço para iniciar um segundo, agora ao redor do pescoço do namorado. Kei não demorou a corresponder. Ele o tomou pela cintura, andando de costas até a cama desarrumada, entre as velas e suas pequenas chamas românticas com cheiro de flores.

Os dois garotos estavam nervosos, mas definitivamente prontos.

Kei caiu de costas no colchão e levou Liam junto, o impacto os fez rir, ainda dentro do beijo. Liam gargalhou mais quando Kei inverteu as posições, deitando-o sobre seu corpo. Estavam corados, excitados e perdidamente apaixonados, e por isso o riso perdeu espaço para o silêncio doce e confortável. A mão de Kei acariciou a coxa nua de Liam, subindo devagar até sumir dentro da camiseta, levantando-a para expor a cueca azul e a ereção marcada.

Liam mordeu o lábio inferior e assentiu.

— Faz amor comigo, Kei. – sussurrou. – Pra sempre.

— Pra sempre.

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