Magnus sempre pensava demais antes de fazer qualquer coisa, desde jovem, e talvez por isso o seu relacionamento de 18 anos tivesse terminado. Talvez por isso ele tivesse parado de cuidar de si mesmo para focar totalmente nos seus filhos. Talvez por isso ele não tirasse férias, nem saía para curtir os próprios interesses ou, simplesmente... vivia.
Ele pensava demais, e só pensava nos obstáculos e consequências. Nunca nos benefícios.
Agora, no entanto, Magnus estava surpreso consigo mesmo porque ele não pensou em nada quando convidou Alec Lightwood para tomar um drink.
Os dois estavam ali na praia, apenas olhando para aquele inacreditável horizonte laranja, e Magnus simplesmente fez o convite.
Em parte ele queria mesmo agradecer por Alec tê-lo resgatado de uma possível assediadora e também pela aula de surfe, mas no fundo Magnus sabia que não queria ter que se despedir daquele garoto ainda, e agora estava prestes a sair com ele.
Por alguma razão Alec aceitou seu convite dizendo que teria uma festa mais tarde, e de novo, sem pensar, Magnus combinou de encontra-lo na frente do hotel às 22h.
O problema é que já eram 21:30 e ele ficou encarando sua mala com frustração.
Geralmente ele se vestia muito bem para ir trabalhar, com camisas elegantes, às vezes com blazer, e quando tinha algum evento de psiquiatria, usava terno e gravata, mas fora da clínica era outra história.
Ragnor e Rapha tinham razão em amaldiçoar aquele moletom surrado porque era basicamente só o que ele usava em casa, e em consequência disso, o máximo que tinha na sua mala agora era mais dois shorts e 3 camisetas neutras, sem graça.
Magnus não queria se sentir tão frustrado agora porque só iria tomar um drink na praia com um garoto que o ajudou. Rodeado por centenas de outras pessoas. Não era um encontro, então não havia necessidade para paranoia com a própria aparência, certo? Errado! Aquilo ali era inaceitável.
De repente Magnus lembrou que uma das muitas vantagens daquele Resort é que tinha uma lojinha de variedades no andar principal. Ele podia ir comprar um presente para seus filhos, e talvez, sem querer, encontrasse uma camisa mais apresentável que não fosse bege ou cinza.
- É isso! - Ele disse para si mesmo, já pegando sua carteira e saindo do quarto.
A loja acabou sendo muito maior e com mais variedades do que ele esperava, mas não havia tempo para escolher muito.
Ele pegou um gatinho de pelúcia em cima de uma prancha para Tessa, e uma camiseta escrito "Born to Surf" para Rafe.
Era estranhamento perfeito porque Tessa amava bichos de pelúcia e Rafe nasceu mesmo para os esportes radicais, como surfar.
- E para o senhor? - A atendente que o auxiliava e dava sugestões pela loja perguntou gentilmente. - Deseja alguma coisa especial?
*Uma roupa que impressione um garoto bonito* - Ele quase disse, mas graças a Deus conseguiu se conter.
- Eu gostaria de uma camisa pra festa de hoje na praia. Infelizmente vim meio desprevenido nessa viagem e não tenho nada adequado.
- Se me permite dar uma sugestão um pouco mais pessoal. - A moça começou a ir até a lateral da loja e Magnus a seguiu. - Eu acho que essa camisa ficaria muito bem no senhor. Combina com o seu tom de pele, e também acredito que seja adequada e confortável para uma festa na praia.
Ela vasculhou um pouco os cabides até encontrar a camisa que queria.
Era estampada com vários tons de vermelho, mas o que predominava era um vermelho escuro, quase um tom de sangue, com manga curta e botões pretos.
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Redescobrindo o Amor aos 40
FanfictionMagnus Bane é um pai divorciado que só vivia pelos filhos e pelo trabalho, até receber um presente que mudou a sua vida para sempre: A chance de redescobrir o amor.