[14] - Temporada de Caça

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— Juan, a comida já chegou! Vem comer!

A voz de Kei fez Juan se assustar um pouco por estar distraído com o celular novo. O smartphone, recém adquirido, ainda soava confuso com sua ausência de botões e tela muito grande, mas ele gostou bastante de como as fotografias ficavam bonitas graças a câmera de alta resolução e os jogos mais interessantes por caber em algo tão pequeno.

Entretanto, não tinha motivos para camuflar a verdadeira razão de sua angústia.

— Já tô indo! – ele gritou de volta. Então, usou a ponta do dedo para desbloquear a tela e encarou de novo o aplicativo de mensagens que ainda estava aberto e continuaria pra sempre se necessário. – Dois risquinhos... Ele viu.

— Juan? – Kei, parado na porta do quarto, suspirou ao vê-lo com o celular nas mãos outra vez

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— Juan? – Kei, parado na porta do quarto, suspirou ao vê-lo com o celular nas mãos outra vez. – Vem comer, o queijo da pizza só é bom quentinho, lembra?

— Ele não quer mais falar comigo.

A voz chateada fez Kei se preocupar mais. Ele caminhou até a cama e se sentou ao lado do mais novo, levou a mão até suas costas e acariciou. Não sabia ao certo o que dizer, nunca foi bom em dar conselhos amorosos e isso era fato, até mesmo com Liam ficava perdido.

Mas odiou ver o semblante chateado de Juan.

— Ele deve estar ocupado.

— Já faz duas semanas. Ele não atende e nem responde, olha! Dois tracinhos querem dizer que ele leu, você disse!

— Sim, eu disse. Mas, me escuta, por favor? – Juan assentiu. – Nem sempre o meu irmão fica com o celular, porque ele tem um monte ou entregou para alguém cuidar enquanto resolve problemas... Trabalho. – Kei coçou a nuca. – Vai ver é isso! Vai ver alguém está com o celular dele por esses dias.

— Eu acho que ele nunca mais vai falar comigo. – a voz embargada fez o coração do mais velho ficar apertado. – Depois de me beijar, o Sebastian ficou diferente e não falou mais comigo.

— Ok, presta atenção. Vamos comer, vamos esperar o Liam chegar e daí pensamos em algo para resolver isso. Juntos. Tá bom?

— Tá bom. Tô com fome mesmo. – assentiu, amuado demais. Kei o abraçou forte, beijando-o na testa com carinho.

— Qualquer coisa, eu peço ajuda pro meu irmão, Juan.

— O senhor Yan?

— Para com isso, ele não tem nada de senhor. – ralhou. – Se for necessário, eu peço para ele falar com o Sebastian, ok? Mas vamos esperar um pouquinho mais. As veze eu fico meses sem falar com o meu irmão.

— Ok. – assentiu, os olhos grandes brilhando pela expectativa.

Então, ouviram outra vez a campainha.

— O Liam chegou!

Kei, com o maior sorriso do mundo, correu para fora do quarto. Ele tropeçou no corredor e só parou diante da porta, arrumando o cabelo enquanto Luffy arranhava a madeira, tão afoito quando o dono.

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